sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Blood secrets

E é assim que vou terminar o ano?
Os cabelos caindo de preocupação.
Cansada de mim mesma.
Cansada de viver minha história...
Cansada das minhas besteiras impensadas e principalmente das besteiras pensadas.
Prometi a mim mesma, fiz um juramento, em 2008 não bebo mais. Pelo menos não até perder a razão e deixar o coração dominar tudo.
Mas prometi a mim mesma não perder mais a razão. Não posso. Ando tomando tapas demais na cara.
Eu não suportaria mais um tapa.
Não é justo. Justo eu que sempre fiz e quis tudo certo.
Um escorregão, uma pisada na bola e fode tudo.
A vida anda intolerante demais comigo.
Eu não aguento mais.
Não planejo mais.
Só espero e rezo para que tudo dê certo.
Estou com muito medo.
Muito medo.
Se ele vier, juro que vou dá-lo a quem poderá arcar, cuidar dele.
Não posso. Não quero. Não consigo.
Não nesse momento.
Vai estragar tudo. Ainda mais.
Estou gritando socorro onde o som não se propaga.
Vou ficar muito sozinha.
Socorro. Socorro...
Estou perdendo o coração pela boca.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Too fast

O tempo está passando rápido demais para Eva Green...
O tempo está passando rápido demais para mim.
Mas minha beleza não é efêmera, como essas que vejo em bancas por aí.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Din Don

Então é natal...
Lá vamos nós para mais uma noite de comilança, diversão e solidão no meio da multidão...
E eu só espero que tudo dê certo.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Sarau

Foi nosso primeiro sarau...
Saiu assim meio de improviso, meio descalculado.
Mas saiu maravilhoso.
Íntimo.
Para poucos privilegiados.
Nasceram ali muitas idéias, projetos esperançosos para 2008.
Aprofundou-se a amizade.
Estabeleceu-se um grupo.
Nasceram profissionais das artes.
Do mundo da escrita, da música e dos palcos...
Um brinde!
Muito sucesso, muita merda e muitas idéias para nós!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Para embalar a sexta-feira

É disso que ando sentindo falta.
De ser olhada.
Bem olhada...
Admirada devidamente.
Sem precisar ter algum resultado... positivo ou negativo.
Apenas estar ali e ser olhada.
Desejada. Despida pelo sorriso, pelo olhar de alguém.
Perder o fôlego, sentir as pernas falharem, ter palpitações, corar sem graça...
Sem precisar sequer ser tocada.
Mas os caras desse nosso presente andam muito sem imaginação.
E eu ando cheia de investidas ousadas.
Chega... Parei com isso.
Farei greve até encontrar um daqueles olhares... que tiram sua roupa e seu fôlego.

"Malemolência"
Céu
Composição: Alec Haiat / Céu

veio até mim
quem deixou me olhar assim
não pediu minha permissão
não pude evitar
tirou meu ar
fiquei sem chão

menino bonito
menino bonito ai

ai menino bonito
menino bonito ai

é tudo o que eu posso lhe adiantar
o que é um beijo se eu posso ter o teu olhar
cai na dança cai
vem pra roda da malemolência

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

No farol atrás das brumas...

Muitas vezes olho para ela subindo as escadas e fico com dó da dor, com medo de um passo em falso, fico apreensiva com uma possível queda.
Fico me perguntando até quando ela vai conseguir subir uma escada.
Ela segura as coisas já sem firmeza, e eu me pergunto se ela vai conseguir segurar os netos.
Se ela vai ter saúde mental e física para isso.
A cada dia noto uma nova ruga. E desconheço um pouco mais um rosto que já foi tão lindo.
Os pensamentos já não acompanham as conversas.
O raciocínio está mais lento. A memória falha o tempo todo. A atenção é muito dispersa.
O brilho dela diminuindo.
A saúde titubeia.
Se eu fico muito tempo longe, ela entra em depressão, coisa de velho que tem medo de ficar sozinho. Mais carente, mais sensível.
Mais mal humorada.
Todos os dias.
Todos os dias ela me cobra um bom emprego, um bom salário, um bom casamento e netos.
Sei que é porque ela quer me ver bem, estável. Mas não sei se conseguirei dar isso a ela em tempo.
Preciso dar isso a ela.
Ela é tudo o que tenho.
Mais nada.

... e no futuro,
quem vai cuidar de mim?
Quem vai cuidar de mim...

Affffff...

Eu deveria estar dormindo uma hora dessas...
Mas não consigo.
Muitas coisas in my head...
Vou tentar... amanhã, quer dizer, hoje será um big long day.
Só para registrar: são 00:43 am.
É cedo.

Vou pro cinco contra um... quem sabe relaxo e durmo.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

É galera...
Sempre descobrindo novos talentos.

Som bacana e caras gatos!

Vale a pena conferir.

http://sublimecover.blogspot.com/

Aguardo o próximo show...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Projetos 2008

- Fazer aulas de canto
- Fazer aulas de dança
- Prestar Célia Helena e ser aprovada
- Prestar EAD e ser aprovada
- Ganhar um excelente salário
- Achar paz interior
- Descobrir o que é realmente importante na minha vida
- Casar antes do final do ano
- Engravidar antes do final do ano (somente se eu casar)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Cianureto: elas estão chegando

Ela está chegando.
Eu posso sentir.
É sempre assim perto do natal.
Eu já deveria estar acostumada.
E tudo vai passando cada vez mais rápido.
Começou tudo dando certo e terminou tudo dando errado.
Ok, nem tão errado assim. Poderia ter sido pior.
Pelo menos eu tenho casa, comida e roupa lavada.
Isso não é tudo o que alguém pode querer na vida.
Quero fama e dinheiro também.
Quero independência.
Mas acima de tudo, quero ser amada. Por completo. Exatamente do jeito que sou.
E isso ninguém conseguiu fazer ainda. Nem meus pais. Nem eu.

Acho que estou perdendo o juízo.
Creio que estou perdendo o juízo.
Em todos os lugares, em qualquer momento, ouço pessoas gritando meu nome.
Minha criação espiritual tem toda uma explicação fundamentada para isso.
Mas na prática, é bem estranho.
Apesar de qualquer explicação, não consigo encontrar uma explicação.

Estou me esvaziando de mim mesma.
Tem uma goteira aqui e não consigo achá-la.
Há perda de sentimentos, perda de energia.
Uma vazão desagradável, incontrolável.

Estou no alto e no baixo.

Na bipolaridade. Intercalando euforia e depressão a cada dois minutos.

Não consigo controlar. Mas todo natal é assim.
Elas vêm me atormentar.

Minhas pernas não sabem para onde correr.
Estou sem ação.
Tudo o que eu queria era sentar no meio da Av Paulista com um livro na mão e ler, surda, em meio aos carros.

Há essa torneira vazando no meio do meu peito.
Bem aqui. Sem lágrimas.
Apenas essa água cristalina indo embora.

Minha cabeça pede diversão.
Meu coração pede colo.
Minhas veias cianureto.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Weekend impressions

Prova de alemão.
Unhas feitas. Carona dos pais.
Confraternização com pessoas brilhantes e queridas.
Críticas e elogios.
Minha atenção se volta para um cara mais velho, fora dos padrões, mais inteligente, mais interessante, meu pirata. Projeto a longo prazo.
Bar com amigas. Reflexões, desabafos.
Rápida aparição do ilustre Nelson.
Reencontro com amigos.
Presente.
Mais elogios. Mais cerveja.
Risadas e confissões. Abraços, cumplicidade.
Brinde ao sucesso.
Paqueras inesperadas. Olhares cúmplices.
Tchau praça.
Táxi e trânsito. Muito trânsito!
Amigas outras.
Maquiagem, produções e fotos.
Egos infláveis...
Festa a pé.
Disputa de vaidades e discotecagens.
Telão. Decoração. Casarão.
Uma porcentagem da turma da praça se transferiu para o casarão perto da Paulista.
Eu sou Paulista.
Não tenho mais paciência para a futilidade desses garotos. Nem para a disputas de egos infláveis ou de vaidades.
Passo a noite muda e dançando minimamente.
Bebendo minimamente.
Alguns olhares discretos interessados, interessantes e novos, porém, não tenho mais paciência para isso.
Sorry boys... it's just the wrong day.
Sarcasmos múltiplos. Metralhados em todas direções.
Alguns nem mereciam meu sadismo.
Brigas de namorados... submissões.
Cafajestagens.
Ando beeeeeeeemmmm cansada da futilidade de certas pessoas.
Amo o teatro. Mas como em tantos outros meios, vemos tantas coisas, ações, pessoas medíocres.
A sorte é que quando encontramos algo bom nesse meio, daí esse bom realmente vale a pena. Não é só enganação.
Very few people know what I mean...
Voltar para uma casa que não é a minha, comer e dormir.
E eu só queria minha cama.
Eu só queria que tudo valesse a pena como antes das lágrimas. Como antes dos ruivos.
Eu só queria que tudo valesse a pena.
Dormir misturando reflexões e sonhos das 6 a.m. às 10 a.m.
Voltar finalmente para casa, vestindo um ônibus e um Ipod, e maquiagem borrada.
Encontrar o sofá disponível dentro de minha agenda depois de meses.
Dormir enquanto a televisão me olha. Acordar, comer.
Dormir, acordar, comer.
Agredir as teclas do Jack enquanto a palavras se arrastam na tela.
Me encaram da tela.
Muitos de meus pensamentos andam me julgando ultimamente.

"Não importa o caminho quando não se sabe aonde quer chegar"

Assisto ao filme "DOMINO" e considero firmemente a possibilidade de me tornar uma caçadora de recompensas.

Meu pai foi viajar. Minha mãe já foi dormir.
Os cachorros dormem e sonham com ossos de elefantes em suas casinhas.

Restamos só eu e o Jack à meia luz, nos encarando.

A árvore de natal piscando.

Tento não pensar na rotina que recomeça daqui algumas horas de madrugada.

Pelo menos há as luzes. Pelo menos há uma árvore.
Pelo menos haverá natal.

Já pra cama!

Boa noite,

F.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Genes Brilhantes!

Muito bem!

Que seja pelo bem da ciência, pelo bem do ser humano...

Agora fazemos gatos que brilham, quando expostos à luz ultravioleta, através da manipulação genética.

Muitas vezes acho que esse cientistas estão é tirando onda da humanidade.

Estão brincando de deuses tempo demais.

Ou será que eles são realmente deuses e estão tirando onda de nós só para passar o tempo?

Enquanto nós temos crises existenciais e muitos outros sofrem problemas reais esses deuses brincam com nossa estrutura molecular.

Milhões investidos em pesquisas para gatos brilharem no escuro e nada feito a respeito das crianças prostituidas no nordeste, nada feito pela seca, nada feito pelo desespero mudo da vida na favela, nada feito pelo choro seco e rouco daqueles que passam fome na África, daquele que nasce e é enterrado vivo ou atirado no rio dentro de um saco plástico com poucas horas de vida, daquele que cheira cola na esquina de sua rua...

Até que ponto isso é válido?


Chega de panfletagem! Vamos Agir. Mas, por onde começar?

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Blindness (ou) Asfixia

I woke up today
The streets were dead
The sun was quiet
My heart was empty

I danced through the ways today
The streets were empty
The sun had hidden a secret
My love was dead

The sun was quiet today
Everything around was looking inside of me
I had hidden a broken secret in my heart
The sun kept on shining inside my head

I woke up today with frozen tears
I had no mouth
My eyes tried to show my words to the world
But everything around was blind
And I couldn’t speak, or hear, or cry.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Across the Universe

Agora sei bem porque devemos todos assitir ao romancezinho musical chamado "Across the Universe"

Porque é um musical.
Porque é surreal e psicodélico.
Porque tem uma influência fantástica de beatles.
Porque é político. Porque mostra o amor de um artista. Porque todos artistas são intensos.
Porque é moderno e careta. Porque fala de liberdade.
Porque trata da guerra.
Porque não é mais um romancezinho qualquer.
Porque é uma obra de arte.
Porque é algo irreverente em meio a tantas coisas batidas.
Porque pode ter surpreender e marcar sua vida para sempre.
Porque pode simplesmente não mudar nada, mas ser um bom jeito de gastar o tempo.
Leve uma mão para segurar a sua.
Eu não levarei. Não sei se terei uma mão carinhosa.
Não levarei, pois não sei se quero que me vejam chorando.
Chorando justamente pelo tipo de amor, de história de amor que eu gostaria de ter.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Spotlight

Eu poderia dizer tantas coisas agora.
Tais como: o fato de que eu odeio romances no cinema mas adoro musicais.
Mas justamente por ser um musical moderno, de músicas bonitinhas, de namoradinhos or whatever, eu quero assistir. Pelas músicas cantadas por um gatinho, principalmente por aquela música dos beatles...

http://www.acrosstheuniverse.com/

A proposta é interessante... atores que cantam e dançam... ahá! E ainda atuam...
"Estou demais nesse mundo."
Deve ser justamente isso que minhas amigas estão falando nesse exato segundo na praça Roosevelt, enquanto eu fico degladiando com o teclado do Jack (para aqueles que perderam os textos anteriores ou são meio lerdinhos, Jack é meu notebook, my new best friend).

Anyways... minha cachorrinha está deitada em meu colo... escorregaaaaando enquanto bato nessas teclas. E nesse momento isso me satisfaz. Meus cachorros, brincando aos meus pés ou dormindo no meu colo. Me amam gratuitamente. Entram em deperessão se levam alguma bronca minha. Amor de graça. O que mais posso querer?

Voltando aos romances, por que não ver o filme? Por que ver?
Filmes românticos retratam pretensiosamente na telona tudo aquilo que nós sabemos que nunca será verdade no cotidiano. É um exagero e uma ingenuidade descabida em relação à imaginação, criatividade e dedicação masculina.
Mas essa pode, de repente, ser uma impressão só minha.
Pelo menos nunca vivi o outro lado dessa realidade. Romance para mim sempre aconteceu a duras penas... quando aconteceu.


Mudando de alhos para bugalhos (essa expressão é assim mesmo? Patética!)
Palco no mesmo nível da platéia.
There was no spotlight (sem holofotes).
Uma mesa, uma cadeira.
Uma menina descabelada com a saia mais curta de sua vida. Um cara vestido de malandro.
Maquiagem carregada. Meia arrastão.
Muitos cigarros. Uma bolsa escancarada ao público. Escancarando a idade e sentimentos da personagem.
Humilhação. Intensidade pura. Lágrimas. Jogo.
A maquiagem, as roupas, as lágrimas... nem nada mais ali fazia parte de mim.
Apenas o chão. O chão sim era meu. Pisava com firmeza. A cada passo se sentia mais acolhida e colocada.
Ao fim, aplausos.
Leveza. Sensação de encontro. Talvez reencontro. Encontrei meu lugar.
Esse palco e todos os outros me pertencem. Eu sou deles por completo.
Sensação de finalmente estar fazendo algo certo na vida. Finalmente.
Puro tesão. Por tudo ali.

Agora só falta o TCC. Só falta concluir o semestre de alemão.
Agora só falta um amor.
Agora só falta você.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Cai o mundo aqui ao lado.
As gotas na janela impossibilitam ver qualquer coisa lá fora.
Até as flores, até os espíritos.
O mundo vem castigando nossos dias.
Nem por amor às crianças de férias.
As propagandas estão ficando cada vez mais subversivas...
Unhas postiças sendo vendidas até em bares. Termômetros.
Céu azul. Escuro. Céu azul-marinho.
A cidade vem me dar boa noite mais cedo essa tarde.
Mas não...
O sol beija meus olhos por mais meia hora.
Só ele me basta. Brilhou sobre mim uma vida inteira. A minha vida inteira.
Sem abandonos, sempre lá no alto.
Iluminando meus dias.
Se devo esperar algo de bom de alguém, ou de qualquer coisa nessa vida, é dele que devo esperar.
Meu amor. Meu sol.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Acorda. Enrola na cama.
Mais cinco minutinhos.
O despertador gritando.
A mãe gritando.
Levanta.
Se arrasta até o banho.
Cochila em pé debaixo da água quente.
Se apressa para não perder o horário.
Inútil a pressa. O horário já está perdido.
Ela já está perdida e o dia ainda começa.
O ônibus atrasa uma hora só para contribuir com o stress matutino.
Conhece pessoas na rua que sempre esperam muito tempo.
Que sempre esperaram e não têm saída, alternativa, opção.
Ela sente compaixão por aqueles pés de galinha, pelos riscos na testa, pela postura de dor nas costas.
Sente vontade de chorar. Mas só consegue esboçar um sorriso solidário à dor alheia.
Os olhos dos outros, donos de tantas rugas e preocupações, não entendem o olhar triste da menina e sorriem sem graça, em troco ao sorriso que marca o jovem rosto dela.
Sobe no ônibus. Abre os últimos tempos do velho Buk.
Ipod no canal auditivo. Bjork embala sua manhã.
Ônibus quebra (!). Rosna.
Agradece ao universo por existir a música e Bukowski.
Chega no trampo sã e salva.
Enfrenta mais uma vez, mecanicamente por fora, redemoinho por dentro, o cotidiano.
Os mesmos rostos. Os mesmos gestos. Os mesmos sorrisos amarelos.
A mesma posição, o mesmo computador.
As mesmas ladainhas. O mesmo toque do telefone. Os mesmos problemas.
E-mails lotam sua caixa de e-mail e entopem sua paciência.
Mais do mesmo.
Ela lembra da cena do baile do "Romeu + Julieta" de Baz Luhrman.
A drag, amiga do Romeu, dando showzinho e mechendo o dedinho.
Eles se casam e Julieta vai para o céu com o bolso cheio de pílulas e os miolos espalhados sobre Romeu.
Ela pensa no Romeu que não tem. Que, por isso, não choraria por sua morte.
Ela morre por dentro mais um pouquinho.
E naquelas pequenas mortes dela, não há presença alguma.
Não há olhar triste ou compaixão alguma.
Há só solidão... enquanto a roda gigante se mantém rodando iluminada e ela permanece sentada nas dunas do deserto. Só olhando as pessoas vibrarem lá no alto.
Deixa elas acreditarem que estão voando e que a cidade é colorida.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Deságua

Vou me esvaziando das pessoas.
Tenho essa tendência de ir me esvaziando das pessoas... enjoando...
Primeiramente, é tudo intenso, lindo, delicioso, psicodélico, extremo, divertido.
Depois... os lugares cansam, as conversas cansam, as risadas cansam.
Os olhares já não conseguem se sustentar, perdem o motivo e o brilho.
Não há mais porque se olhar.
As roupas perdem a estica. Vai ficando tudo amassado do lado de fora.
E aqui dentro.
Perde a graça.
A maquiagem parece estar sempre borrada.
A pele sempre machucada, amarelada.
Os olhos secos. O sorriso opaco.
O sorriso cai da boca. A boca assume um risco reto e sério.
Não há mais paciência, só a bebida e a decadência.
A atmosfera, que um dia foi encantadora, misteriosa e bela, torna-se nublada, escancarada, podre como todo o resto.
Então saio em busca de novas pessoas, de novos detalhes, dou várias outras chances ao mesmo lugar e às mesmas pessoas de me surpreenderem. Mostrarem detalhes novos, tentar me reconquistar.
Porém, mais uma vez tudo se revela exatamente daquele jeito chatinho que eu acabei desvendando antes.
Saio em busca então de outros lugares, novas pessoas, novos sorrisos, novos brilhos, encantamentos, novos amores...
Não suporto a forma como tudo vai se revelando e perdendo o encanto da mesma forma todas as vezes. Adoro descobrir quem são as pessoas, não gosto de descobrir que essas pessoas desistem de mim tão facilmente.
Acho que esse é o início do desencantamento.
É do mistério e da novidade que todos nós gostamos.
E enquanto todo o resto se conforma com aquilo, continua se enganando e aceitando aquilo, eu fico inquieta e enjoada.
Como um veneno sem remédio.
Uma sombra que cobre o sol.
O vento que irrita e bagunça seu cabelo arrumado para o casamento.
O cuspe escarrado na cara da criança morta.
Vou me destruindo com as conta-gotas de meu próprio veneno.
Até queimar a alma e o corpo de amargura e tristeza.
Uma espécie de preparação e preservação de forças.
Para quando aparecer um novo brilho no olhar de alguém, um novo sorriso franco, um novo encantamento, eu possa ressurgir de minhas cinzas nova e de roupas limpas. De idéias novas e olhar limpo. De pele nova e penas limpas.
Como uma Fênix.
Como uma Fênix.
Como uma Fênix.


"Help me, I'm falling down
Help me, I'm falling down the stair
Of my thoughts, my heart
Help, I'm slipping down
Help meI'm slipping down, I feel my skin dry
Miles away they could be rebirth
They could become a cloud
They could be anyhow
Just a small portion of the ocean, so…
Give me something softer cautionly (?)
Give me some feathers so that I can stop it and glide
And glide up
Like a little birds and glide up
Like an eagle
With gigantic wings
Master the winds of change
Master the winds
Reborn again
Like a phoenix
So help me
Help me, I'm gonna fly
Help me
Help me, I'm gonna fly so high
Like a phoenix
Born again like a phoenix
Born again like a phoenix
Born again"

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Parceiro Jack

Agora minhas noites serão carregadas de Jack.
Não da garrafa, mas do meu Jack.
Ajeitarei Jack todas as noites em meu colo, nos relacionaremos daqui até 2008.
Ele vai dormir todas as noites ao meu lado.
Pelo menos até nosso primeiro filho juntos ficar pronto.
Feito isso, se as pessoas aprovarem essa nossa parceria e o resultado dela, produziremos muitos outros filhos... eternamente.
Sempre com crítica.
Prometo me entregar ao Jack até meus dedos sangrarem.
Vamos expor nossas vísceras.
E que venha nosso primeiro livro...
Que a genialidade do velho Buck me ilumine.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Lição aprendida

A noite prometeu...
Prometeu aprontar comigo.
Bati o carro de manhã, voltando para casa.
Ainda bem que eu estava devagar...
Ainda bem que a rua estava vazia...
Ainda bem que ninguém se machucou.
O fuço de meu carro encontrou a traseira de uma moto.
Ainda bem que as pessoas não voaram.
Meu pai não vai mais vender o carro.
Eu não poderei dirigir por alguns meses.
Estou solta nessa cidade desse tamanho, nos ônibus e táxis.
Correndo o risco de ter que carregar nas costas um processo.
Falida até 2009 tentando juntar dinheiro para pagar esse conserto.
Sem carro agora.
Sem namorado.
Perdendo as amigas que aos pouquinhos vão embora.
Um amor perdido no peito. Asfixiando até morrer.

Falando em amores...
Não me importo mais se você é ator, cantor, compositor, músico, palhaço, escritor, ou diretor ou mesmo executivo... se você tenta ser legal ou não. Se você quer mostrar uma personalidade fantástica ou não... se você é loiro, ruivo ou moreno...
Não te quero mais.

Nenhum cara presta. E eu cansei de aguentar qualquer coisa apenas por gostar de você.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Então...

Falando em acontecimentos, esqueci de mencionar que ontem estourei o pneu do carro na Av. Vereador José Diniz pouco depois das 23h a uns 80km/h.
Sabe lá Deus como nada pior aconteceu.
Graças a Deus...
Mocinha indefesa impedindo o trânsito perto da meia noite.
Pneu trocado pela ajuda do pai e do tio.
Conclusão: Meu pai vai vender o carro.
Agora estou a pé.
Agora está todo mundo a pé.
Voltarei a frequentar os ônibus da cidade.
Viva o taxista Gilson!

Acontecimentos...

Essa noite promete.
Vai ter mini-maratona de teatro.
Vai ter encontro com a galera da praça.
Vai ter disputa de egos.
Vai ter muita coisa errada e certa a ser dita.
Vai ter loiros e ruivos e morenos.
Vai ter reencontro.
Vai ter eu calada observando tudo isso acontecer, praticando tudo o que aquele cara me ensinou, sem descer do pedestal.
Espero que tenha palhaçadas de anjos ou músicas em meus ouvidos.

Meu peito está sentindo. Essa noite promete.

Até lá.

F.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Uma noite rápida no gatilho

Mais uma noite despretensiosa.
Mais uma noite de zoeira, beer, drugs and blues na praça.
Todos os rostos conhecidos por lá, mais uma vez...
Minhas amigas queridas dentro da bolsa, espalhafatosamente em todos os cantos.
Cada uma de olho no seu cada qual.

Antes de qualquer coisa, peça linda de nome "ABO - A travessia de Ilana".

Assistam, terças, às 21:30h, até meados de dezembro.
Uma peça de visão feminina, que comove até os mais brutos machões.
Sensível, linda. Elenco jovem, da praça, eles mandam muito bem.
Uma peça sobre sentimentos que só as mulheres têm força para enfrentar.

Pós peça, "sociabilizações".
Encontro com novos velhos conhecidos.
A galera aumenta. Saideira à uma da manhã?
Duvido.
Amiga linda liga vindo de outra festa, dizendo para aguardar sua chegada na praça.
Sua chegada põe fogo no lugar.
A zoeira começa.
Histórias novas das amigas.
Histórias velhas se reencontrando.

Meus antigos dois meninos estão no recinto.
Um deles me dá a atenção devida. Leve. Me cumprimenta.
Como sempre deveria ter sido. Sem maldade. Sem cobranças, sem expectativas.
Apenas como bons amigos. Nem tão bons assim ainda, mas dê tempo ao tempo.
Tudo será superado. E seremos apenas bons amigos. Sem essas pontadinhas que vão e voltam aqui dentro.

O outro menino chega tardiamente na praça. Sempre lindo e brando.
Dá atenção à minhas amigas. Mas me dá atenção também.
A devida atenção. Me deu, despercebidamente, carinho também.
Se diverte comigo. Me divirto com ele.
Nos divertimos às custas um do outro.
Várias indiretas.
O banheiro ganha uma história para contar.
Com a visão de nossos all stars sujos por baixo da porta.
Tudo na maior discrição, se não fosse o flagra de uma das amigas.

Batem na porta e voltamos com a maior cara lavada do muuuunnndo.
Um de cada vez para disfarçar.
Ninguém no bar desconfia da bagunça. Exceto aquela ali que já sabe porque viu.
"All Stars vão pro blog".
Aguardamos uma boa história.

Quanto ao outro, descubro da boca do melhor amigo dele que nada foi dito.
Que ele me respeitou. Sempre.
Mesmo após ter ouvido da boca das amigas dele que "homens comparam" suas histórias, suas mulheres.
Mas ele me respeitou.

E isso me fez acreditar mais uma vez que eu gosto muito dele.
As pontadinhas no meu peito vão e voltam mais uma vez.
Crença que eu gostaria de perder. Sentimento que eu gostaria de perder.
Peço um selinho a ele.
Não em mim, mas na minha amiga.
Realizam meu desejo, ambos. Através de meu pedido realizo um desejo dele.
Só os tontos não percebem. Fica dado meu presente, Don Juan.
Afinal, não nos pertencemos.

O menino brando fica me instigando.
Ele diz: "Fernanda, ainda vou te pegar de jeito!"
Ela diz: "Bom mesmo, pois você está me devendo".
Engraçado, já ouvi essa história antes...
Violenta e preocupante. Terminou mal. Terminou muito bem.
Agora só resta o tempo passar para as pontadinhas aqui dentro passarem.
Mas logo passa.

Menino brando e eu nos rodeamos e ficamos de segredinhos.
Ouço da boca dele que meu segredo está bem guardado.
Me deixo acreditar. Me faço acreditar.
Vou filando mais alguns cigarros.
Ficamos de brincadeiras. Mas somos discretos demais.
É bom. Um menino não pode saber do outro.
Ele me convida a "deixar a mochila lá em casa, rapidinho".
Essa é outra história que conheço muito bem.
Neguei. Não neguei o privilégio do ato.
Neguei no troco. Troco por ter me negado a mesma coisa há algum tempo atrás.
Neguei porque agora quero algo seguro e sério, mais maduro.
Um namorado talvez.
O menino brando, puto ou não, vai embora. Bom mesmo, pra acabar com a putaria de resolver certas frustrações de fim de noite. Eu não sou descarga ou ponto de descarrego, caralho!
Quem me quiser agora, vai ter que penar.

Essa noite estava lá também aquele meu ruivinho. O mais velho.
Ele olhou para todas as minhas amigas, e no meio tempo olhou para mim também.
Foda-se. Ele olhou pra mim.
Veio me falar oi e tchau. Sabia meu nome.
Me chamou de brava.
Pois sou mesmo. Vá se acostumando. Porque quando eu mostrar o anjo que posso ser, você não vai querer ir embora. Então, acostume-se com minha braveza. Ainda desenrolaremos algo. Prometo.

Fiz amizade com um cara que está sempre na praça. Esse sabe de tudo.
Pois quando estão todos alterados, ele continua inteiro. Vê tudo, sabe tudo.
Ele sabe quem chega ou vai embora, em qual horário, com quem...
Ele já meu viu tanto no pedestal quanto beijando a boca do lixo.
E essa noite viramos amigos.
Ele me deu conselhos...
"Nunca pense que em um bar você vai conhecer e beijar um cara que de cara vai querer te namorar... No bar os homens estão por acaso, pela zueira, pela curtição, pelos amigos, não para achar um amor."
"É fácil lidar com os homens. Para que eles te dêem valor você tem que pisar neles. Pise mesmo. É isso que eles merecem. Seja poderosa. Só assim que eles cedem e vêm atrás."

Terminamos a noite na padoca. A galera junkie de sempre.
Dei conselhos a um menino de 23 anos. Que não sabe, mas ainda vai sofrer tanto por amor.

É isso.
Estavam eles lá. O Don Juan, o menino brando e o ruivo.
Olhei para os três. Me ofereci discretamente para os três.
Apenas um me entendeu. Esse sempre me entende.
Esse sempre tem umas atitudes du caralho! Sempre me seduz.
Eu poderia gostar dele, ou do ruivo, ou do outro ruivo (nossa... na praça sempre há uma certa concentração de ruivos. Eu adoro!).
Eu poderia gostar de quem gosta de mim.
Mas ninguém tira a máscara. Ninguém decide ou assume o que quer.
E as pontadas no peito vão e voltam pelo cara mais errado.

Ponto a ser considerado da noite: O tempo todo eu estive esperando meu anjo-palhaço ou meu músico.

"Não sou volúvel, sou volátil" - Amigo Renato.
O que quero dizer, meu bem, é que se você considera que me interesso por pessoas demais ao mesmo tempo, não é um defeito de meu caráter. Não sou fácil.
Talvez eu seja sim inconstante, mas só porque você, meu bem, não cuida de mim como deveria.
Acabo perdendo o interesse facilmente. Cabe a você tentar me reconquistar.
Todos têm a chance de me conquistar, quero ver é conseguir.
Enquanto isso, vou me divertindo com os caras errados.
"Girls just wanna have fun"

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Ok...
Acho que tinha um ácido no suco que tomei hoje à tarde.
Estou numa euforia...
Se passar um circo agora na minha frente fujo com ele e me caso com o mágico.
Ou seria o palhaço?
Shhhhhhiiiiu... é segredo.
Ontem três pessoas, das mais queridas precisaram de mim. Da minha companhia.
Não pude estar lá pelas três. Mas tentei ajudá-las com tudo o que eu tinha nas mãos.
E, naqueles segundos, naqueles olhos, naquelas vozes eu percebi o quanto essas três pessoas são muito importantes para mim.
Percebi o quanto eu gosto delas. O quanto eu preciso delas.
E percebi como cada uma dessas pessoas, à sua maneira, mudou minha vida para sempre.
Mesmo que sutilmente. Mesmo que fortemente.
E pensei o quanto eu amo essas pessoas e no quanto minha vida seria menos colorida sem elas.
E pensei em tudo o que já pensei na vida, e em tudo o que fiz, da forma que fiz, e vi como tudo valeu a pena, e como me arrependo de ter feito certas coisas erradas, e no quanto me orgulho da forma como tudo sempre, com muita sorte, termina bem...
E pensei em todas as vezes que pensei em me agredir de qualquer forma. Em como fui muito ingrata com a vida.
E como eu não poderia viver um dia sem essas pessoas.
Sem mim.
Pensei em como é bom viver, e amar, mesmo que sejam as pessoas erradas, e errar o tempo todo, e aprender o tempo todo também.
E temi, por mim, pela minha saúde, pela minha vida.
E pensei em tudo que ainda tenho que realizar.
Sei que muitos de meus textos são depressivos, intensos. São fiéis sim. Não mentem.
Mas são momentos.
Que não superam os momentos ao lado de todas pessoas maravilhosas que conheço.
Obrigada Luciano, Erika e Karina.
Por me ensinarem que a vida é maravilhosa. Apesar de suas frações desagradáveis.
Por mostrar que alguns de vocês precisam de mim e gostam de mim. Assim como gosto e preciso de vocês.
Por me ajudarem a finalmente enxergar da forma mais bela e mais completa.
Por me ajudarem a árvore de cegueira que vinha crescendo aqui dentro e que eu não sabia como começar a podar.
Agora, saiu do meu peito.
Agora ficou aqui um medinho. De tudo o que pode acontecer, de um dia me faltar a saúde. Meu bem mais importante.
Mas sei que terei alguns que me amam para me apoiar... do jeitinho que amo vocês, do jeitinho que tento apoiá-los.
Espero que esteja tudo bem com cada um de vocês... e comigo.
Vamos em busca de vida e aventuras, enquanto estamos todos bem e podemos.
Fiquem bem próximos de mim para sentir essa sensação que meu peito exala, que parece que vai me explodir, que vai explodir essa cidade inteira de tão intensa e boa...
Sei que não vai durar pra sempre. Então me deixa aproveitar agora.
Vem aproveitar comigo.
Fica aqui do meu lado e sente a intensidade chegando. Porque ela é minha e sua.
Não tenha medo de nada.
Só espera explodir.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Estupro

Chorei.

No lugar errado. Na sua frente.

Mendiguei por você.

Lutei por você.

Mas você não se importou com a guerra.

Por dó ou compaixão você me deu, por algumas horas, o que eu precisava.

Mas me deu apenas migalhas.

Tentei desesperadamente te arrancar daqui.

Ficou esse buraco. Só buraco.

Olha aqui meu peito aberto. Dolorido.

Por dó ou compaixão você ficou ao meu lado.

Se forçou a estar comigo.

E agora eu aposto que se sente usado, estuprado.

Arrependido.

Deve ter nojo de mim.

Seus olhos não conseguem mais encarar os meus.

Não há mais nada a ser dito.

Te conduzi à exaustão.

Assim como meus sentimentos me exauriram.

Te contaminei gota a gota com meu veneno.

Estraguei tudo mais uma vez.

Estraguei o nós que nunca houve.

E agora a solidão veio deitar ao meu lado.

Cantar no meu ouvido. Abrir minha geladeira.

Dançar na minha sala. Bagunçar minha cabeça.

Apertar minha garganta. Morder os meus olhos.

Perfurar os meus pés.

Preencher o buraco no meu peito.




Dos Três Mal Amados

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas
O amor comeu metros e metros de gravatas
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.


"João Cabral de Melo Neto"

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Goteira

Há uma goteira pingando.
Há uma torneira vazando.
Há uma goteira aqui.
Algo em mim está vazando.
As gotas não param.
Plec... Plec... Plec... Plec...
Estou enlouqueceeeeennnndo.
Não posso enxugar. Não consigo secar.
Há algo vazando aqui.
No meu peito.
Esvaziando.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Bob

Meu amor agora tem nome: Bob.
Nenhum cara nunca vai me amar como ele me ama.
Ele nem me enxerga direito ainda, mas já é completamente apaixonado.
Fica me olhando. Me encarando de um jeito delicioso.
É guloso. Super novinho. Manso.
Adora tudo o que faço.
Adora minhas mãos e meus pés.
Me morde toda.
Chora se não estou por perto.
Esse é o amor da minha vida.
Inigualável.
Bob é um cachorro vira-lata que ganhei de um guardador de carros perto do Sesc Pompéia.
Ele é literalmente um cachorro. Late, morde, pula, lambe, come, corre, brinca e dorme.
Bob tem apenas dois meses mas já soube roubar meu coração eternamente.
Meu amor é todo de Bob.
Que soube me amar e me cativar como qualquer cara real nunca soube.
Eu precisava te ter por inteiro
Para exorcizá-lo por completo de mim.
Foi isso mesmo. Tudo premeditado.
Porque você foi o último fator que me levou a não acreditar mais no amor.
Porque eu já não acreditava mesmo em finais felizes.
Porque agora eu só acredito em sexo.
Não acredito mais em segurar vontades.
Porque as vontades e as falta de realizações enchem minha cabeça de minhocas.
Porque eu precisava ir até o fim. Para perceber se eu devia abraçar a causa ou abandonar o barco.
Mas meu coração ignorou o fato de que o barco estava furado esse tempo todo.
Porque ter vontade de alguém faz você se apegar a isso tudo. A essa vontade, a essa pessoa.
Ter vontade faz o corpo e o coração sentir falta. Sentir falta desenvolve um carinho. Apego desnecessário. O apego corre o risco de acabar virando sentimento.
O sentimento vem e fode com tudo.
Não sobra nem a amizade.
O engraçado é que nós tivemos tudo. Só faltou a intimidade e cumplicidade.
Já estávamos fadados ao fracasso.
Eu estraguei o nosso único momento de cumplicidade.
Sou veneno em conta-gotas.
Destruo tudo o que me prova.
"Não sou pra casar. Para andar de mãos dadas no shopping."
Sinto muito se é isso que você procura. Medíocre.
A felicidade não é conjugal.
Sou veneno em conta-gotas...
E você tomou uma dose exagerada.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Serendipity

E quando eu achava que tudo estava perdido, acabado, ele reapareceu.
Ele veio até mim.
Ele me achou.
Antes de me encontrar ele me procurou, isso foi ainda mais significativo.
Meus pés já não tocam mais o chão.
Não consigo me conter.
Não consigo...
Mas continuo esperando. Não sei o que fazer. Como agir.
Qual o próximo passo. Tenho medo de estragar tudo. Eu, ele, nós.
Descobri ontem que eu o estava procurando há alguns meses.
Desde junho.
Eu o conheci displicentemente no meu lugar favorito em São Paulo.
Na Avenida Paulista. Um domingo lindo no outono. Ele realizando um de meus sonhos.
Ele distibuindo abraços grátis pela Paulista vestido de palhaço.
Meu anjo palhaço.
Me dá uma pista... me fala como é agir certo com você, pra você.
Porque eu tenho uma intuiçãozinha que já comecei tudo do jeito errado.
Agora se você gosta do errado, eu sei ser bem errada.
Se você gosta do certo, eu faço um esforço. Até aprendo.
Mas me dá um sinalzinho de que faço parte de seus interesses, se que estou entre suas preocupações, de que resido nos seus gostos. Bons gostos de preferência.
Me dá um sinal.
Por enquanto eu espero, mas se você me der um sinal, vai ficar tudo beeemm mais fácil.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Anéis de Saturno

Boa noite anjo.
Caí. Caí do último anel de cabelo que me segurava.
Mais uma vez de cara no chão.
Mais uma vez sem colchão ou cama elástica ou abraço para amparar minha queda.
Isso dói sabia?
Eu sempre soube que ia doer.
Acho que acabei escolhendo isso.
Já é noite e minha cama continua vazia.
Nenhuma chamada perdida no meu celular.
Nenhuma chamada sua.
Você consegue sentir minhas veias pulsando?
Consegue ouvir minhas entranhas chorando?
Claro que não. Nem você, nem ninguém.
A noite chegou para mim mais uma vez.
Estou perdendo o medo do escuro.
Me acostumando à cegueira.
Deixando ela crescer aqui dentro.
Sem forças para podar o que há de ruim.
E o sol veio para nos separar. Para me tirar tudo o que mais gosto.
Agora, tudo o que posso desejar é um "boa noite".
Um Adeus que não quer ser dito.
Um sussurro sem sentido.
Um beijo seco no portão do teu ouvido.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Das coisas que eu queria te falar...

Tivemos um tchau com gostinho de adeus.
Cada um para seu lado. Apesar do telefone trocado, não estou mais do seu lado.
Fui embora independente, mas esqueci de avisar que fiquei enroscada nos cachos de seu cabelo.
Estou enroscada na sua barba.
Não consigo me desvencilhar do seu cheiro, do seu gosto, do seu jeito.
Vem cá, aquele nariz de palhaço que você me deu deveria realmente ser usado?
Pois o nariz está muito apertado... acho que ficou preso.
E vai continuar preso enquanto eu estiver esperando você me ligar.
Vou avisando, não vou desistir assim tão fácil. Vou esperar. Estou esperando.
Assumi esse papel que você me deu.
Esperando, esperando, esperando, esperando, esperando.
Não tenho medo de me jogar daqui do alto por você.
Não tenho medo, não. De repente você me fez acreditar que valeria a pena.
E nem percebeu que fez isso.
Olha, você deve ser é muito esperto. Me dobrar desse jeito não é fácil.
Mas, de repente, você vale a pena.
Se você não me ligar vou me arrepender tanto de ter te conhecido.
Não dos momentos que tivemos juntos. Esses momentos... Ah! Foram melhores do que eu esperava.
Foram simplesmente... únicos, incomparáveis.
Mas é que agora, que passou, sinto falta. Foi pouco. Intenso, mas pouco. Muito pouco.
De você, não fico satisfeita assim tão fácil.
E te ter para não ter mais vai acabar doendo muito mais do que eu queria.
Desculpe se eu não te conheci em minha melhor forma.
Alterada. Despreparada. Displicente. Distraída. Descuidada.
Mas é que a vida não avisa quando as grandes oportunidades e os momentos especiais aparecem.
Acontece tudo assim, de repente. Sempre sou surpreendida. E ficar em guarda o tempo todo não é o meu perfil.
Gosto de ver tudo acontecendo de forma natural. Do jeito que tem que ser. Mesmo com defeitos. Com realidades duras.
Exatamente do jeito que foi com nós.
Por favor, vem pra mim. Eu valho a pena. Prometo.
Me liga vai? Vem roçar sua barba em mim. Deixa eu tocar seus cabelos mais uma vez.
Já comecei a mendigar por você. E não tenho medo ou vergonha de fazer isso.
Pois você... você sim vale a pena.

sábado, 10 de novembro de 2007

De sapatos novos...

A princípio, eu era a mais quieta, mais introspectiva, mais mal-humorada.
Minhas amigas felizes... por todos os lados, radiantes.
Eu não estava sequer maquiada.
Logo de cara, rostos conhecidos.
Confortável. Roda de amigos.
Entrei no bar procurando algo sem saber direito o que era...
Encontrei. Encontrei meu querido amigo Nelson.
Parecia que eu já sabia que ele estaria ali dentro, daquele jeito. Exatamente como me lembro dele. Com aquela presença marcante, grandiosa. Que só ele sabe ter.
Cumprimentos afetuosos. "Depois eu volto, vou ali fora beber com umas amigas".
Voltamos à roda de amigos.
Conversas engraçadas. Incoerentes, descontroladas.
Pit Stop para "sociabilizar" com as amigas.
As cervejas brotando nos copos.
"Busca outra lá". Está certo, é a minha vez.
Faz social. Volta. "Sociabiliza".
Tudo vai ficando gradativamente mais engraçado.
Tudo acontecendo muito rápido.

Converso com a Marcinha. Ela sim é um ser humano maravilhoso. Não há quem não simpatize com ela. Carismática. Pena que nunca consigo estabelecer uma conversa decente com ela. Geralmente, quando me solto o suficiente para conversar estou muito alterada. Ela deve me achar mais uma dessas descontroladas boêmias da Praça Loservelt (peguei seu termo emprestado Marião).

Aparecem amigos. Que vão embora assim como surgiram.
Comentários dele. Ele repara em muita coisa.
"Seria ciúme? Esse humor levemente ácido, algumas observações expostas na roda."
Droga, estou cansada desses caras que não sabem o que querem.

Volto ao bar para finalmente conversar com meu amigo Nelson.
Como sempre, agradabilíssimo. Afagos. Saudade. Mãos.
Meu carinho por ele vem crescendo de forma muito intensa e rápida.
Ele de ressaca adquirida, eu trabalhando na minha.
Mais cerveja brotando no copo. Uma caninha vem nos visitar.
Eu misturo as bebidas e elas bagunçam minha cabeça. Ainda mais.
Muitos elogios de meu ser humano favorito.
Obrigada. Obrigada, obrigada. Meu anjo!***
A noite só foi melhor pela graça de sua companhia. Meu querido Raro.

Volto para a roda de amigos.
Um deles foi embora à francesa. Eu perdi a partida sem direito a um tchau.
Odeio e adoro despedidas. Odeio por simplesmente ser esse momento de abandono. Adoro por ser dado nas despedidas o melhor abraço. O abraço mais apertado. É nas despedidas que se dá para sentir a intensidade do outro em relação a você. E sentir esses segundos é o que me dá forças até o próximo encontro.
Portanto, não me privem das despedidas nunca. Isso me enfraquece.

Devido aos elogios, à sucessão de acontecimentos da noite, estou leve. Quero dançar, voar, dar piruetas, fazer de conta que estou em um musical.
Percebo que a bebida (ou a mistura delas) fez efeito.
Tudo começa a acontecer mais lento e rápido. Tudo ao mesmo tempo. As conversas ficam fragmentadas. Minhas neuras me lembram de minhas carências.
Todos conversando e eu ausente. Alguns foram embora e eu nem percebi. Não lembro se disse tchau ou não.
Começo a ficar puta por perder trechos dos acontecimentos. Quero saborear tudo, ver tudo, sentir tudo e não consigo mais.

Nelson anuncia que vai embora. Esse tchau eu não perco nem morta!
Ele vai. Não sei porque um segundo tchau é sempre mais gostoso do que o primeiro. No primeiro tchau fica tudo meio atrapalhado. Mas no segundo rola aquela coisa do abraço. Da entrega.
Por isso mesmo, corro atrás dele. Luto pelo segundo tchau. Esse amigo está tão instalado nos meus carinhos que sinto que posso folgar com ele e exigir esse segundo abraço. Tenho direito de ter saudades a poucos metros de distância.
Esse tipo de saudade sinto de pouquissimas pessoas. É quase um privilégio. Mas... sssshhhhiiiuuu, é segredo.

Aproveito e faço a via sacra. Satyros 1, La Barca, Parlapatões, Satyros 2. Vou encontrando mais rostos conhecidos pelo caminho. Todos alterados.
Meu eterno objetivo reaparece. Me concentro nele. A bebida me atrapalha. Eu o assusto. Estrago tudo. Tudo que estava indo perfeitamente bem. Até aquele segundo. Ele até estava me olhannnndooo. Tenho carência dele. Meu Ghandi.

Vejo meu breve e recente passado me confrontando, junto ao presente. Presente que já não deu certo, e que já desencanei. Desencanei desses meninos. Eles são meninos.
Agora eu preciso de homens. De caras que sabem o que querem, o que sentem e que não têm medo de assumir isso. Que se deixam gostar.
Distantes, ele e elas, vejo um desses meninos conversando com minhas amigas. Brando, como sempre. Ele é ótimo. Porém, muito menino. Esse não sabe mesmo o que quer. Ele quer minhas amigas. Todas minhas amigas. Todos eles querem elas. Podem ficar querendo, porque agora quem não quer mais sou eu.

No meio dessa minha via sacra sou abordada. Prometo voltar, pois a abordagem pareceu interessante.
Mando todos que encontrei no caminho à merda (mentalmente) e volto em direção ao meu abordador(?). A surpresa se revela ainda melhor quando ele conta que trabalha com música e palhaçadas (na verdade, é bem mais complexo e interessante do que isso, porém não vou lembrar do extenso nome de sua profissão de belos valores, que envolve uma porrada de coisas artísticas e lindas). Para completar a perfeição, ele pergunta meu signo e me presenteia com um nariz de palhaço... Detalhe: ele tem lindos cabelos cacheados (eu derreteeennnnndooo).
Meu Deus! Ele entende de astrologia e é palhaço!!! Logo eu deveria conhecê-lo mesmo, juro que sempre quis fugir com o circo e namorar um palhaço. Em relação a signos, quem me conhece entende.
Ele é de caranguejo. Química fudida!
Um palhaço de caranguejo, que me abordou e me deu um presente, um nariz de palhaço, que entende de astrologia, engraçado, inteligente, de amigos gente boa, que beija bem pra porra, gostoso, de cabelos cacheados, que é todinho bem feito, que tem o nome mais perfeito do muuunnndo.

Conheci um anjo. Um daqueles anjos descritos no blog do Nelson (www.escutaze.zip.net)
E que, com certeza, eu já estraguei com meu veneno.

Fui sincera com você o tempo todo. Espero que você tenha retribuído da mesma forma. A diversão fez cada segundo valer a pena. Até te dei meu telefone.
Juro que vou esperar você ligar. Juro que vou esperar. Vou esperar. Estou esperaaannndo.

Minhas amigas foram embora cedinho.
Foi com esse anjo que terminei minha noite e comecei meu dia. Com direito a segundo, terceiro, quarto abraço e até um loooongo beijo.
E o sol nascendo sobre nós.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Fecunda-ação

Olhando para ela, ele cantava:

“Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão”


Enquanto isso ela dançava, um balé descompassado, se acariciando, desejando ser tocada por ele.
A música ia ganhando intensidade e sentimento enquanto ele a olhava dançar, embevecido.
A dança dela ficava cada vez mais bruta à medida que seu desejo aumentava.
Ambos se olhavam intensamente.
Ele a despia com os olhos e ela se oferecia descaradamente.
Ela era o trigo pronto para ser debulhado,
A cana decepada,
A terra desejando ser afagada, desejando que sua mão mergulhasse nela. Em seu cio.
A terra pronta para suas sementes.
Ela sentia o desejo vibrar na voz dele. Na malícia do sorriso dele. Na brutalidade do olhar dele.
Ele era todo feito de desejos. Perdido em sua intensidade, ele só se concentrava em não perder também o controle e acabar matando a delicadeza dela com sua brutalidade.
O corpo dela todo doía de vontade dele.
Eles estavam juntos nos gestos, na voz, na melodia, nos olhares, na excitação, porém não poderiam se ter.
Não aquela noite.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

QI????

Pessoal... achei um site bacana.
Pelo menos serve para uma diversão temporária.
Meu QI, de acordo com este site é de 126.
Não vale roubar.
Eu fiz o teste em 20 minutinhos, é bem fácil.
O link: http://web.educom.pt/paulaperna/teste_qi.htm
Beijos,
F.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Ela era mil e umas em uma noite só.


Fase vermelha:
Unhas dos pés e unhas das mãos vermelhas.
Coração vermelho.
Sangue vermelho.
Gengivas sangrando.
Cabelos caindo.
Sonhos desbotando.
No copo, um vinho vagabundo desenrola seus pensamentos.
O colo do útero vazio da energia dele, pulsando vermelho de desejo.
Na boca um gosto de metal.
Ela não consegue ver o dia. Espera pelo chamado da noite.
Ela não sente mais nada na pele.
Nem dor, nem alegria, nem apego, nem desespero.
Durante a noite ela sai em busca de novos acontecimentos e conhecimentos.
Apesar de fazer tudo acontecer ela continua sem sentir. E volta para casa mais uma vez.
Uma espécie de medo a prende a essa rotina, que envenena aos poucos. Ela vai adoecendo aos poucos.
Mas não sente. Não vê. O declínio acontece sem percepções reais.
Tudo vai se alienando dela.
Tudo vai acontecendo ao redor. Para todos.
Ela não esboça sequer arrependimentos.
Ela está perdida. Não sabe o que fazer ou para onde ir.
O vermelho se instala ali. Lindo e intenso, como um papel de parede maldito e bem colocado.

Diálogos

Diálogo 1
Domingo à meia noite:
Ele: O que é que você está pensando da vida, hein Fernanda?
Ela: ...
Ele: Você passou a usar o carro, adquiriu sua liberdade, mas foi além. São Paulo é uma cidade perigosa!
Ela: ...
Ele: Você foi além. Buscou mais liberdades! Extrapolou!!
Ela: ...
Ele: Você EXTRAPOLOU!!!
Ela: ...
Ele: Tudo bem. Você tem amigos, vida social, tem seus compromissos, mas desde quinta, quanto tempo você passou em casa???
Ela: ...
Ele: Você tem família, sabia? Tem que avaliar o que é realmente importante!!!!!
Ela: ...
Ele: Isso não pode continuar assim. A partir de agora tudo vai ter que mudar. Tem que ter limites!!!!
Ela: ...
Ele: Agora vamos dormir porque já está tarde e nós trabalhamos amanhã.
Ela: Tem um barata embaixo do sofá.
Ele: ????
Ela: Tem uma barata embaixo do sofá, ela veio correndo da cozinha para cá enquanto você falava.
(Esse excesso de zelos está, inevitavelmente, me empurrando cada vez mais para fora)

Diálogo 2
Madrugada
Cara 1, Cara 2 e Menina:
A Menina entra no bar, o Cara 1 e o Cara 2 estão ali.
Se cumprimentam.
Cara 1: Menina, você tem fetiche por gordos?
Menina: ...
Cara 2: (...)
Se olham os três. A menina inconformada. O Cara 2 sem graça. E o Cara 1, com uma curiosidade e ironia venenosas. O Cara 1, pega o jornal das mãos da Menina, rasgando-o, e ameaça roubar a rosa já amassando sua haste.
A Menina olha brava e decepcionada para o Cara 1. A Menina olha para o Cara 2 pedindo apoio ou compreensão, apenas com o olhar.
Cara 2: Não liga não, ele está com ciúme.
Menina: Ah, meu querido amigo, o Cara 1 não sente ciúme de ninguém não. Nem da própria alma.
A Menina parte, pequena, com o jornal rasgado na mão e a rosa amassada na outra. Confusa.
(Essa falta de carinhos está me mandando embora. Você já me perdeu, querido, e junto perdeu todas as chances que eu te dera de me reconquistar)

domingo, 28 de outubro de 2007

Hoje é domingo

"Hoje é domingo
Pé de cachimbo
Cachimbo é de barro
Bate no jarro
O jarro é de ouro
Bate no touro
O touro é valente
Chifra a gente
A gente é fraco
Cai no buraco
Buraco é fundo
Acabou o mundo"

A vida poderia continuar simples assim.
Como nos tempos em que eu cantava essa musiquinha sem saber o porque.

Pelo menos teve cordel. Teve Nego bebendo cerveja do meu lado. Ao som de samba de coco.

Volto ao TCC e a à mais uma semana de carência.

Meu aniversário está chegando. Dia 31 para comemorar o 23.
E eu que contava com um aneurisma aos 20, hoje não sei bem o que fazer ou para onde ir.
E meu presente será uma noite de aflições de TCC.

E tudo o que eu queria era um buraco bem fundo para conhecer os desejos da terra. Ficar por lá.
Na suspensão do silêncio.
Eu e mais só eu. Me conhecendo e aprendendo a me respeitar.
Tenho medo de me encarar. Tive certos indícios do que sou e a visão não foi das melhores.
Não sei se aguento a queda ou o coice que vem logo em seguida.
Minha cama de improviso está me chamando.
Mas nem a escolha da tentativa de resistência eu tenho.
Só obrigações.
Uma vida inteira de obrigações.
E o Tim Festival acontecendo. A Bjork cantando.
Pessoas vivendo. A rua me chamando.
Uma vida de acontecimentos e eu tentando cumprir obrigações que nem sei mais se escolhi.

Ando afastada de tudo que mais gosto. Pelo menos sei bem do que gosto.
Gosto da noite. Dos bares. Da música. Da arte em suas diversas formas e segredos.
Gosto mesmo é de teatro e suas vertentes. Gosto de homens.
Gosto de bons livros e bons blogs.
Gosto das vozes de certas pessoas. De trejeitos elegantes. Gosto de sussurros.
Gosto de abraços e tudo que envolva o calor da pele.
Gosto bastante da sinceridade. Nua e crua.
Gosto da ingenuidade do nu. De sua exposição, de sua coragem. Não importa a forma ou a cor.
Ando aprendendo a gostar de dormir. E aprendendo a não querer acordar.
Gosto de crianças sapecas. Gosto de ficar em silêncio.
Gosto em excesso de sampa. Até além do que deveria.
Gosto de beijos em qualquer lugar, da cidade ou do corpo.
Gosto de certos compromissos. De algumas responsabilidades.

Porém ODEIO limites.

sábado, 27 de outubro de 2007

Quer saber?

ESTOU CAGANDO E ANDANDO PARA TODOS ESTES TEÓRICOS NADA ESTÚPIDOS DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS.
Estou cagando e andando para qualquer teórico de qualquer merda.
Bando de punheteiros homofóbicos.
Aposto que têm ódio das mulheres...
Aposto que são todos uns brochas...
Aposto que são tão feios que não têm nada melhor para fazer além de formular teorias estúpidas para outro bando de punheteiros menos competentes ficarem apreciando.
Quero que vocês vão à merda! Todos vocês.
A vida não é só isso porra!
Tanta teoria há tanto tempo pensada, formulada, para esse mundinho continuar essa bosta!
Que decepção hein!
E agora, por causa de vocês estou aqui, me fudendo dentro da inércia desses acontecimentos de teorias sem solução.
Vocês foram tão incompetentes que não ajudaram em nada.
Parabéns!
Agora, não exijam nada de mim!
Não sou obrigada atender as expectativas de ninguém!!!!
Menos ainda às suas...
Vocês queriam evolução, aplaudiram a evolução.
Olha aí o tamanho da merda!
Pra ajudar está tocando aqui na atmosfera essa porra desse rock remixado em funk...
De quem foi a idéia brilhante?!
Deve ter sido de algum teórico... ou de algum de seus amiguinhos. Bando de pederastas inválidos!
Graças a vocês estou perdendo todo o tesão pelo meu destino, pela vida.
Muito bem, conseguiram acabar com os sonhos de mais um ser humano.
Ah, mas que ingenuidade a minha. Pode crer! Afinal, este era o objetivo inicial de vocês, não era mesmo?
Acabar com os sonhos dos seres humanos e ficarem rindo, fumando seus charutos, brincando de deuses.
E ainda sou obrigada a perder a aula de teatro.
Foda-se. Preciso voltar ao TCC.

Beijinhos,

F.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Mastigando pensamentos

Preciso fazer minhas unhas.
Elas estão descascaaaannndo.
Meu cabelo está sujo. Preciso dar um tapinha em mim.
Eu estou desmontaaannndo.
Preciso fazer meu tcc.
Minha vida está desmontaaannndo.
Preciso reagrupar tudo. Eu e minha vida.
Preciso colocar essas duas coisas num mesmo caminho.
Eu e minha vida andamos caminhando separadas ultimamente.
É necessário reagrupar.
Eca! Que expressão mais corporativa.
Eu queria viver como num clipe da Joss Stone, onde todos são felizes e livres. Descabelados e bem vestidos.
Mas aprendi há muito tempo atrás que, apesar da trilha sonora, a vida não é um videoclipe.
Queria viver no coração do Cazuza. Andando sobre precipícios.
Não consigo definir ainda se quero me casar um dia, se vale a pena realmente.
Mas se fosse para escolher eu casaria com Devendra Banhart.
Aquele semi-hippie de maquiagem glam rock nos olhos.
Vegetariano? Que entende as dores do mundo.
A vida deve ser bem fácil do lado dele. Sem cobranças, sem amarras, sem "pré-conceitos", sem mesquinharias ou futilidades. Just love and music baby...
Não consigo mais arcar com minhas responsabilidades. Não sei se cheguei a um limite ou se desandei mesmo. Mas não consigo.
Alguma coisa dentro de mim está solta.
Algum laço desamarrou, arrebentou. Não consigo mais consertar.
É como se eu não conseguisse voltar atrás. E o pior é que não consigo nem me preocupar com isso.
Eu não era assim. Ando me estranhando.
Sem planos. Sem passado, sem futuro.
Algo não encaixa aqui dentro, e eu não consigo identificar qual é a peça.
Não faço planos porque não consigo querer mais nada. Ou ninguém.

- Se não quero mais nada estou satisfeita então? Se estou satisfeita, devo ser feliz. Pois tenho tudo o que quero? Então a felicidade é isso? É não ter mais o que querer. Perder as ambições, os planos? Viver no lado morno da vida? A felicidade é um cotidiano que te aprisiona à falta de novas vontades? A felicidade então é isso?
- Calma Fernanda. Sem pânico. A felicidade não deve ser só isso. Primeiro, porque você ainda não conseguiu definir o que é felicidade para você. Portanto, não sabe se o que tem é a sua felicidade. Segundo, não deve ser algo tão entediante assim. Terceiro, a felicidade não é uma constante. É uma variável influenciada por diversos fatores. Então, não é felicidade o que você tem, é estabilidade.
- Será? Falida desse jeito? Com esse monte de coisas que me afligem? Cadê essa maldita estabilidade?
- Ok, ok... desencana mais uma vez. Palavra inadequada.
- Se não tenho estabilidade, nem felicidade e ainda assim não quero mais nada, sobra essa falta de ambições, qual é meu problema?!
- A mais triste das conclusões querida... você se acomodou. Sinto muito.
- Droga. Juro que tentei evitar. Mas quando achamos nossa zona de conforto é muito difícil ter coragem de sair dela. E daí? Continuo sem saber o que fazer.
- Agora ninguém vai poder te ajudar filhinha...
- Putz... mas é o que tem pra hoje, não é mesmo?

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

É. Venho me acostumando a esse silêncio.
Essa vida muda de energias.
Sei que uma hora passa. Só não passa agora. Enquanto o presente se faz presente.
Estou cansada dessas vozes conhecidas.
Quero ir pra rua tomar chuva.
Andar pela Paulista à toa.
Beber gotas de veneno paulistano.
Enxergar o cinza do cenário da minha terra.
Sentar no chão do vão livre do Masp, ao léu.
Vestindo um blue jeans confortável.
Quero aquele tempo de tempo de folga para folgar de volta.
Torço para que meus cabelos parem de cair e minhas preocupações parem de brotar.
Quero escrever até sangrar os dedos. Escrever com liberdade, sobre o que eu quiser. Sem satisfações às Instituições.
Quero esse silêncio sim, mas de forma saudável.
Ando buscando um tempo para mim. Para que eu possa marcar um reencontro comigo.
As futilidades andam transbordando. Em todos ambientes.
Já nem consigo mais me cansar.
Vejo que não sou a única a reclamar. Andam reclamando minhas reclamações ultimamente.
As minhas são de eternamente.
E olha que quando eu reclamava ainda me proibiam.
Daí parei de reclamar. Passei só a sentir. Ou melhor, a não sentir.
E agora os outros reclamam.
Cada vez mais a flor da pele e fria.
Uma gota de ácido cai sobre a pele, fere e cria uma outra camada, mais dura. Impenetrável. Insensível.
Ando cultivando dúvidas.
Me agarrando às oportunidades do momento para evitar carências futuras.
Me agarrando ao que aparece hoje para doer menos depois. Evitando qualquer sentimento mal-resolvido.
Curtindo esse vazio de não sei o quê.
As sensações me escapam aos sentidos, pelas mãos, pelos pés, pelos olhos.
Cada fim de semana que finda é contagem regressiva para o início de outro que está prestes a começar.
Correndo contra o tempo. Com essa pressa que não cabe, que não combina.
Que não sabe o que busca.
Dias são labirintos mentais.
A memória não me falha, pois não há mais o que lembrar.
Os pulmões respiram timidamente. Com medo de acabar com o ar.
A voz se altera para disfarçar a rouquidão.
O cabelo ganha ondas para espantar o toque alheio.
Há muito tempo que não sou tocada. Não com carinho.
A pele sempre sente o interesse por detrás do olhar.
Sou um produto que contém substâncias tóxicas.
Continue fugindo querido.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Enquanto procuro meu talento encontro o dos outros.
Esse cara vê essa cidade que amo de uma forma
contemporânea e bela.
It suits the city.
O jeito dele é esse. O nome dele é Paulo Stocker.
Peço a permissão dele para expor seu trabalho aqui no blog.
Enquanto vocês passeiam pela Paulista, Augusta, pelas ruas do centro, esse cara se camufla à calçada, asfalto, paredes, prédios, carros, trânsito, pessoas, acontecimentos e caos. Enquanto tudo isso acontece ordinariamente, ele extraordinariamente desenha. Desenha essa massa de acontecimentos, inclusive você que agora é parte da genialidade dele.
Se quiser conhecer um pouco mais dele segue o link:
http://estudandosampa.zip.net/

Agora, toda vez que eu estiver perambulando por aí, vou procurá-lo pelas calçadas inconscientemente e torcer para que em algum momento ele me transforme em uma de suas personagens cotidianas. Ficarei honrada quando isso acontecer.
Muito sucesso Paulo.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Centro. Miolo.
Rua Augusta. Podre de Sampa.
"O beijo do lixo na boca do luxo". Ou seria o beijo do luxo na boca do lixo?
Sempre assim.
Décadence avec Élegance.
Meninos-homens de olhos pequenos.
É muito fácil se encantar com alguém de boa aparência.
É o defeito da beleza.

Na Augusta a vida pulsa escancarada.
Muito vaidosa a vida se mostra toda nua. Crua.
Em cada porta uma luz vermelha, embaixo de cada luz um corpo se apresenta.
Tão cruel e nu quanto a vida em são paulo.
Mas esses corpos malandros já não tremem de frio.
Estão habituados às durezas cotidianas.
Não há nada lindo ou de decente nisso. Mas não há nada de indecente também.
São apenas elas que acharam o meio mais econômico de fazer dinheiro.
Usando algo apenas seu. Sem explorar nada além daquilo que elas mesmas possuem.
Pessoas normais. Com bom gosto ou não.
Estão ali. E assim como os mendigos, não podemos fingir que simplesmente não estão.

Na real não somos nada diferentes deles e delas.
Buscamos sim dinheiro, eternamente.
Nos vendemos, nos prostituimos ao meio corporativo sempre que aparece uma perspectiva um pouquinho melhor.
Esmolamos e nos oferecemos por inteiro por amor e ainda não ganhamos nada com isso.
Fazemos tudo isso e, ainda pior, não temos coragem de assumir e ainda adotamos essa posição moralista hipócrita.
Quando exploramos algo, além de nós, exploramos os sentimentos, as idéias e energia dos outros.
Somos cretinos de primeira linhagem.
Na vida profana há muito mais sinceridades do que nos mais altos escalões da sociedade.

Isso vem me dando uma preguiça do ser humano.
Uma preguiça de fazer social. Preguiça de fazer joguinhos.
Esses joguinhos todos têm sempre uma intenção cafajeste por trás.
E nós ainda assim, nos rendemos, nos entregamos, nos vendemos ou compramos.
Estou cansada disso...
Estou cansada dos jogos de paquera, das palavras carinhosas desses caras que só querem aquilo no fim. Ou antes mesmo do começo.
Que querem a mim e além de mim todas as minhas amigas.
Que querem sempre "a garota mais popular ou a mais bonita do baile".
Estou cansada dessas pessoas que se rendem facilmente à beleza.
Estou cansada das atitudes motivadas por interesses. E todas as atitudes têm isso em comum.

Estou cansada desse mundo que se vende e se troca e se entrega e se quebra todas as vezes pelo dinheiro. Pelo sexo. Pelo consumismo. Pelo status. Pelas futilidades.

Estou cansada desses caras e dessas mulheres todos iguais. Fazendo jogos iguais.

E isso está em todos os lugares. Contaminando todos os paladares e ambições. Está entre as pessoas que eu conheço, está entre os intelectuais (todos eles), está dentro da minha família, está na mente e corpo de minhas amigas, está nas aspirações daqueles que gosto.

E não importa aonde eu vá, continuo sentada do lado de fora da roda gigante.

Venho perdendo a capacidade que eu tinha de sonhar, de fazer planos.
Tudo vêm perdendo o sentido gradativamente.
As pessoas têm ambições. As minhas vão e voltam.
Não consigo descobrir meus dons, minha vocação.
A vida vêm sendo simplesmente uma sucessão de dias.
A cada dia tenho vontade de ir mais fundo. Além.
Imagino que seja muito fácil se adquirir um vício. Pois é muito fácil ter uma desculpa ou qualquer algo que te faça esquecer dos problemas, das pressões, das cobranças.
Por isso mesmo me mantenho bem longe dessas coisas.

"Muitas companhias"
Na verdade não tenho nenhuma.
Não há nesse mundo alguém que realmente me acompanhe.
Que me aceite, que se importe.
E eu acho tão fácil aceitar e não cobrar nada de alguém.
Isso me afasta mais ainda da roda gigante.

Isso só faz aumentar ainda mais o deserto cheio de dunas aqui em volta.
Assim, vou me entregando aos pouquinhos e ninguém percebe. Assim é bom porque ninguém condena minha entrega.
Até o dia que eu sumir. Virar areia. Me misturar ao deserto.
Por enquanto não consegui encontrar o meu sentido nesse lugar.
Não faço bem ou mal a ninguém. Não causo grandes emoções. Muito menos grandes paixões.
Não faço ninguém rir. Muito menos chorar.

Por mais que pai e mãe amem eles nunca aceitam, nunca entendem.
Por mais que amigas sejam divertidas juntas e te apóiem elas nunca enxergam o tanto necessário.
Dos homens não vou nem comentar pois a decepção com estes é tão grande que eles foram rebaixados ao posto de simplesmente amigos e objetos úteis esporadicamente.
Perdi meu caminho há muito tempo. Eu tinha 15 anos e nem quero jogar a culpa em ninguém não.
Pois foi ali que eu vi que não valia a pena e foi ali que joguei tudo para o alto.

"Sou joguete do destino".

A vida não pulsa mais em mim. Pulsa apenas na Augusta, no centro, nos textos de certos bebuns brilhantes, pulsa nos palcos dos teatros, no sangue das personagens.
Eu sou só um cavalo, uma mula para tudo isso.

domingo, 21 de outubro de 2007

Faichecleres.
Os caras são realmente incríveis.
Mais uma vez camarins...
Assistindo a intimidade deles.
Eles são tudo o que cantam.
Mas são homens. E assumem que gostam dessa vida de "rock star".
Tão previsíveis quanto o resto dos homens.
Mas ainda assim interessantíssimos.

Foi legal. Foi normal. Foi Du Caralho!

Conheci pessoas interessantes, engraçadas.
Dancei sem pudores.
Foi no "Inferno".
Um lugar ao qual eu me habituaria facilmente em ir quando me desse na telha.

E mais uma vez essa porra desse blog se torna um diário. Quase um confessionário.
Quase, porque aqui ainda muita coisa é camuflada.

Mas não sou poetisa(!) ou escritora. Não tenho a obrigação de somente produzir coisas lindas, reflexivas, interessantes ou problemáticas.
Até porque mesmo que eu quisesse escrever um livro muitos sabem que os livros que mais vendem têm essa cara de diário.
Mas não sou interessante o suficiente para isso.

Voltando, ontem foi dia de Praça...
A praça estava de ressaca do Satyrianas. O que foi muito bom. Vê-la de volta ao normal.
Ver apenas os conhecidos. Sem flashes e afetações.
Cumprimentar apenas quem eu verdadeiramente gosto. Apesar de eu gostar muito de alguns deles e eles nem me conhecerem direito. Mas algumas pessoas merecem minha admiração. Merecem muita admiração.

Foi tranquilo. Voltei cedo. Estava com minhas amigas.
Se estivesse sozinha eu nem voltava. Se desse sorte ia amanhecer na feira comendo pastel.
Mas tudo a seu tempo.

Meu aniversário é dia 31.

Eu não queria estar sozinha esse dia. Especialmente nesse dia.
Vou comemorar na madrugada que une o dia 1º ao dia 2º. Na praça.
Eu não quero voltar para casa antes do sol. Quero amanhecer no Amistosos em boa cia...
Quero comer pastel na feira. Quero terminar/começar o dia ao lado de alguém que um dia, num futuro bem próximo vai me amar.
Mas essas coisas não se forçam. São espontâneas. Deixa acontecer.
Quero estar bem. Quero me sentir bonita nesse dia.
Quero não precisar voltar dirigindo. Quero ser levada. Para o céu ou para o inferno dele.
Quero ser levada, aprontar muito. Rir muito.
Aproveitar os bons e os maus excessos. E ainda assim ter ele do meu lado.

Não espero nada. Mas seu eu pudesse escolher ou sequer esperar, pediria para ele se apresentar até o dia do meu aniversário. Preciso conhecê-lo ainda.
Espero não decepcioná-lo.

Estou mergulhada no silêncio.

Agora licença que preciso cuidar do meu TCC(sic!)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Oi.
Eu conheci o Nick.
Não fui na festa de lançamento do livro mas conheci a pessoa dele.
O Nick é um cara muito bacana. Agora entendo porque todo mundo é amigo dele e fala bem dele.
Vou comprar o livro dele. Porque ele me disse: "Leia meu livro e depois vem comentar comigo o que achou". Porque ele me prometeu esses minutos de filosofia de boteco. Coisa que adoro.
Vou comprar o livro dele porque ele é bacana. Muito bacana.
O Carcará fez um desenho. Ele é muito talentoso. Meio perdido às vezes, mas bastante talentoso.
Agora tenho dois novos itens na lista de sonhos de consumo: O "Go" do Nick e um desenho do Carcará.
Porque a vida é assim. Deve-se admiração ao talento de certas pessoas.
Conheci também outros dois caras muito engraçados. O Regis e o Fernando.
Conversas agradáveis. Histórias dignas de seram contadas qualquer outro dia.
Porque hoje estou sem paciência para contar histórias.

Porque hoje é dia de show do Faichecleres... e depois, só Deus sabe.

P.S.: Me desculpem se errei alguns nomes. Mas havia conversas e risadas por todos os lados. E minha atenção estava totalmente dispersa. Distrações interessantes.
Mas foi bastante agradável. Coisa rara. Agradeço os bons momentos.
Hoje terei que voltar lá pois deixei uma conta pindurada...
Que cooooisa mais chata.

Até.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Justamente por isso...

Maldito inferno astral!
Rejeitada. Mais uma vez.
I really needed him. I really did.
Eu precisava.
Ele não sabe que se continuar me tratando assim vai me perder pra sempre.
Isso não é difícil de acontecer.
Seu telefone já foi apagado de todas as memórias.
Daqui a pouco meu corpo perde a vontade da sua pele. Não há química no mundo que me faça aceitar esse tipo de tratamento.
Não te aceito mais. Nem me olhe daquele jeito na próxima vez que nos esbarrarmos por aí.
Não atendo mais aos seus chamados.
Meu menino, seu lugar pode ser substituído muito facilmente.
Você é sim doce. Foi um doce. É brando e lindo. E isso não deveria acabar assim. Aliás, não deveria nem ter começado. Principalmente do jeito que começou. Vocês geralmente pecam quando mostram que se importam um pouquinho comigo. Se não se importa, seja claro. Mas, por favor, não me iluda.
Mas vocês não aprendem mesmo, não é?
Eu não aprendo.

Por isso que não me envolvo mais!

Um de vocês já me perdeu.
Você está começando a me perder. Se não fizer nada a tempo, quem não poderá fazer nada serei eu.
Ainda bem que o apego é pequeno. Assim dói só um pouquinho quando resolvo arrancá-los daqui de dentro.

Para me acalmar: falei com um grande amigo hoje.
Acho que ele não sabe o quanto eu o considero.
Até porque ele nunca foi mencionado aqui no blog.
E não deveria ser mencionado. O que sinto por ele está bem além de todos os outros relatos que apareceram aqui.
Temos história sim. Aliás, nossa história não acontece assim de uma vez. Ela se arrasta e sempre me surpreende. O blog nasceu um mês depois que nossa afinidade se estabeleceu.
Tenho sorte que ele mora longe. O apego seria inevitável. Irresistível. Irreversível. Tenho sorte de tê-lo conhecido. Ainda bem que temos pouco contato. Pois de você eu teria muita sede. Eu ia acabar nos estragando.
Não sei se você vai voltar a visitar esse cabaré...
Não sei se vai ler esse texto a tempo. Mas fique sabendo que você é muito especial para mim.
Tenho até medo de assumir isso e estragar o que temos. De ficarmos artificiais. De não termos mais aqueles momentos divertidos de malabares na rua e luz da lua.
Engraçado que... não nos vemos há uns 3 meses? Mas não esqueço de nada daquele dia...
Da breja e do lanche naquela avenida... Do luar. Do meio tempo.
Da despedida na porta da casa da vó. De viajar de volta à realidade de sampa pensando em como você sem perceber tinha mudado toda minha história.

"Non, rien de rien"

"Non, rien de rien
Non, je ne regrette rien"

"Não, nada de nada
Não, eu não lamento nada"

Eu estava aqui. Quieta. Lendo uns blogs com textos lindos.
Lendo a intensidade tão lindamente escrita por essas almas artísticas.
Lembrei-me de mim. Que amo a intensidade.
Lembrei-me de Edith Piaff, a personificação da intensidade.
Ela sim sentia. E por sentir assim extremamente ia até o fim. Se afundava sem medo, sem piedade.
E todos os outros, inclusive eu, somos apenas a imitação disso.
Apenas a inveja misturada com a covardia de ser tudo aquilo que ela foi.
Não me venham com moralismos hipócritas, pois nem disso sou digna.
Enquanto eu lia tive muitas surpresas. Boas.
É engraçado como as pessoas mais grossas são as mais delicadas.
As delicadas, as mais mundanas.
Será isso por que essas pessoas, nós, não nos sentimos a vontade na nossa própria pele?
Precisamos ir cada vez mais, um pouquinho mais fundo?
Nos destruirmos um pouquinho mais todas as vezes?
Sentir um pouco mais para provarmos a nós mesmos que estamos vivos...
Jogar a vida na cara aos tapas...
Arrancar sangue e lágrimas...
Se expor sem medo, sem arrependimentos... para tentar fazer os outros notarem como dói aqui dentro.
Precisamos de colo. Eu preciso de colo.

Minhas unhas vermelhas são a extensão dessa dor e do sangue das feridas abertas.
A mão simboliza a entrega que não acontece. A entrega de um momento que não chega.
As feridas não permitem essa entrega. Minhas unhas sangram.
Peço tapas na cara. Eles riem.
Tapas são toques intensos... Uma forma de cuidado malicioso.
Uma forma de preocupação extrema.
Meu coração vai se desfazendo no vento.
O topo de minha cabeça aberta deixa cair massa encefálica... isso me dá tonturas... Tonterias, besteiras... Assim todos vêem meus pensamentos. Minhas intenções ficam nas calçadas. Poluindo o visual.
Isso causa náusea aos outros.
Eles não aguentam a verdade.
Eu tenho que conviver com ela. E ela grita insandecida. Grita que vai explodir meu juízo.
Grita que vai rasgar meu peito. Vai dar nó nas minhas entranhas.
Vai roubar todas as minhas lágrimas.
Sobra esse vazio que eu não quero.
Minha pele se deforma. Meu rosto se deforma.
Meu corpo enrijecido se entorta.
Fico toda outra. Tensa. Vazia.
É só isso que eles enxergam.
Ninguém desconfia da dor. As aflições só sabem crescer.
O amor diminuir.
Olham e acreditam que está tudo bem. Que não há motivos para tais sentimentos.
A culpa não é de ninguém. Nem minha.
Redemoinho de pensamentos e emoções atordoam tudo o que sou.

Edith estava fudida na vida. Bastou um cara enxergá-la para ela se transformar naquele ser humano grandioso.
Eu também mereço uma chance.
Quero ver é se alguém vai ter a coragem de me enxergar.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Cabeça na bandeja

Engraçado... sempre que faço alguma besteira penso em minha mãe.
No quanto ela choraria ao descobrir.


Quinta-feira.
Como sempre aquele frenesi de atividades.
Saí do trampo, fiz as unhas (que agora permanecerão definitivamente vermelhas, ou até eu enjoar), passei em casa, falei com meu pai, comprei roupas, fui ao shopping comprar sapatos, voltei pra casa, jantei pizza com a família no Erich's, voltei pra home, tomei banho, fiz contatos, me arrumei e saí.
Ali começava meu feriado. Dando carona para dois grandes companheiros de aventuras, partimos em direção à Praça Roosevelt.
Chegamos já começando uma noite inspirada por Vitórias Régias, em homenagem à uma amiga dançarina-bailarina-coreógrafa-futura atriz-talento nato-modelo-sangue europeu-macaca-gazela.
Fomos bebendo aquelas bebidinhas e elas tomando conta da gente.
Enquanto isso o amigo argentino sumiu. Enquanto isso conhecemos várias pessoas.
Enquanto isso rolou um temperinho ao lado de grandes caras conhecidos na área, caras que eu admiro muito.
Enquanto isso estavam todos os caras que eu conheço e que me conhecem das mais diversas formas.
Pessoas fantásticas em saraus. Que apareciam e sumiam naturalmente.
Enquanto isso tudo foi se confundindo dentro de minha cabeça.
E quando eu vi já foi porque eu estava beijando meu melhor amigo e nem sou bem o que ele queria. Quando dei por mim, já tinha uma pessoa extra no nosso meio. Tudo lindo, tudo junto em plena praça, em frente ao Parlapatões. E de repente éramos cinco. Compartilhando nós.
Eu, ele e elas, as mais cobiçadas por todos os outros que estavam ali. Pocket show nosso. Naquele momento nos tornamos melhores amigos.
E eu já nem lembrava.
Fui ao banheiro, second pocket show. Meu amigo gritava meu nome na porta e as pessoas gritavam de volta que eu não estava bem. E minha cabeça se descontrolava.
E sei lá. Me lavei e saí mesmo com a maior cara lavada do mundo. Mantendo uma pose de "estou super bem, ninguém viu nada e ai se fizerem qualquer comentário apanham".
Voltamos ao murinho da praça. Comédia total. Aqueles ídolos todos ali encostados. Aquelas figuras de HQ Glam Rock. Os queridos da aldeia. Ali... temperinho com os queridos.
De repente conheço ela. Linda. Total Glam Rock. Total lenda.
Nada de simpatia mas nada de grosseria também.
Amiga da mina do meu cara eterno. Ex do meu cara temporário.
Fico pensando se esse O:\Temp de minha vida viu esse contato em segundo grau com a legendária. O que será que passou pela cabeça dele... Se é que passou alguma coisa.
Meu amigo foi todo cara de pau.
E ela disse que nunca teve a intenção de ser grossa.
Secret: She is not. Delicadeza mesmo. As pessoas que interpretam tudo errado.
Conversamos sobre nada. Daí ela tinha que sair em busca de mais um excesso.
Nós ficamos. Já tinhamos excedido.
As meninas iam e voltavam. Como alucinações.
O meu menino estava do meu lado. Me olhava e pedia para eu parar com tudo aquilo.
Dizia para meus amigos cuidarem de mim. Daí ele tinha que ir embora. Mais um convite. Dessa vez eu estava cansada demais para entender e encarar o convite.
Apareceu o pessoal da Olaria e quando percebi era dia.
O amigo argentino reapareceu do nada. Só quando ele voltou que percebi que estava sumido.
Hora de ir embora galera.
O Parlapatões vazio.
Um tchau atrapalhado a todos e fomos.


Sexta-feira.
Voltamos à praça.
Dessa vez eu e minha amiga. O amigo da noite anterior estava cansado demais.
Isso tudo depois de um dia inteiro de churras com a family.
Revi minha prima linda que agora está namorandinho.
Revi uma antiga amiga. Pessoa maravilhosa que nos ajudou muito nessa segunda noite de Satyrianas.
Vitórias Régias. Samba enquando nada acontecia. Confissões no meio da noite. A mesma galera da noite passada na rua.
Temperinho. Mais uma vez pocket show, dessa vez com direito à aparições de enfermeiras.
Tudo isso sem cair do salto.
A festa de minhas amigas acabou um pouco antes. Uma precisava ir pra casa e a outra precisava levar a primeira. Agradeço e peço desculpas às duas por tudo. Pelo cuidado e pela grosseria. Pelas peripécias.
Essa noite valeu muito a pena. Aconteceu tudo muito rapidamente. E era super cedo.
Mas a madrugada chegou e com ela chegou o Ilustre Nelsinho.
Roubei o momento dele junto aos amigos dele. Roubei ele dos amigos. Compartilhamos conversas, pizza, silêncios e carinhos. Olhares e mãos. Semi-confidências.
Compartilhamos silêncios.
Ele precisava ir. E eu precisava continuar a noite.
Pessoal da Olaria marcando presença. Risadas.
Afinidades. Descobertas. Saudade de algo que não se tem.
Discussões. Revelações. Carência.
A manhã apontando, o ânimo caindo.
Tchau para os amigos. Último abraço da noite. Esperando o amendoim descer goela abaixo.
O abraço. Eu podia ficar ali, naqueles braços para sempre. Ele nem desconfia. Se desconfia faz muito pouco caso.
Mas estou acostumada demais ao pouco caso desses meninos para ligar agora.
Abraço longo. Eu derretennnnndo.
Fui embora. Olhei para trás com esperança de qualquer coisa. Sempre em vão. Seria tão mais legal se eu não olhasse para trás, nunca. Mas sempre olho.


Sábado.
Maratona aula-família-teatro.
Levei todo mundo. Pai, mãe, tio e tia ao teatro. Levei mesmo.
Na porta dou de cara com ele. Vestido todo pela minha fantasia favorita, sem saber.
Lindo e vermelho, como só ele sabe ser.
Aquela cara dele. No olhar a abertura para o abraço. A timidez. O medo do pai e da mãe ficarem perguntando quem é. O medo do constrangimento tão cedo. Mais um desses.
Mais uma vez rimos com a peça. Os caras da Olaria Grandes Bosta são realmente incríveis!
Estão cada vez melhores. E são muito novos. Muito novos mesmo. Tomara que eles não percam a cabeça pelo caminho.
Fim. Aplausos.
Rumo centro. Bronca de pai. Cara fechada.
Só eu não entendi que aquela cara fechada do único homem que me ama nesse mundo era simples vontade de ir para a Praça. Desculpe meu velho, mas você precisa aprender a verbalizar.
Continuo te amando mesmo assim. Espero que você continue me amando do mesmo jeito quando começar a descobrir quem sou realmente.
Cheguei. Essa noite prometi a mim mesma: Coca-Cola.
Já cheguei tarde. Eram umas 3:00 am. O horário de verão comeu meu tempo.
Eu esperando o amigo. Aparece o meu menino. Lindo e brando. Silencioso.
Apenas me olhando. Fazendo apenas isso. E isso, naquele minuto, já me satisfazia.
Ainda bem que ele tinha compromissos. Ia acabar dando merda. Seu olhar ia passar a não me satisfazer mais. É incrível. Dele eu quero sempre mais.
Tomou um gole do meu refri. Olhou no meu olho. Atrevido. Foi abduzido por umas amigas. Sumiu assim como apareceu.
Meu lindo amigo companheiro de aventuras também chegou. E eu estava irritadinha. Não foi um dia fácil. Sorry my friend.
Momento especial: Nelsinho veio me cumprimentar.
"Amo-lo".
Estômago preparado para Vitória Régia lá pelas 4:17 am.
Galera Olaria. O comédia fazendo gracinhas. Ele também é uma gracinha.
Vitória Régia fazendo efeito levíssimo.
Hora de ir embora.
Hora de falar tchau.
Duplo tchau para os favoritos. Primeiro Nelsinho.
Os meninos-amigos-comédias.
O abraço mais esperado da noite. O abraço longo me fez querer ficar. Fiquei por dez minutos.
Depois percebi que ele não é meu e que ficar ali não resolveria em nada essa minha vontade dele.
Tchau! ... de novo
"Abraço longo mais uma vez. Será que só eu sinto isso no calor desse abraço?"
"Ui, preciso ir meninos."
Despedi-me de Nelsinho mais uma vez, porque ele merece todos os meus abraços.
Consegui no pretexto do tchau dar o abraço que eu queria no Super MB.
Super queridos esses caras da Rooooose.
Fomos embora.
Dessa vez não olhei para trás.


Domingo.
Aula de como derrubar seu ego e aceitar isso.
Churras em casa. Family day.
A criançada toda. Meus primos caçulas com suas namoradas. Grrrrrrrrr!
Eu sozinha. Meio perdida. Tentando estar ali em pensamento também. Tentando comer alguma coisa depois de três noites intensas para o estômago.
Todos saem. Ficamos eu, meus pensamentos, minha mãe rodeando, meu pai, tios e o som das bolas e tacos de sinuca lá no fundo.
Meus pensamentos me mandam para a rua.
Banho, perfume, chaves do carro. Amiga a tiracolo.
Mais uma vez chego à Praça.
Vejo ele e percebo que perdi algo para sempre. Uma pena, ele era tão divertido. Tão interessante. Antes de conhecê-lo eu não imaginava que precisava tanto assim dele.
Seria algo em seu timbre de voz? Até agora não decifrei o quê em você me arrematou desse jeito. Não entendi.
Não preciso mais de você. Mas sinto falta de te dar esse carinho que ficou todo aqui guardado. Contido em um espaço no qual não cabe mais. Desculpe eu não saber fazer você deixar eu te dar esse carinho.
Encerramos bem o feriado, com uma peça linda, linda, que valeu por todas que eu perdi nas Satyrianas.
"Cordel de um amor sem fim"
Dentro de um ônibus. Passeando pelo centro. Cortinas, peixeira, vestidos antigos, cantorias em belas vozes. Belo texto. Fim do passeio, fim do texto, fim da peça, fim do dia.
Tudo ali chegava ao fim. Até minha intensidade.


Lição do feriado: O olhar de um homem não é lugar pra se procurar ou encontrar a verdade.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Enquanto ela espera...

Vazio.
Pensamentos vãos. Não.
Nem pensamentos vãos.
Vão, buraco, fresta.
Fazendo tipo. Tipo para estes engravatados.
Gravatas. Engravatados fazendo tipo. Social.
Vestidos esvoaçantes. Floridos.
Belos discursos. Montes de palavras reunidas fazendo tipo.
Monte de palavras reunidas de forma coerente para não parecerem incoerentes. Fazendo tipo de texto bonito, de poesia.
O verdadeiro escritor é aquele que cria ou que reune palavras incoerentes fazendo melodia, rima?
Incoerência à flor da pele.
Na pele a incoerência dos poros. Delicadamente reunidos fazendo tipo de pele.
O eu lírico à flor da pele fazendo tipo.
Tipo de eu lírico. Tipo de eu mesma.
A melodia e a poesia soltos no ar. Longe do papel, longe da pena, longe do texto, que faz tipo de poesia.
Essa luz me favorece. Favorece meu eu lírico.
Meu eu lírico não se importa. Só se mostra.
Faz tipo de inspiração. A inspiração faz tipo de beleza.
Para alguns raros a inspiração se mostra verdadeiramente. Estupidamente. Sem fazer tipo.
Ela se apresenta descarada. Nasce e rasga entranhas. Provoca choques. Nas entranhas dos outros.
Os engravatados perdem as gravatas. As mulheres perdem as estribeiras. Minha inspiração perde a beleza. Eu perco as entranhas e o texto perde o tipo, o sentido e a rouquidão.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Extremos

Pare coração. Pode parar de bater agora!
Eu podia ter uma ataque cardíaco agora.
Eu queria ter um ataque cardíaco agora.
Eu quero ter uma parada cardíaca agora!
Muitas vezes por dia esse pensamento me ocorre.
Assim, sem explicação. Só com vontade. Muita vontade.
Acho que falta alguma coisa que me prenda à vida.
Se minha mãe lesse isso ela choraria. Com vontade de me esbofetear.
Ela responderia a isso com um tapa que abriria o lado esquerdo de meu lábio inferior.
Mas é isso. É a verdade. Tenho nada que me prenda a vida.
Lógico. Gosto muito de muitas coisas da vida.
Principalmente dos meus pais. Minha cachorra.
Principalmente do teatro, sem o qual eu não consigo mais imaginar uma vida sendo levada.
Minhas amigas queridas.
Mas ainda assim... sobra esse sentimento. De querer abandonar.
Não tem explicação.
Só não fui embora ainda por dó. Por dó de meus pais.
Eles são muito apegados. Mazelas de filha única.
Não sei o que eles fariam sem mim. Não sei o que sobraria deles sem mim.
Eu também não faria ou seria muito sem eles. Mas ainda assim sobreviveria.
É o curso natural da vida. Perder um filho é sempre mais difícil.
Hoje está um dia bonito lá fora. Eu faria uma última caminhada pela cidade que mais amo.
Escolheria um ponto bem bonito e alto para pular.
Ainda assim, torceria para meu coração parar na queda antes do chão chegar. Isso seria indolor.
Mas não sei se mereço o indolor.
Parada cardíaca. Deve ser o jeito mais fácil esse. O coração parando. Uma dor aguda e ...
Morrer deve ser como tirar uma roupa. Como se livrar de um excesso de peso.
Uma vez li em qualquer lugar que morrer seria como ter um último e mais intenso orgasmo.
Não fiquem chocados. Não precisa ficar com dó de mim.
Não estou em depressão nem nada. Minha vida está cada vez mais maravilhosa.
Desejar que o coração pare em um momento desses é até um grande gesto de ingratidão para/com tudo e todos. Uma grande hipocrisia.
É só que sobra essa falta de apego à vida.
Esse sentimento por um instante. Mais forte que tudo.
Enquanto isso, sinto meu peito arfando, meu coração pulando.
Talvez contra minha vontade.
Acho que sou realmente mais fraca que todos. Vejo aqueles diretores de grandes empresas, engravatados. Grandes cobranças por todos os lados. Tentando manter o controle sobre tudo.
Não é fácil estar em seus lugares. Assim como não é fácil ser mãe solteira aos 16, 18 anos.
Assim como não é fácil viver esmolando por qualquer coisa.
E logo eu, que tenho tudo, quero que dentro do peito algo pare de bater, de incomodar.
Giletes, armas, remédios, asfixias... vários métodos descarados, decepcionantes, previsíveis.
Métodos camuflados como beber, fumar, parar de comer, tudo em exagero e escondido.
Mas tenho pais que gostam demais de mim. Eles tentariam impedir todas as vezes, todas as tentativas, todos os métodos.
E daí, assisto um filminho desgraçado chamado "Dançando no Escuro" sobre uma mulher que não tinha nada nem ninguém, mas tinha uma vontade e alegria de viver filha da puta!
Só pode ser uma desequilibrada. Não sou forte como ela. Não consigo imaginar musicais na minha cabeça o dia inteiro. Pra completar ela fica cega!!
E eu aqui. Inteira. Querendo que o coração pare de incomodar dentro do peito.
Querendo tirar férias definitivas do universo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Esses caras...

E mais uma vez ficamos até amanhecer.
Desta vez, ao lado de um pessoalzinho bem engraçado. A noite foi aproveitada devidamente.
Do jeito que merecíamos.
Há algo de magnético naquela praça. Deve haver algum segredo em sua história.
Pois é lá que acontecem as nossas melhores histórias.


Conheci o ilustre Nelson Peres.
Da imaginação ao papel, do palco ao solo, ele se revelou ainda mais interessante e fantástico.
Se é que é possível ele conseguir ser ainda mais maravilhoso.
Pois ele é.
Foi um encontro, um momento mágico. Cheio de surpresas boas para mim.
Eu e a vodka, ele e a pizza. E foi assim que nos conhecemos.
Nossa conversa fluiu enquanto eu tentava conseguir gelo e ele tentava comer a pizza, toda hora interrompido pelo meu falatório, forçado a falar pelo meu inquérito.
Mas sempre muito simpático, receptivo, paciente, adorável. Afinal, aguentar a tietagem de uma garota de 22 anos não é fácil. Gostei tanto que se eu pudesse pagava a ele todas as cervejas do bar até a noite acabar.
Há algo raro nos olhos de Nelson Peres. Ele é raro. Único.
Ser humano fodástico. Especialíssimo.
Com ele a conversa é garantidamente deliciosa. Há vida nele. Sensibilidade do jeito certo.
Ele é daquelas pessoas que só de olhar te passam uma sensação boa.
Estou pra ver nascer outra pessoa assim. Justamente por isso, não posso perdê-lo de vista.
Sexta-feira tem mais de Nelson.
Lá no Maquinaria. Às 21h. "O Capote".
Quem for sábio irá. Até lá Nelson.


Continuando a noite... Estavam eles lá. Dois dos meus meninos.
O ponto de partida e o causador de tudo.
Ambos bem acompanhados. Por pessoas maravilhosas. Aposto!
Uma delas foi embora cedo. A outra eu acabei conhecendo e simpatizando.
Foi uma experiência boa para eu ver que estou bem assim. Que realmente não preciso deles. Apesar de muitas vezes, pelo menos um pouquinho eu querer eles mais.
Mas acho que essa noite me ajudou a superar tudo sobre eles.
Ao ponto de conseguir aceitar o fato de um deles se interessar e beijar minha amiga Kik's, a incrível.
Justo ele. O triste foi que, isso apenas para mim, ele caiu do pedestal de cara no chão. Mas beleza. O engraçado é que eu não esperaria nenhuma atitude diferente do outro menino meu.
Até já imaginei ele aprontando uma dessas.
É essa memória de um coração calejado por decepções. Cultivando cicatrizes.
Apesar desses fatos todos, não senti os cacos de vidro dentro dos sapatos.
Acho que finalmente estou bem. Mesmo sabendo da existência das cicatrizes. Que se fecham lentamente. Estou bem.


Um acontecimento que não pode deixar de ser mencionado é o aparecimento de um certo alguém por lá.
Um alguém desconhecido por mim. Talvez inédito no ambiente. Na praça.
Quem é esse cara?
Quem é esse cara?
Quem era esse cara de beijo bom?
De cheiro bom... carinho bom.
Que me fez acreditar? Que me convenceu a confiar?
Que me deixou a vontade o suficiente para ser sincera?
Quem é esse cara que realmente estava ali? Que parecia prestar atenção?
Quem é ele que quis segurar minha mão?
Quem é esse cara que faz tudo parecer certo?
Que faz tudo acontecer certo?
Que me faz acreditar que vai dar tudo certo...
Mais um príncipe que vai virar sapo?
Espero que não.
Te espero de braços abertos com aquele abraço do tamanho certo.