quinta-feira, 25 de outubro de 2007

É. Venho me acostumando a esse silêncio.
Essa vida muda de energias.
Sei que uma hora passa. Só não passa agora. Enquanto o presente se faz presente.
Estou cansada dessas vozes conhecidas.
Quero ir pra rua tomar chuva.
Andar pela Paulista à toa.
Beber gotas de veneno paulistano.
Enxergar o cinza do cenário da minha terra.
Sentar no chão do vão livre do Masp, ao léu.
Vestindo um blue jeans confortável.
Quero aquele tempo de tempo de folga para folgar de volta.
Torço para que meus cabelos parem de cair e minhas preocupações parem de brotar.
Quero escrever até sangrar os dedos. Escrever com liberdade, sobre o que eu quiser. Sem satisfações às Instituições.
Quero esse silêncio sim, mas de forma saudável.
Ando buscando um tempo para mim. Para que eu possa marcar um reencontro comigo.
As futilidades andam transbordando. Em todos ambientes.
Já nem consigo mais me cansar.
Vejo que não sou a única a reclamar. Andam reclamando minhas reclamações ultimamente.
As minhas são de eternamente.
E olha que quando eu reclamava ainda me proibiam.
Daí parei de reclamar. Passei só a sentir. Ou melhor, a não sentir.
E agora os outros reclamam.
Cada vez mais a flor da pele e fria.
Uma gota de ácido cai sobre a pele, fere e cria uma outra camada, mais dura. Impenetrável. Insensível.
Ando cultivando dúvidas.
Me agarrando às oportunidades do momento para evitar carências futuras.
Me agarrando ao que aparece hoje para doer menos depois. Evitando qualquer sentimento mal-resolvido.
Curtindo esse vazio de não sei o quê.
As sensações me escapam aos sentidos, pelas mãos, pelos pés, pelos olhos.
Cada fim de semana que finda é contagem regressiva para o início de outro que está prestes a começar.
Correndo contra o tempo. Com essa pressa que não cabe, que não combina.
Que não sabe o que busca.
Dias são labirintos mentais.
A memória não me falha, pois não há mais o que lembrar.
Os pulmões respiram timidamente. Com medo de acabar com o ar.
A voz se altera para disfarçar a rouquidão.
O cabelo ganha ondas para espantar o toque alheio.
Há muito tempo que não sou tocada. Não com carinho.
A pele sempre sente o interesse por detrás do olhar.
Sou um produto que contém substâncias tóxicas.
Continue fugindo querido.

4 comentários:

Karina Zichelle disse...

um dia...um dia eu ainda te convenço a reunir todos esses seus escritose publicar um livro!! Cada vez que entro aqui eu fico mais feliz. Sabe por quê? Porque vejo em vc uma pessoa livre das amarras sociais que nos alienam e nos embalam de noite. É na podridão que existe o maior encanto humano. E vc percebe isso!!! E, tem mais, vc percebe isso e ainda por cima escreve maravilhosamente bem! Por isso, trate de escrever um livro!! Não para ganhar dinheiro, mas para difundir duas inquietudes e seus pensamentos, que devem e merecem ser conhecidos por muitos!! Vc seria uma boa filósofa. Um dia, estaremos asduas, sentadas numa mesa de bar, tomando umas doses, e conversando, filosofando sobre esse monstro de carne que somos nós... passaremos horas, e horas assim...

Beijokas, linda!
Saudades de vc!
=]

Fran disse...

Andam reclamando minhas reclamações ultimamente.

Duli disse...

Bom, querida amiga, eu gosto muito de você e espero que você sinta isso. Não sei se o fato deu gostar muito de você vai te ajudar, mas é sincero e o que estiver ao meu alcance, eu farei.
Sei que isso não é tudo. Se fosse, acho que seria mais fácil. Mas a vida é cheia dessas coisas: relacionamentos, trabalho, diversão, pessoas chatas ao lado e pessoas legais longe.
E lidar com tudo isso é complicado. Então, é mais que natural reclamar. Não se cale não. Reprimir sentimentos faz mal a nós mesmos.
Sei que não dá pra sair por aí fazendo o que bem entende, se bem que deveria ser assim, mas adapte essas situações para a semana ser mais leve. Venho fazendo isso.
Até um dia ser livre. Lembre-se: daqui 5 anos: Atriz e Artista Plástica e nossa testemunha Presidente da República. Está documentado.
Te adoro, tá?
Se cuida!(eu e meu escesso de zelo! rs*)
beijos

Duli disse...

Oi, amiga. Só li seu recado no meu blog agora! rs
Menina, TCC é assim. Vc precisa de ajuda? Sério, eu ajudo, apesar de não estar mto habituada ao assunto, sempre há algo a fazer.
eu to aqui...sobrevivendo...de bem com o trabalho, mas com saudades demais de vcs.
vai dar td certo. me liga se precisar de algo, to falando sério.
isso passa e sempre e é comemorado com breja. na pracinha? rs*
te amo, amiga!
beijos