sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Então...

Falando em acontecimentos, esqueci de mencionar que ontem estourei o pneu do carro na Av. Vereador José Diniz pouco depois das 23h a uns 80km/h.
Sabe lá Deus como nada pior aconteceu.
Graças a Deus...
Mocinha indefesa impedindo o trânsito perto da meia noite.
Pneu trocado pela ajuda do pai e do tio.
Conclusão: Meu pai vai vender o carro.
Agora estou a pé.
Agora está todo mundo a pé.
Voltarei a frequentar os ônibus da cidade.
Viva o taxista Gilson!

Acontecimentos...

Essa noite promete.
Vai ter mini-maratona de teatro.
Vai ter encontro com a galera da praça.
Vai ter disputa de egos.
Vai ter muita coisa errada e certa a ser dita.
Vai ter loiros e ruivos e morenos.
Vai ter reencontro.
Vai ter eu calada observando tudo isso acontecer, praticando tudo o que aquele cara me ensinou, sem descer do pedestal.
Espero que tenha palhaçadas de anjos ou músicas em meus ouvidos.

Meu peito está sentindo. Essa noite promete.

Até lá.

F.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Uma noite rápida no gatilho

Mais uma noite despretensiosa.
Mais uma noite de zoeira, beer, drugs and blues na praça.
Todos os rostos conhecidos por lá, mais uma vez...
Minhas amigas queridas dentro da bolsa, espalhafatosamente em todos os cantos.
Cada uma de olho no seu cada qual.

Antes de qualquer coisa, peça linda de nome "ABO - A travessia de Ilana".

Assistam, terças, às 21:30h, até meados de dezembro.
Uma peça de visão feminina, que comove até os mais brutos machões.
Sensível, linda. Elenco jovem, da praça, eles mandam muito bem.
Uma peça sobre sentimentos que só as mulheres têm força para enfrentar.

Pós peça, "sociabilizações".
Encontro com novos velhos conhecidos.
A galera aumenta. Saideira à uma da manhã?
Duvido.
Amiga linda liga vindo de outra festa, dizendo para aguardar sua chegada na praça.
Sua chegada põe fogo no lugar.
A zoeira começa.
Histórias novas das amigas.
Histórias velhas se reencontrando.

Meus antigos dois meninos estão no recinto.
Um deles me dá a atenção devida. Leve. Me cumprimenta.
Como sempre deveria ter sido. Sem maldade. Sem cobranças, sem expectativas.
Apenas como bons amigos. Nem tão bons assim ainda, mas dê tempo ao tempo.
Tudo será superado. E seremos apenas bons amigos. Sem essas pontadinhas que vão e voltam aqui dentro.

O outro menino chega tardiamente na praça. Sempre lindo e brando.
Dá atenção à minhas amigas. Mas me dá atenção também.
A devida atenção. Me deu, despercebidamente, carinho também.
Se diverte comigo. Me divirto com ele.
Nos divertimos às custas um do outro.
Várias indiretas.
O banheiro ganha uma história para contar.
Com a visão de nossos all stars sujos por baixo da porta.
Tudo na maior discrição, se não fosse o flagra de uma das amigas.

Batem na porta e voltamos com a maior cara lavada do muuuunnndo.
Um de cada vez para disfarçar.
Ninguém no bar desconfia da bagunça. Exceto aquela ali que já sabe porque viu.
"All Stars vão pro blog".
Aguardamos uma boa história.

Quanto ao outro, descubro da boca do melhor amigo dele que nada foi dito.
Que ele me respeitou. Sempre.
Mesmo após ter ouvido da boca das amigas dele que "homens comparam" suas histórias, suas mulheres.
Mas ele me respeitou.

E isso me fez acreditar mais uma vez que eu gosto muito dele.
As pontadinhas no meu peito vão e voltam mais uma vez.
Crença que eu gostaria de perder. Sentimento que eu gostaria de perder.
Peço um selinho a ele.
Não em mim, mas na minha amiga.
Realizam meu desejo, ambos. Através de meu pedido realizo um desejo dele.
Só os tontos não percebem. Fica dado meu presente, Don Juan.
Afinal, não nos pertencemos.

O menino brando fica me instigando.
Ele diz: "Fernanda, ainda vou te pegar de jeito!"
Ela diz: "Bom mesmo, pois você está me devendo".
Engraçado, já ouvi essa história antes...
Violenta e preocupante. Terminou mal. Terminou muito bem.
Agora só resta o tempo passar para as pontadinhas aqui dentro passarem.
Mas logo passa.

Menino brando e eu nos rodeamos e ficamos de segredinhos.
Ouço da boca dele que meu segredo está bem guardado.
Me deixo acreditar. Me faço acreditar.
Vou filando mais alguns cigarros.
Ficamos de brincadeiras. Mas somos discretos demais.
É bom. Um menino não pode saber do outro.
Ele me convida a "deixar a mochila lá em casa, rapidinho".
Essa é outra história que conheço muito bem.
Neguei. Não neguei o privilégio do ato.
Neguei no troco. Troco por ter me negado a mesma coisa há algum tempo atrás.
Neguei porque agora quero algo seguro e sério, mais maduro.
Um namorado talvez.
O menino brando, puto ou não, vai embora. Bom mesmo, pra acabar com a putaria de resolver certas frustrações de fim de noite. Eu não sou descarga ou ponto de descarrego, caralho!
Quem me quiser agora, vai ter que penar.

Essa noite estava lá também aquele meu ruivinho. O mais velho.
Ele olhou para todas as minhas amigas, e no meio tempo olhou para mim também.
Foda-se. Ele olhou pra mim.
Veio me falar oi e tchau. Sabia meu nome.
Me chamou de brava.
Pois sou mesmo. Vá se acostumando. Porque quando eu mostrar o anjo que posso ser, você não vai querer ir embora. Então, acostume-se com minha braveza. Ainda desenrolaremos algo. Prometo.

Fiz amizade com um cara que está sempre na praça. Esse sabe de tudo.
Pois quando estão todos alterados, ele continua inteiro. Vê tudo, sabe tudo.
Ele sabe quem chega ou vai embora, em qual horário, com quem...
Ele já meu viu tanto no pedestal quanto beijando a boca do lixo.
E essa noite viramos amigos.
Ele me deu conselhos...
"Nunca pense que em um bar você vai conhecer e beijar um cara que de cara vai querer te namorar... No bar os homens estão por acaso, pela zueira, pela curtição, pelos amigos, não para achar um amor."
"É fácil lidar com os homens. Para que eles te dêem valor você tem que pisar neles. Pise mesmo. É isso que eles merecem. Seja poderosa. Só assim que eles cedem e vêm atrás."

Terminamos a noite na padoca. A galera junkie de sempre.
Dei conselhos a um menino de 23 anos. Que não sabe, mas ainda vai sofrer tanto por amor.

É isso.
Estavam eles lá. O Don Juan, o menino brando e o ruivo.
Olhei para os três. Me ofereci discretamente para os três.
Apenas um me entendeu. Esse sempre me entende.
Esse sempre tem umas atitudes du caralho! Sempre me seduz.
Eu poderia gostar dele, ou do ruivo, ou do outro ruivo (nossa... na praça sempre há uma certa concentração de ruivos. Eu adoro!).
Eu poderia gostar de quem gosta de mim.
Mas ninguém tira a máscara. Ninguém decide ou assume o que quer.
E as pontadas no peito vão e voltam pelo cara mais errado.

Ponto a ser considerado da noite: O tempo todo eu estive esperando meu anjo-palhaço ou meu músico.

"Não sou volúvel, sou volátil" - Amigo Renato.
O que quero dizer, meu bem, é que se você considera que me interesso por pessoas demais ao mesmo tempo, não é um defeito de meu caráter. Não sou fácil.
Talvez eu seja sim inconstante, mas só porque você, meu bem, não cuida de mim como deveria.
Acabo perdendo o interesse facilmente. Cabe a você tentar me reconquistar.
Todos têm a chance de me conquistar, quero ver é conseguir.
Enquanto isso, vou me divertindo com os caras errados.
"Girls just wanna have fun"

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Ok...
Acho que tinha um ácido no suco que tomei hoje à tarde.
Estou numa euforia...
Se passar um circo agora na minha frente fujo com ele e me caso com o mágico.
Ou seria o palhaço?
Shhhhhhiiiiu... é segredo.
Ontem três pessoas, das mais queridas precisaram de mim. Da minha companhia.
Não pude estar lá pelas três. Mas tentei ajudá-las com tudo o que eu tinha nas mãos.
E, naqueles segundos, naqueles olhos, naquelas vozes eu percebi o quanto essas três pessoas são muito importantes para mim.
Percebi o quanto eu gosto delas. O quanto eu preciso delas.
E percebi como cada uma dessas pessoas, à sua maneira, mudou minha vida para sempre.
Mesmo que sutilmente. Mesmo que fortemente.
E pensei o quanto eu amo essas pessoas e no quanto minha vida seria menos colorida sem elas.
E pensei em tudo o que já pensei na vida, e em tudo o que fiz, da forma que fiz, e vi como tudo valeu a pena, e como me arrependo de ter feito certas coisas erradas, e no quanto me orgulho da forma como tudo sempre, com muita sorte, termina bem...
E pensei em todas as vezes que pensei em me agredir de qualquer forma. Em como fui muito ingrata com a vida.
E como eu não poderia viver um dia sem essas pessoas.
Sem mim.
Pensei em como é bom viver, e amar, mesmo que sejam as pessoas erradas, e errar o tempo todo, e aprender o tempo todo também.
E temi, por mim, pela minha saúde, pela minha vida.
E pensei em tudo que ainda tenho que realizar.
Sei que muitos de meus textos são depressivos, intensos. São fiéis sim. Não mentem.
Mas são momentos.
Que não superam os momentos ao lado de todas pessoas maravilhosas que conheço.
Obrigada Luciano, Erika e Karina.
Por me ensinarem que a vida é maravilhosa. Apesar de suas frações desagradáveis.
Por mostrar que alguns de vocês precisam de mim e gostam de mim. Assim como gosto e preciso de vocês.
Por me ajudarem a finalmente enxergar da forma mais bela e mais completa.
Por me ajudarem a árvore de cegueira que vinha crescendo aqui dentro e que eu não sabia como começar a podar.
Agora, saiu do meu peito.
Agora ficou aqui um medinho. De tudo o que pode acontecer, de um dia me faltar a saúde. Meu bem mais importante.
Mas sei que terei alguns que me amam para me apoiar... do jeitinho que amo vocês, do jeitinho que tento apoiá-los.
Espero que esteja tudo bem com cada um de vocês... e comigo.
Vamos em busca de vida e aventuras, enquanto estamos todos bem e podemos.
Fiquem bem próximos de mim para sentir essa sensação que meu peito exala, que parece que vai me explodir, que vai explodir essa cidade inteira de tão intensa e boa...
Sei que não vai durar pra sempre. Então me deixa aproveitar agora.
Vem aproveitar comigo.
Fica aqui do meu lado e sente a intensidade chegando. Porque ela é minha e sua.
Não tenha medo de nada.
Só espera explodir.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Estupro

Chorei.

No lugar errado. Na sua frente.

Mendiguei por você.

Lutei por você.

Mas você não se importou com a guerra.

Por dó ou compaixão você me deu, por algumas horas, o que eu precisava.

Mas me deu apenas migalhas.

Tentei desesperadamente te arrancar daqui.

Ficou esse buraco. Só buraco.

Olha aqui meu peito aberto. Dolorido.

Por dó ou compaixão você ficou ao meu lado.

Se forçou a estar comigo.

E agora eu aposto que se sente usado, estuprado.

Arrependido.

Deve ter nojo de mim.

Seus olhos não conseguem mais encarar os meus.

Não há mais nada a ser dito.

Te conduzi à exaustão.

Assim como meus sentimentos me exauriram.

Te contaminei gota a gota com meu veneno.

Estraguei tudo mais uma vez.

Estraguei o nós que nunca houve.

E agora a solidão veio deitar ao meu lado.

Cantar no meu ouvido. Abrir minha geladeira.

Dançar na minha sala. Bagunçar minha cabeça.

Apertar minha garganta. Morder os meus olhos.

Perfurar os meus pés.

Preencher o buraco no meu peito.




Dos Três Mal Amados

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço
O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome
O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas
O amor comeu metros e metros de gravatas
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos
O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão
Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.


"João Cabral de Melo Neto"

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Goteira

Há uma goteira pingando.
Há uma torneira vazando.
Há uma goteira aqui.
Algo em mim está vazando.
As gotas não param.
Plec... Plec... Plec... Plec...
Estou enlouqueceeeeennnndo.
Não posso enxugar. Não consigo secar.
Há algo vazando aqui.
No meu peito.
Esvaziando.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Bob

Meu amor agora tem nome: Bob.
Nenhum cara nunca vai me amar como ele me ama.
Ele nem me enxerga direito ainda, mas já é completamente apaixonado.
Fica me olhando. Me encarando de um jeito delicioso.
É guloso. Super novinho. Manso.
Adora tudo o que faço.
Adora minhas mãos e meus pés.
Me morde toda.
Chora se não estou por perto.
Esse é o amor da minha vida.
Inigualável.
Bob é um cachorro vira-lata que ganhei de um guardador de carros perto do Sesc Pompéia.
Ele é literalmente um cachorro. Late, morde, pula, lambe, come, corre, brinca e dorme.
Bob tem apenas dois meses mas já soube roubar meu coração eternamente.
Meu amor é todo de Bob.
Que soube me amar e me cativar como qualquer cara real nunca soube.
Eu precisava te ter por inteiro
Para exorcizá-lo por completo de mim.
Foi isso mesmo. Tudo premeditado.
Porque você foi o último fator que me levou a não acreditar mais no amor.
Porque eu já não acreditava mesmo em finais felizes.
Porque agora eu só acredito em sexo.
Não acredito mais em segurar vontades.
Porque as vontades e as falta de realizações enchem minha cabeça de minhocas.
Porque eu precisava ir até o fim. Para perceber se eu devia abraçar a causa ou abandonar o barco.
Mas meu coração ignorou o fato de que o barco estava furado esse tempo todo.
Porque ter vontade de alguém faz você se apegar a isso tudo. A essa vontade, a essa pessoa.
Ter vontade faz o corpo e o coração sentir falta. Sentir falta desenvolve um carinho. Apego desnecessário. O apego corre o risco de acabar virando sentimento.
O sentimento vem e fode com tudo.
Não sobra nem a amizade.
O engraçado é que nós tivemos tudo. Só faltou a intimidade e cumplicidade.
Já estávamos fadados ao fracasso.
Eu estraguei o nosso único momento de cumplicidade.
Sou veneno em conta-gotas.
Destruo tudo o que me prova.
"Não sou pra casar. Para andar de mãos dadas no shopping."
Sinto muito se é isso que você procura. Medíocre.
A felicidade não é conjugal.
Sou veneno em conta-gotas...
E você tomou uma dose exagerada.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Serendipity

E quando eu achava que tudo estava perdido, acabado, ele reapareceu.
Ele veio até mim.
Ele me achou.
Antes de me encontrar ele me procurou, isso foi ainda mais significativo.
Meus pés já não tocam mais o chão.
Não consigo me conter.
Não consigo...
Mas continuo esperando. Não sei o que fazer. Como agir.
Qual o próximo passo. Tenho medo de estragar tudo. Eu, ele, nós.
Descobri ontem que eu o estava procurando há alguns meses.
Desde junho.
Eu o conheci displicentemente no meu lugar favorito em São Paulo.
Na Avenida Paulista. Um domingo lindo no outono. Ele realizando um de meus sonhos.
Ele distibuindo abraços grátis pela Paulista vestido de palhaço.
Meu anjo palhaço.
Me dá uma pista... me fala como é agir certo com você, pra você.
Porque eu tenho uma intuiçãozinha que já comecei tudo do jeito errado.
Agora se você gosta do errado, eu sei ser bem errada.
Se você gosta do certo, eu faço um esforço. Até aprendo.
Mas me dá um sinalzinho de que faço parte de seus interesses, se que estou entre suas preocupações, de que resido nos seus gostos. Bons gostos de preferência.
Me dá um sinal.
Por enquanto eu espero, mas se você me der um sinal, vai ficar tudo beeemm mais fácil.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Anéis de Saturno

Boa noite anjo.
Caí. Caí do último anel de cabelo que me segurava.
Mais uma vez de cara no chão.
Mais uma vez sem colchão ou cama elástica ou abraço para amparar minha queda.
Isso dói sabia?
Eu sempre soube que ia doer.
Acho que acabei escolhendo isso.
Já é noite e minha cama continua vazia.
Nenhuma chamada perdida no meu celular.
Nenhuma chamada sua.
Você consegue sentir minhas veias pulsando?
Consegue ouvir minhas entranhas chorando?
Claro que não. Nem você, nem ninguém.
A noite chegou para mim mais uma vez.
Estou perdendo o medo do escuro.
Me acostumando à cegueira.
Deixando ela crescer aqui dentro.
Sem forças para podar o que há de ruim.
E o sol veio para nos separar. Para me tirar tudo o que mais gosto.
Agora, tudo o que posso desejar é um "boa noite".
Um Adeus que não quer ser dito.
Um sussurro sem sentido.
Um beijo seco no portão do teu ouvido.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Das coisas que eu queria te falar...

Tivemos um tchau com gostinho de adeus.
Cada um para seu lado. Apesar do telefone trocado, não estou mais do seu lado.
Fui embora independente, mas esqueci de avisar que fiquei enroscada nos cachos de seu cabelo.
Estou enroscada na sua barba.
Não consigo me desvencilhar do seu cheiro, do seu gosto, do seu jeito.
Vem cá, aquele nariz de palhaço que você me deu deveria realmente ser usado?
Pois o nariz está muito apertado... acho que ficou preso.
E vai continuar preso enquanto eu estiver esperando você me ligar.
Vou avisando, não vou desistir assim tão fácil. Vou esperar. Estou esperando.
Assumi esse papel que você me deu.
Esperando, esperando, esperando, esperando, esperando.
Não tenho medo de me jogar daqui do alto por você.
Não tenho medo, não. De repente você me fez acreditar que valeria a pena.
E nem percebeu que fez isso.
Olha, você deve ser é muito esperto. Me dobrar desse jeito não é fácil.
Mas, de repente, você vale a pena.
Se você não me ligar vou me arrepender tanto de ter te conhecido.
Não dos momentos que tivemos juntos. Esses momentos... Ah! Foram melhores do que eu esperava.
Foram simplesmente... únicos, incomparáveis.
Mas é que agora, que passou, sinto falta. Foi pouco. Intenso, mas pouco. Muito pouco.
De você, não fico satisfeita assim tão fácil.
E te ter para não ter mais vai acabar doendo muito mais do que eu queria.
Desculpe se eu não te conheci em minha melhor forma.
Alterada. Despreparada. Displicente. Distraída. Descuidada.
Mas é que a vida não avisa quando as grandes oportunidades e os momentos especiais aparecem.
Acontece tudo assim, de repente. Sempre sou surpreendida. E ficar em guarda o tempo todo não é o meu perfil.
Gosto de ver tudo acontecendo de forma natural. Do jeito que tem que ser. Mesmo com defeitos. Com realidades duras.
Exatamente do jeito que foi com nós.
Por favor, vem pra mim. Eu valho a pena. Prometo.
Me liga vai? Vem roçar sua barba em mim. Deixa eu tocar seus cabelos mais uma vez.
Já comecei a mendigar por você. E não tenho medo ou vergonha de fazer isso.
Pois você... você sim vale a pena.

sábado, 10 de novembro de 2007

De sapatos novos...

A princípio, eu era a mais quieta, mais introspectiva, mais mal-humorada.
Minhas amigas felizes... por todos os lados, radiantes.
Eu não estava sequer maquiada.
Logo de cara, rostos conhecidos.
Confortável. Roda de amigos.
Entrei no bar procurando algo sem saber direito o que era...
Encontrei. Encontrei meu querido amigo Nelson.
Parecia que eu já sabia que ele estaria ali dentro, daquele jeito. Exatamente como me lembro dele. Com aquela presença marcante, grandiosa. Que só ele sabe ter.
Cumprimentos afetuosos. "Depois eu volto, vou ali fora beber com umas amigas".
Voltamos à roda de amigos.
Conversas engraçadas. Incoerentes, descontroladas.
Pit Stop para "sociabilizar" com as amigas.
As cervejas brotando nos copos.
"Busca outra lá". Está certo, é a minha vez.
Faz social. Volta. "Sociabiliza".
Tudo vai ficando gradativamente mais engraçado.
Tudo acontecendo muito rápido.

Converso com a Marcinha. Ela sim é um ser humano maravilhoso. Não há quem não simpatize com ela. Carismática. Pena que nunca consigo estabelecer uma conversa decente com ela. Geralmente, quando me solto o suficiente para conversar estou muito alterada. Ela deve me achar mais uma dessas descontroladas boêmias da Praça Loservelt (peguei seu termo emprestado Marião).

Aparecem amigos. Que vão embora assim como surgiram.
Comentários dele. Ele repara em muita coisa.
"Seria ciúme? Esse humor levemente ácido, algumas observações expostas na roda."
Droga, estou cansada desses caras que não sabem o que querem.

Volto ao bar para finalmente conversar com meu amigo Nelson.
Como sempre, agradabilíssimo. Afagos. Saudade. Mãos.
Meu carinho por ele vem crescendo de forma muito intensa e rápida.
Ele de ressaca adquirida, eu trabalhando na minha.
Mais cerveja brotando no copo. Uma caninha vem nos visitar.
Eu misturo as bebidas e elas bagunçam minha cabeça. Ainda mais.
Muitos elogios de meu ser humano favorito.
Obrigada. Obrigada, obrigada. Meu anjo!***
A noite só foi melhor pela graça de sua companhia. Meu querido Raro.

Volto para a roda de amigos.
Um deles foi embora à francesa. Eu perdi a partida sem direito a um tchau.
Odeio e adoro despedidas. Odeio por simplesmente ser esse momento de abandono. Adoro por ser dado nas despedidas o melhor abraço. O abraço mais apertado. É nas despedidas que se dá para sentir a intensidade do outro em relação a você. E sentir esses segundos é o que me dá forças até o próximo encontro.
Portanto, não me privem das despedidas nunca. Isso me enfraquece.

Devido aos elogios, à sucessão de acontecimentos da noite, estou leve. Quero dançar, voar, dar piruetas, fazer de conta que estou em um musical.
Percebo que a bebida (ou a mistura delas) fez efeito.
Tudo começa a acontecer mais lento e rápido. Tudo ao mesmo tempo. As conversas ficam fragmentadas. Minhas neuras me lembram de minhas carências.
Todos conversando e eu ausente. Alguns foram embora e eu nem percebi. Não lembro se disse tchau ou não.
Começo a ficar puta por perder trechos dos acontecimentos. Quero saborear tudo, ver tudo, sentir tudo e não consigo mais.

Nelson anuncia que vai embora. Esse tchau eu não perco nem morta!
Ele vai. Não sei porque um segundo tchau é sempre mais gostoso do que o primeiro. No primeiro tchau fica tudo meio atrapalhado. Mas no segundo rola aquela coisa do abraço. Da entrega.
Por isso mesmo, corro atrás dele. Luto pelo segundo tchau. Esse amigo está tão instalado nos meus carinhos que sinto que posso folgar com ele e exigir esse segundo abraço. Tenho direito de ter saudades a poucos metros de distância.
Esse tipo de saudade sinto de pouquissimas pessoas. É quase um privilégio. Mas... sssshhhhiiiuuu, é segredo.

Aproveito e faço a via sacra. Satyros 1, La Barca, Parlapatões, Satyros 2. Vou encontrando mais rostos conhecidos pelo caminho. Todos alterados.
Meu eterno objetivo reaparece. Me concentro nele. A bebida me atrapalha. Eu o assusto. Estrago tudo. Tudo que estava indo perfeitamente bem. Até aquele segundo. Ele até estava me olhannnndooo. Tenho carência dele. Meu Ghandi.

Vejo meu breve e recente passado me confrontando, junto ao presente. Presente que já não deu certo, e que já desencanei. Desencanei desses meninos. Eles são meninos.
Agora eu preciso de homens. De caras que sabem o que querem, o que sentem e que não têm medo de assumir isso. Que se deixam gostar.
Distantes, ele e elas, vejo um desses meninos conversando com minhas amigas. Brando, como sempre. Ele é ótimo. Porém, muito menino. Esse não sabe mesmo o que quer. Ele quer minhas amigas. Todas minhas amigas. Todos eles querem elas. Podem ficar querendo, porque agora quem não quer mais sou eu.

No meio dessa minha via sacra sou abordada. Prometo voltar, pois a abordagem pareceu interessante.
Mando todos que encontrei no caminho à merda (mentalmente) e volto em direção ao meu abordador(?). A surpresa se revela ainda melhor quando ele conta que trabalha com música e palhaçadas (na verdade, é bem mais complexo e interessante do que isso, porém não vou lembrar do extenso nome de sua profissão de belos valores, que envolve uma porrada de coisas artísticas e lindas). Para completar a perfeição, ele pergunta meu signo e me presenteia com um nariz de palhaço... Detalhe: ele tem lindos cabelos cacheados (eu derreteeennnnndooo).
Meu Deus! Ele entende de astrologia e é palhaço!!! Logo eu deveria conhecê-lo mesmo, juro que sempre quis fugir com o circo e namorar um palhaço. Em relação a signos, quem me conhece entende.
Ele é de caranguejo. Química fudida!
Um palhaço de caranguejo, que me abordou e me deu um presente, um nariz de palhaço, que entende de astrologia, engraçado, inteligente, de amigos gente boa, que beija bem pra porra, gostoso, de cabelos cacheados, que é todinho bem feito, que tem o nome mais perfeito do muuunnndo.

Conheci um anjo. Um daqueles anjos descritos no blog do Nelson (www.escutaze.zip.net)
E que, com certeza, eu já estraguei com meu veneno.

Fui sincera com você o tempo todo. Espero que você tenha retribuído da mesma forma. A diversão fez cada segundo valer a pena. Até te dei meu telefone.
Juro que vou esperar você ligar. Juro que vou esperar. Vou esperar. Estou esperaaannndo.

Minhas amigas foram embora cedinho.
Foi com esse anjo que terminei minha noite e comecei meu dia. Com direito a segundo, terceiro, quarto abraço e até um loooongo beijo.
E o sol nascendo sobre nós.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Fecunda-ação

Olhando para ela, ele cantava:

“Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão”


Enquanto isso ela dançava, um balé descompassado, se acariciando, desejando ser tocada por ele.
A música ia ganhando intensidade e sentimento enquanto ele a olhava dançar, embevecido.
A dança dela ficava cada vez mais bruta à medida que seu desejo aumentava.
Ambos se olhavam intensamente.
Ele a despia com os olhos e ela se oferecia descaradamente.
Ela era o trigo pronto para ser debulhado,
A cana decepada,
A terra desejando ser afagada, desejando que sua mão mergulhasse nela. Em seu cio.
A terra pronta para suas sementes.
Ela sentia o desejo vibrar na voz dele. Na malícia do sorriso dele. Na brutalidade do olhar dele.
Ele era todo feito de desejos. Perdido em sua intensidade, ele só se concentrava em não perder também o controle e acabar matando a delicadeza dela com sua brutalidade.
O corpo dela todo doía de vontade dele.
Eles estavam juntos nos gestos, na voz, na melodia, nos olhares, na excitação, porém não poderiam se ter.
Não aquela noite.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

QI????

Pessoal... achei um site bacana.
Pelo menos serve para uma diversão temporária.
Meu QI, de acordo com este site é de 126.
Não vale roubar.
Eu fiz o teste em 20 minutinhos, é bem fácil.
O link: http://web.educom.pt/paulaperna/teste_qi.htm
Beijos,
F.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Ela era mil e umas em uma noite só.


Fase vermelha:
Unhas dos pés e unhas das mãos vermelhas.
Coração vermelho.
Sangue vermelho.
Gengivas sangrando.
Cabelos caindo.
Sonhos desbotando.
No copo, um vinho vagabundo desenrola seus pensamentos.
O colo do útero vazio da energia dele, pulsando vermelho de desejo.
Na boca um gosto de metal.
Ela não consegue ver o dia. Espera pelo chamado da noite.
Ela não sente mais nada na pele.
Nem dor, nem alegria, nem apego, nem desespero.
Durante a noite ela sai em busca de novos acontecimentos e conhecimentos.
Apesar de fazer tudo acontecer ela continua sem sentir. E volta para casa mais uma vez.
Uma espécie de medo a prende a essa rotina, que envenena aos poucos. Ela vai adoecendo aos poucos.
Mas não sente. Não vê. O declínio acontece sem percepções reais.
Tudo vai se alienando dela.
Tudo vai acontecendo ao redor. Para todos.
Ela não esboça sequer arrependimentos.
Ela está perdida. Não sabe o que fazer ou para onde ir.
O vermelho se instala ali. Lindo e intenso, como um papel de parede maldito e bem colocado.

Diálogos

Diálogo 1
Domingo à meia noite:
Ele: O que é que você está pensando da vida, hein Fernanda?
Ela: ...
Ele: Você passou a usar o carro, adquiriu sua liberdade, mas foi além. São Paulo é uma cidade perigosa!
Ela: ...
Ele: Você foi além. Buscou mais liberdades! Extrapolou!!
Ela: ...
Ele: Você EXTRAPOLOU!!!
Ela: ...
Ele: Tudo bem. Você tem amigos, vida social, tem seus compromissos, mas desde quinta, quanto tempo você passou em casa???
Ela: ...
Ele: Você tem família, sabia? Tem que avaliar o que é realmente importante!!!!!
Ela: ...
Ele: Isso não pode continuar assim. A partir de agora tudo vai ter que mudar. Tem que ter limites!!!!
Ela: ...
Ele: Agora vamos dormir porque já está tarde e nós trabalhamos amanhã.
Ela: Tem um barata embaixo do sofá.
Ele: ????
Ela: Tem uma barata embaixo do sofá, ela veio correndo da cozinha para cá enquanto você falava.
(Esse excesso de zelos está, inevitavelmente, me empurrando cada vez mais para fora)

Diálogo 2
Madrugada
Cara 1, Cara 2 e Menina:
A Menina entra no bar, o Cara 1 e o Cara 2 estão ali.
Se cumprimentam.
Cara 1: Menina, você tem fetiche por gordos?
Menina: ...
Cara 2: (...)
Se olham os três. A menina inconformada. O Cara 2 sem graça. E o Cara 1, com uma curiosidade e ironia venenosas. O Cara 1, pega o jornal das mãos da Menina, rasgando-o, e ameaça roubar a rosa já amassando sua haste.
A Menina olha brava e decepcionada para o Cara 1. A Menina olha para o Cara 2 pedindo apoio ou compreensão, apenas com o olhar.
Cara 2: Não liga não, ele está com ciúme.
Menina: Ah, meu querido amigo, o Cara 1 não sente ciúme de ninguém não. Nem da própria alma.
A Menina parte, pequena, com o jornal rasgado na mão e a rosa amassada na outra. Confusa.
(Essa falta de carinhos está me mandando embora. Você já me perdeu, querido, e junto perdeu todas as chances que eu te dera de me reconquistar)