sexta-feira, 23 de julho de 2010

Quando damos nome aos bois

*

Eu desaprendi
Não sei mais ser carinhosa
Não sei mais gostar das pessoas
Não sei mais me importar
Não sei mais olhar além das lentes alemãs

Me tornei um ser humano frio
Frígida

Porque quando nomeamos os acontecimentos
Eles começam a pesar como lasanha estragada
no fundo do estômago

Me tornei menos criativa
menos imaginativa

Como cachorro amarrado com fio de luz
em poste de alta tensão

Não sei mais me importar
e não quero mais satisfazer
muito menos dar satisfações

Quero ficar bem quieta,
bem sozinha
e pagar pela minha paz
e pelo meu copo de uísque.

*

quarta-feira, 21 de julho de 2010

As Capivaras do Rio Preto





*

Eu poderia contar-lhes as histórias
das Capivaras de São José
do Rio Preto
As Capivaras da represa
amareladas de amargura
amareladas pela falta de espaço
amareladas de asfixia
Que atravessam ruas
fora das faixas
dos pedestres
E se misturam
aos desumanos

Mas não vou

Porque não.

*

domingo, 11 de julho de 2010

"Meu Disfarce"

*

Thigas, obrigada pelas conversas, cigarros, ouvidos atentos, conselhos, caronas e compreensão de alma.

Erika, obrigada por ainda ser você. Por ser inteira. Ou por tentar.

Marcio Américo, obrigada por, no meio de todas as risadas, dizer sempre coisas tão bonitas. Obrigada pelas risadas. Obrigada por se lembrar.

Wandeco, obrigada pela sinceridade e por tentar olhar nos olhos, quando já é bem difícil.

Mario, obrigada por ainda notar.

Fábio, obrigada por estar sempre ali e por enxergar.

Du, muito obrigada.

*

A música mais bonita do fim de semana...

"Meu Disfarce"

Composição: Carlos Roque / Carlos Colla

Você vê esse meu jeito
De pessoa liberada
Mas não sabe que por dentro
Não é isso, não sou nada...

Tenho ares de serpente
Mas em casos de amor
Sou pequena, sou carente
Sou mais frágil que uma flôr..

Eu me pinto e me disfarço
Companheira do perigo
Eu me solto em sua festa
Mas sozinha eu não consigo...

Digo coisas que não faço
Faço coisas que não digo
Eu te quero meu amado
Não te quero meu amigo...

Cada vez!
Que eu sinto um beijo seu
Na minha face
Eu luto prá manter
O meu disfarce
E não deixar tão claro
Que te quero...
Cada vez!
Se torna mais difícil
O meu teatro
Não dá mais prá fugir
Do seu contato
Estou apaixonada por você...

Eu me pinto e me disfarço
Companheira do perigo
Eu me solto em sua festa
Mas sozinha eu não consigo...

Digo coisas que não faço
Faço coisas que não digo
Eu te quero meu amado
Não te quero meu amigo...

Cada vez!
Que eu sinto um beijo seu
Na minha face
Eu luto prá manter
O meu disfarce
E não deixar tão claro
Que te quero
Cada vez!
Se torna mais difícil
O meu teatro
Não dá mais prá fugir
Do seu contato
Estou apaixonada por você...

*

quinta-feira, 8 de julho de 2010




*

Porque eu pisei novamente no palco
E após meses de árduos duelos e batalhas
Consegui me sentir em casa
E quando comecei a acreditar que era possível
ser feliz novamente
Acabou
Porque a felicidade é algo efêmero
É o que dizem
E então restam apenas as salas de ensaio
as músicas de pianos no ipod
E sou lançada ao início
Marco Zero
Forçada a uma eterna busca
Reconstrução da alma
Entre a falta de ar
E o preço da minha paz
e da minha liberdade

*