sábado, 27 de dezembro de 2008

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Às favas com o amor, o que eu quero é dinheiro e sucesso...

Vou virar o ano com uma calcinha dourada.

2009 pode vir arrebentando em meu peito que meus pés estarão bem presos ao chão.

Alguém aí quer champagne?

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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

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É essa minha mania de querer ter tudo nas mãos e não conseguir segurar nada.

Bom te ver.

Bom te ter, mesmo que só desse jeito...

Eu já não escondo mais nada. E as mãos?! Não sei o que fazer com elas.

Por isso tiro fotos. Freneticamente. Meu álbum está repleto de figurinhas suas.

Desculpe. Sei que isso é uma invasão. Mas sou assim.

Vou invadindo os espaços, tentando fazer parte de tudo. Pra ver se consigo deixar

pelo menos um pouquinho de mim em você. Uma impressão que seja. Uma porção.

De ilusão pra mim.

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That's my sad christmas.

FELIZ NATAL

domingo, 14 de dezembro de 2008

Um Tiro no Escuro

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O vermelho lhe cai bem.
Esqueci de comentar.
Eu seguro todas suas ondas. É só você me pedir.
Você sempre acerta meu tamanho no seu abraço. Que é incomparável. Dos melhores.
E sei exatamente o que fazer com aquela sua confusão de sentimentos. E com a ansiedade. A sua, porque a minha me põe louca.
Mais uma vez os homens me mostram como conseguem ser bons amigos.
Esse foi um bom ano.
Tive teatro, tenho dinheiro. O que mais posso querer.
Não vou nem entrar naquela velha discussão sobre romance, ou sobre a falta dele.
Esse ano fui presenteada com uma tranquilidade apática.
É como se eu estivesse recuperando forças. Reunindo energias.
Não, não sei ainda pra quê, mas sinto que vai ser algo muito importante.
Tenho uma paixão oculta por profecias.
Se tenho andado calada e sozinha é porque aguardo que o meu destino cumpra seu papel.
O meu papel eu já engatilhei.

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domingo, 30 de novembro de 2008

Ain't no sunshine...

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Tá um dia lindo pela janela.
As pessoas querem sair e viver.
Eu juro que só quero paz.
E espero um mínimo de sinceridade, mesmo quando não dá pra esperar mais nada de bom.

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domingo, 23 de novembro de 2008

Notívagos

Tenho tentado mudar o mundo.
Tenho tentado mostrar às pessoas que eu realmente gosto delas e o quanto isso é grandioso e importante pra mim.

Ando procurando roupas sociais impermeáveis. E ando bolando um plano para conseguir ir trabalhar de galochas...

Ando procurando, acima de tudo, alguém com quem dividir o cinzeiro, o whisky e as conversas fúteis.

No final das contas, os meninos acabam sempre me mostrando como conseguem ser melhores amigos do que as mulheres.

domingo, 9 de novembro de 2008

EGODRAMA

Ok. Juro que essa é aquela época do ano, que antecede o natal e vem depois de tudo que já podia ter acontecido de bom ou mau ao longo do ano, em que todas as pessoas se sentem mais e mais sozinhas e pensam em suas mães e seus pais e seus maridos/esposas e cachorros e irmãos e começam a ter ataques de EGODRAMAS!!!!

Eu já declarei que não tinha paciência antes. Tenho menos paciência agora.

E as crises aparecem por todos os lados, só que as pessoas não entendem que após os dezesseis anos as babás desaparecem num mundo mágico das babás e que os seres humanos normais e maduros não são obrigados a tolerar todas aquelas crises de ego infantis.

Esse ano, pessoas por todos os lados apresentaram os sintomas.

E esse ano eu não vou levar desaforo pra lugar algum.

Mas vou manter aquela postura blasé minimalista porque assim eu me divirto muito mais.

A adolescência só acaba aos 50 anos.

E a infância começa aos 60.

Little hug,
Little kiss.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

P.S.

E agora Obama? Até quando vai continuar o Oba Oba Obama?
E o que você vai fazer a respeito do Oriente Médio?
E o que vai fazer a respeito da emissão de poluentes?
Onde vai enfiar os problemas da sua economia? Que rumo vai dar à ONU?
Até quando vai fazer seus showzinhos para paparazzis?
Até quando vai manter esse seu discurso de palestra de auto ajuda?
Hein, Obama?

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Todos andamos buscando aquela estrada.
Todos corremos por aquela estrada desesperados em achar o caminho certo.
Só não sabemos que a estrada não leva a lugar algum.
Só não sabemos...
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Sinto muita saudade.
Hoje, perdi o chão só por me lembrar.
Mas você me deu um abraço e um ponto final.

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segunda-feira, 27 de outubro de 2008

ReflexoãxelfeR

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Hoje, os sapatos não apertam mais seus pés.
Enquanto isso, ela brinca de ser bailarina no metrô para uma platéia idosa e solitária.
Uma platéia que observa os movimentos dela com olhos curiosos e muito silêncio. Uma platéia que inveja toda aquela jovialidade e leveza de movimentos.
Ela sorri para a platéia. Ela sorri para o nada.
Nenhum dos dois correspondem às suas expectativas.
Ela anda procurando a concentração que acabou se perdendo no caminho. Que se perdeu no exato momento em que ela deixou de sentir.
Um dia ela disse como achava bonito ser blasé. Agora ela realmente não sente mais nada.
Tudo o que sente é aquela coisa estranha por aquele cara estranho que é mestre em enviar os sinais errados só pra aumentar a aflição da menina.
Mas isso não lhe rouba a dança ou a inocência.
Por isso ela move as mãos daquele jeito tão delicado e bonito.
Por isso é tão feliz com sua platéia solitária.
E ouve músicas dentro de sua cabeça e pensa em forma de poema.
E ri sozinha.
Enquanto o resto do mundo cochila encostado nas janelas sujas do metrô.

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domingo, 19 de outubro de 2008

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

I love the sound of you walking away

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Sinto falta dos olhares meus que moravam em seus olhos.
Sinto falta da espontaneidade roubada no abraço.
Faz falta o som da sua gargalhada estúpida de moleque ainda.
Falta até aquele toque no ombro e o cheiro de novidade de nós dois.
Sinto falta da falta que você não sente de mim.

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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Insuficiência

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Eles eram amigos.
Muito amigos. Riam juntos, dançavam juntos (mesmo ele não gostando muito), bebiam juntos, amanheciam juntos, faziam piadas que só o outro entenderia, olhavam as coisas e se olhavam, viviam vidas separadas juntos.
Mas tão jovem quanto ele, ela era.
E tão jovem quanto ele, ela se foi.
E ele sentiu muita falta dela, fez questão de sentir. Muita falta.
E da mesma forma, ele fez questão de esquecer.
Tudo o que eles tinham sido juntos.
Ele era novo. Tão novo quanto ela quando ela teve que ir.
Mas o que ele não sabia é que ela tinha abdicado do Paraíso só pra ficar do lado dele mais uma vez. Mesmo sem saber como. Mesmo sem saber por quanto tempo.
Ela desistiu do Paraíso pra ficar do lado dele.
Ela fez questão de não esquecer.
E tão rapidamente ela partiu e chegou.
Buscou mais de vinte anos por ele. Muito mais.
E por mais de vinte anos ele sofreu. E viveu. Bem ou mal.
Por mais de vinte anos ela se sentiu perdida e sozinha.
Até que um dia aquele cara pra quem ela olhava sob aquela luz forte era ele.
Ela sabia quem ele era.
Mas ele não imaginava.
Ela o conheceu e reconheceu e descobriu que ele agora estava sozinho e perdido.
E que apesar de todas diferenças e vivências ela o entendia e era mais sábia do que ele. Mas disso ele não sabia. Nem poderia saber.
E ela sofreu. Por ela e por ele. Sofreu por tudo que os dois tinham sido e perdido juntos. Sofreu pela solidão dos dois.
Agora eles se vêem de vez em quando.
E ela continua entendendo e apoiando e sabendo tudo que ele é.
Ele não. Ele não sabe de nada. Nem poderia.
Mas nada disso impediu o que ela sentia.
Até hoje eles se esbarram por aí. E andam por aí. E voltam pra casa sozinhos.
Fingindo que não sabem quem são.
Até hoje ela o acompanha com o pensamento e com os olhos.
Mesmo quando a vida é dura e dói nos pés, nos ombros e na cabeça...
Até hoje ela espera por cada um dos olhares dele.
E espera que ele reconheça o que resta dos dois no sorriso dos olhos dela.

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terça-feira, 7 de outubro de 2008

Tarefa do dia

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Decifrando e resgatando pessoas.
As que realmente valem a pena apenas.
Administrando o tempo que resta.
Desejando dançar um blues com um copo cheio nas mãos.
Morrendo de sono.
Trabalhando e correndo e buscando e amando um pouco mais.
Todos os dias.

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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Hide and seek

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Ah é? Então me dá uma dica ou um sinal qualquer.
Mas você não tem coragem, não é mesmo?
E eu não posso prometer nada pro seu medo.

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terça-feira, 30 de setembro de 2008

Restos meus

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Foi numa tarde como essa, de céu pintado à mão, óleo e carvão, que meu coração voltou a caber na palma de uma mão tão pequena quanto a minha.
E todos os clichês caíram mais significativos ainda sobre minha cabeça.
Um coração apertado por ter uma caçamba apertada pra tanta areia.
Por não ter olhares e gestos que pudessem dizer um algo mais.
Por não ter nada além do copo na mão.
Por não fazer parte e não ter uma história e não ser envolvida em qualquer coisa.

E mais uma vez sobraram de mim só os pedaços. Talvez nem mais esses.

Mesmo quando tudo está acontecendo e não tenho mais aqueles motivos tolos, ainda há uma peça quebrada aqui. Sem conserto.

Mas vou continuar gostanto e esperando, mesmo que em vão, mesmo que pela 1074992048 vez eu chegue a conclusão de que o único feito pra mim é meu cachorro Bob.

Os Três Mal-Amados - João Cabral de Melo Neto

"Joaquim:

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato.
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço.
O amor comeu meus cartões de visita.
O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.
O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas.
O amor comeu metros e metros de gravatas.
O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus.
O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.
O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.
O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.
Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.
O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.
O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.
O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.
O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.
O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.
O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte."

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

The changes have arrived

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Nesse momento, muito feliz!

Bem que me falaram que tudo mudaria à partir de setembro.

As grandes mudanças são sempre em setembro.

Obrigada a todos que sempre estiveram do meu lado.

Agora, as coisas começam a acontecer. E é progressivo. Eu sei. Eu sinto. Eu sei.

Muito feliz!

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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ainda sou a mesma mina que fala de amor

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Para quem não conhece, apresento CASCADURA e a melhor música do mundo por hoje. Bom de doer.

http://www.youtube.com/watch?v=pcmX6J6S6Xs

Mesmo eu estando do outro lado

"Pode ser que num reencontro já não seja mais isso
Nem há esse compromisso
Ainda assim quero te ver

Eu tenho andado distante de tudo e de todos
Meus dias vão correndo e você entrou em meu sonho
É quando o rádio me avisa onde é que eu estou
Com tudo que eu posso ouvir: Me and You
Mesmo eu estando aqui do outro lado."

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sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Dança da meia noite

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Não se deixe levar pelo encanto da leveza dos meus pés nessa valsa inocente.
A dança pode até parecer prazerosa, mas só eu sei da dor que sinto enquanto meu sangue se transforma em pó seco dentro das veias.
É que eu tô dançando com a solidão, meu bem.

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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Do blog do meu amigo...

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Passeando pela blogosfera e visitando pensamentos amigos me deparei com o texto, que eu tomei a liberdade de "ctrl+c / ctrl+v", abaixo. É um texto do meu amigo Leonardo Ulian Dall Evedove, que é duro na queda e doce no abraço, percebe-se seu talento e inteligência só de olharmos para ele, recentemente postado em seu blog: http://leoeoespelho.blogspot.com/

Ah, Leo. Você sabe o quanto eu te admiro. Desde quando você era um menino perdido no interior...

Li, senti. Chorei. Fiz parte. Doeu em tudo que era verdade em mim.

Percebi que ando criando gatos também e até entendi minha recente paixão por eles.
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"Da origem dos gatos

Quem convive com gatos já deve ter percebido que eles sempre desaparecem por microssegundos, que seja, no dia. Há quem diga que surgiram das sombras. Por isso são furtivos, porque são da mesma substância delas. Por isso têm sete vidas, enxergam no escuro e andam sempre de soslaio, quase serpenteando, sem tocar no chão, até. A origem desses felinos seria mágica também, pois o que os tornou o que são foram as lágrimas não derramadas de uma princesa, enclausurada num monastério sombrio há muito tempo atrás. Tão só era ela, que sua solidão lhe consumia o viver e determinava sua maneira de ver as coisas. Em tudo havia cores tristes, tons opacos e o silêncio, que a enlouquecia. Todas as noites durante muito tempo, chorava copiosamente deitada em seu leito, que afundava com o peso das lágrimas, e ia tão fundo que flertava com a passagem para o mundo dos mortos. A dor maior era jamais ter sido tocada por ninguém, e sua companhia durante o dia era uma estátua do jardim, sempre tão constante ao lançar seus olhares. À noite, conforme a posição da lua, a sobra da estátua penetrava no quarto pela janela, e a princesa se apressava em tocar-lhe, com a mão e com a mente, tentando de alguma maneira se ligar a ela. Algumas vezes teve a impressão de vê-la se mexer, em seguida desiludindo-se ao ver que era impossível algo assim acontecer. E m todas as visitas noturnas, e foram muitas, a garota enclausurada pedia que a sombra não fosse embora, que não a deixasse noites inteiras só. E chorou muito nessas ocasiões, sem que as sombras mostrassem que a ouviam, e o tempo passou. Uma noite dessas, bem clara de luar, ela não se levantou da cama, não se mexeu. Não derramou uma lágrima sequer, nenhum som jamais saiu dela de novo. E quem ficou só, naquela noite, foram as sombras, que lhe queriam tocar. Então, duas pequenas porções de sombra separaram-se de seu todo, e caminharam para ela, avançando pela luz da lua, flutuando sobre ela, melindrosas. Desde então, esses pequenos pedaços de sombra vagam pelas ruas da cidade, escondem-se nos cantos das casas, porque são frutos da solidão e do abandono da sombra pela princesa. Permanecem-lhe fiéis até hoje, e por alguns momentos, quando a solidão lhes aperta o coração como uma toada muito triste e aguda, aproximam-se de nós e nos deixam acarinhá-los, para logo em seguida irem adiante assumir seu lugar no todo de onde vieram."
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Ladrão acha criança no banco traseiro e devolve carro

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http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI3189590-EI5030,00.html

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Um 38 contra o peito

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É. Há muitos sentimentos por aí, né...
E na ânsia de sentir qualquer um que me trouxesse um pouco mais de vida andei confundindo muitos deles.
Nós andamos misturando as coisas. Acho que você concordaria com isso se soubesse.
Meus sentimentos se misturaram aos seus em momentos em que nós precisávamos um do outro, mas de formas diferentes.
E, via de regra comum aos relacionamentos e pessoas intensas, acabamos nos afastando.
Você teve medo. Eu tive medo.
Você conheceu pessoas.
Eu conheci pessoas.
E tudo isso seria tranquilo se ainda hoje eu não acordasse pensando em você.

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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Permissão

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Minha vida em relação à sua ficou tão difícil.
Você está sumindo de todos meus espaços aos pouquinhos...
E eu não consigo mais te alcançar. Eu sei que eu já não conseguia te alcançar antes mas é que tá cada vez mais difícil.
Sua presença, sua voz e sua foto me faltam. Até seu silêncio me falta.
E essa sua falta me dói tanto.
Dói tanto que perco o ar.
E qualquer música de propaganda parece ter sido feita pra minha dor, porque minha dor já não precisa mais de pretextos para ser.
E olha que dói. Muito.
Parece que tem um elefante sentado nas minhas costelas.
Sinto falta até daquele seu olhar de desprezo por pensar que eu me achava demais... mas era tudo fingimento, meu bem. Pra parecer mais interessante pra você.
Sempre pra você. Tudo pra você.
A maquiagem, as roupas, as bebidinhas, o ar bêbado e corajoso, meu tom irônico, calar por medo de revelar minha estupidez imatura diante de tudo que você é.
Quando o que eu mais queria era ouvir suas histórias adolescentes, ouvir você me mandando calar a boca, e tirar toda minha roupa pra você só pra você me olhar daquele jeito que eu adoro.
Daquele seu jeito.
Mas não é assim, não é mesmo?
Você não permite que seja.

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segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Sem adereços

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Socorro.
Eu tô precisando de um abraço seu.
Tô precisando saber que posso confiar que você não vai dar em cima da minha amiga só porque ela é mais bonita.
Você sabe que tô precisando de dinheiro e que por isso anda difícil esbarrar você por aí.
Tô precisando de algum sinal ou algum milagre que me diga que tudo vai dar certo ainda nessa vida...
Preciso ouvir da boca de qualquer um que é possível que alguém goste de mim só por eu ser quem sou. Que é possível alguém gostar de mim. Simples assim. Sem adereços ou muitas palavras.
Preciso ainda mais ouvir isso da sua boca.
Preciso ganhar na loteria para que eu não morra do coração ou tenha um aneurisma aos 23 anos.
Preciso que você saiba que eu gosto de você. Preciso que você saiba que é muito.
Preciso que você olhe pra mim do jeito que eu tô esperando desde outubro de 2006. Desde quando você não tinha consciência da minha existência.
Tô precisando de talento pra tudo isso.

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quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Admiração literária

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E hoje, trechos da peça "Para Alguns a Noite é Azul", do Sr. Dramaturgo (e amigo meu) Mário Bortolotto, escrita em 1987...
É um de meus textos favoritos.

"Ele só anda a deriva
do outro lado da avenida
e não tem sangue nos olhos como muitos dizem por aí
De vez em quando masca chicletes
e decifra fórmulas matemáticas
assobia "A Marselhesa"
quando passa em seu andar "Groucho Marx"
e vê as garotas
encostadas em reluzentes conversíveis amarelos
ele tá pouco se lixando pra suas dentaduras
e pro que tá acontecendo no Oriente Médio
suas preocupações filosóficas tão mais pro bairro operário
onde cresceu
cheio de malandros de andar swingado e olhos de lince
também tem um maninho aleijado que adora chupar
sorvetes
e uma priminha que dança no corpo de baile
e se veste com plumas e penas de pavão
e distribui presentes de natal
para suas quinze amiguinhas do peito
Ele fica alto ao entardecer
e sobe o morro com uma garrafa de vinho
e declama poemas beats para Osíris
têm dias que eu olho pra ele e digo: "você é muito louco"
ele nada diz, ele nunca diz nada
ele tá acima das palavras
ele é um capitão pirata, é um inca sacana
é o poeta da gestualidade
ele fala uma língua que arranca relâmpagos do asfalto
e quando alguém dá pela falta dele
e pergunta onde é que ele se meteu
eu sei que ele tá "alone"
no cemitério de automóveis
só sacando o mundo
por detrás dos seus melancólicos óculos escuros."

É, ele tá acima das palavras.

Küssen für alles.

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Reclames Cotidianos

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Ando vendo um monte de coisas bonitas. Essas coisas andam se jogando aos meus olhos.
E ando tendo um número considerável de constatações.
Tudo em silêncio.
Ontem tive o privilégio de pegar o trem e assistir o sol se pôr ao som de Regina Spektor (minha amiga e trilha sonora cotidiana mais recente).
E percebi que aquilo tudo me bastava naquele momento.
Digo aquilo tudo pela riqueza emocional que me trouxe, porque na verdade não eram muitas coisas... Eram só: um trem, uma menina de all star e um mp4. Ah, e o sol, protagonista daquela beleza e calmaria toda.
Percebi como a beleza é fundamental na vida das pessoas. Como faz bem.
Em todas as formas.
Passei uma vida inteira me perguntando qual a utilidade das pessoas bonitas...
Elas distribuem alegria de graça. Iluminam qualquer ambiente em que entram, em que permanecem, em que passam. Fazem bem aos olhos e à alma dos outros e muitas vezes nem sabem disso. E isso é bom demais.
As pessoas ao se depararem com a beleza, seja de um quadro, de um rosto, de uma poesia, de um gesto, esquecem das pequenas coisas, das insastifações, dos problemas, etc...
Mesmo que por um segundo, tudo fica mais leve e dá aquela sensação de que o dia valeu a pena.
É um espécie estranha de compensação.
E a beleza está nas coisas mais simples.
Minha apreciação pelas coisas simples tem crescido, seja uma paradinha para um café, uma livraria de portas abertas, uma caminhada na av. Paulista, um abraço fora de hora, um prato de arroz e feijão bem feitinho, um oi virtual daquele cara, sentar no sol ao lado de meus cachorros e assistir o pêlo deles brilhando depois do banho, ter tempo de ler um livro, ir à padaria e encontrar um vizinho, sentir o cheiro da chuva...
Tá. Agora chega, porque isso tá parecendo comercial de seguro de vida.

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domingo, 7 de setembro de 2008

A pretty piece of...

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Conheci uma pessoa.
Uma hora depois de ontem.
É tão bom conhecer pessoas.
Surge essa impressão de novas portas. Oportunidades.
Novas vivências, aprendizado, histórias engraçadas ou tristes, histórias.
Mal conheci e já tive a chance de uma história nova.
Mesmo que pequena, mesmo que efêmera...
Nem quero pensar daqui em diante. Porque pode doer.
Porque pode não haver.
Mas gostei do que houve.
Gostei das pequenas provocações. Gostei da mania de tirar fotos.
Gostei do corpo dele e dos olhares. Gostei desse jeito barulhento de fazer gracinhas.
Gostei da agilidade do pensamento à safadeza no carro.
Gostei da forma como aparentemente advinhou meu signo. Mesmo após eu ter errado o dele duas vezes.
Gostei de conhecê-lo ficando bêbado, pouco e muito.
Mesmo quando o que eu queria era conhecê-lo sóbrio...
Gostei do jeito tão direto e tão raro.

Mas o que eu mais gostei mesmo foi da forma como ele me irritava e dos olhares que me dava.

Bastava. Naquele momento, ele me bastava.
E fazia tempo que não me divertia dessa maneira.

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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Afogamento

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Por favor, alguém me ajuda?

Preciso de alguém que possa me ajudar. É sério.

Eu (ainda) preciso de um emprego e acho que perdi meu coração em qualquer esquina.

Perdi mesmo. É sério. Não consigo mais escutar meu coração batendo.

Perdi o pulso. Minha pulsação e meus pulsos.

Não escuto e nem sinto.

Mas antes de qualquer coisa preciso de um bom emprego.

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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Às 2:17 am

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Se isso é tudo que eu posso ter de você, tudo bem, eu me contento com esse tudo que você pode me dar.

Não tenho ciúme do seu passado, nem tenho ciúme do seu futuro. Mas não posso negar que tenho ciúme do seu presente, principalmente quando seu presente deveria ser do meu lado.

Com o coração aquecido por um par de saudades que andei matando. Por um par de olhares que recebi. Por saber que a gente tava rindo junto daquelas histórias todas...

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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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Frase e imagem retirados do blog da atriz Cléo de Páris:

"mas assim é que somos nós atores, cheios de cuidado com nossas bobagens,movidos a sonhos e desejos que, às vezes, viram ruínas..."

E abaixo, em foto dela também, o que restou da paixão de todos nós...




Ruínas do Teatro Cultura Artística.

domingo, 24 de agosto de 2008

Soulmates: 'till the last drop of whisky

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Eu vou casar com o silêncio.
É incrível como todo fim de noite me encontro na companhia única e exclusiva do silêncio...
Pode até haver algum sino dos ventos longínquo. Mas todos os sons estacionam na madrugada.
Mesmo que haja festa em algum lugar e pessoas rindo e pessoas namorando e gente dançando e toda china torcendo nas olímpiadas do outro lado do mundo, eu sempre tenho esse inevitável encontro marcado com silêncio.
É assim todas as madrugadas.
Olha, eu não moro sozinha. Tenho pai, mãe, cachorro, jardim, mesa de sinuca.
Toda noite eu rezo pela cia de qualquer som... mas o silêncio me abraça.
E isso não quer dizer que eu esteja em paz ou que eu tenha paz.
Quer dizer apenas que tenho silêncio.
Uma das lições aprendidas nessa vida é que a paz está dentro da cabeça do ser humano. Dentro da minha cabeça. E eu nunca estive em paz. Nem quando eu tinha 2 anos de idade.
Quixote guardou os moinhos de vento dentro da minha cabeça. Há esse eterno zumbido.
Às vezes, nem pensar eu consigo.
Mesmo em meio ao silêncio.
Mas não é uma companhia da qual eu possa reclamar.
Silêncio me faz bem...
E é por isso que vou casar com silêncio.

E vou manter o whisky como amante, mas isso é uma história completamente diferente.

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sábado, 23 de agosto de 2008

Algo Más Fuerte

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Você sabia que cada vez que penso em você ou falo seu nome meu coração mostra que habita o peito meu batendo mais forte?
Você sabia que todas as noites você aparece em meus sonhos das formas mais loucas e variadas pra me comer do jeito mais avassalador ou mesmo só pra me dar conselhos bobos?
Você sabia que passo cada segundo dos meus dias me esforçando pra não lembrar de nada seu?
E que é sempre um desperdício de energia porque você aparece toda noite?
Você sabia que adoro cada uma das manifestações do meu inconsciente porque no final das contas essas manifestações são tudo o que tenho de você?
E que me agarro a cada uma dessas manifestações
e a cada uma dessas lembranças
e a cada um desses efeitos que você imprime em meu corpo
Porque minha vida, meu sangue, meu sexo, meu cérebro e tudo que há em mim precisa de você.
E isso é tudo que tenho de você...
E isso é tudo que posso esperar de você.
E isso é tudo que posso esperar de você?

E é tudo tão ridículo porque você nunca me visita, nem nunca me lê, nem nunca se lembra, nem nunca me leva a sério... rárá. Sequer me leva a sério. E por isso mesmo nunca vai saber.
E mesmo não sabendo e não me levando a sério você não consegue me perder.

Você quer saber qual é minha vontade?
Minha vontade é chegar naquele lugar que eu sei que é certo te encontrar, passar por você sem olhar nessa sua cara de vagabundo insolente, comprar uma garrafa de vinho pra beber sozinha direto do gargalo, te cumprimentar apenas com o olhar, meu melhor olhar de desprezo, e após o último gole do meu vinho barato chegar em você e lascar um beijo nessa sua boca malcriada...

Deixando você conhecer tudo que há de mais forte em mim. E que é seu. Porque você não consegue me perder.

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segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Fora da Lei - Alice Bell Confessions: Light Version

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Por toda uma existência meus sentimentos estiveram fora da lei.
E reeducá-los definitivamente não tem sido uma tarefa fácil.
Sempre gostei das pessoas erradas. Sempre me ferrei ao lado dessas pessoas.
Mas sempre gostei disso também.
De gostar das pessoas erradas e só descobrir que eram erradas muito tempo depois e de me ferrar com elas e por elas.
Talvez Freud consiga explicar tudo.
Talvez alguns amigos mais próximos tiveram razão quando me falavam sobre medo de envolvimento, e de certas esquisitices do tipo que acometem pessoas mal resolvidas.
Ando recebendo alguns elogios ali e aqui, e ando ouvindo certas pequenas declarações de amor e/ou tesão e ando achando isso tudo muito ótimo.
Se fosse possível eu me dividiria em mil pedaços, ou em todos os pedaços e e me entregaria ao amor e tesão de todas essas pessoas que me olham com olhos certos-errados e deliciosos.
Mas a vida não é assim, não é mesmo?
Não que seja proibido. Porque a vida poderia ser assim desproibida por completo.
Mas para o que ando buscando ultimamente preciso me concentrar.
E o que ando querendo requer uma certa disciplina, que é coisa que perdi por volta dos 11 anos de idade...
Deixar de ser fora da lei não é fácil, nem tem graça nenhuma, talvez sequer faça alguma diferença positiva, mas chega um momento em que essas gracinhas de peripécias adolescentes precisam ser superadas.
E eu juro que ando buscando alguém assim, maduro o suficiente pra isso.
Que queira evoluir simplesmente por já ter evoluído.
Às vezes chego a pensar que as pessoas só olham para mim e já pensam em sexo. Acho até que já ouvi isso saindo da boca de alguém direta e claramente.
O que é bom, pois nunca ouvi alguém no bar dizendo que estava com vontade de transar com a "alma ou essência" de fulaninha...
Mas isso não significa que eu me vista de forma provocante (o que eu definitivamente não faço) ou que eu tenha tal postura e atitudes (que também definitivamente não tenho).
Sou é muito moleca e boba para todo esse papo de ser irresistível e ter malícia.
E comprovadamente em 98% das vezes não percebo o que está acontecendo até alguma amiga mais espertinha me avisar.
Mas continuo insistindo em erros e estou verdadeiramente no clima de abolí-los, pelo menos, até segunda ordem.
E estou completamente tomada por aquela vontade absurda daquele cara mais velho que saberia do que eu estou falando se lesse essa baboseira toda que vou deixar aqui.
Mas como sempre, ele não vai ler, e se ler vai ter dúvida de quem ele é e não vai chegar com aquele jeito decidido e cheio de tesão que eu queria ver no corpo e nos olhos dele e eu vou mais uma vez perder o interesse por mais um cara errado.
E ele sequer vai se dar a chance de acertar.

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terça-feira, 12 de agosto de 2008

In meinem Herzen

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EU AMO TEATRO

Quanto mais tento me afastar, com mais força o teatro me arrasta de volta.

Eu amo... amo amo o teatro.

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domingo, 10 de agosto de 2008

Tic Tac Tic Tac

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The clock is ticking away
As horas que não dormi na noite passada
Consigo ouvir o barulho da geladeira pensando em gelo no silêncio frio da casa adormecida
O pó do sono já foi devidamente entregue e depositado sobre as pálpebras, segundo prescrição médica
Mas o efeito tarda no barulho incessante dos ponteiros do relógio
Os programas pornôs do início da madrugada já zombam de mim
E as luzes piscam embriagadas do sono que me roubaram
Mais uma segunda-feira sem trabalho se anuncia, só para o meu desespero
Evitei os doces e o café, mas tem noites que a insônia não precisa de razões para se tornar inevitável
O relógio me encara a noite inteira, ameaçando gritar só pra perturbar o sono, recém conquistado, se revelando perito em terrorismo psicológico
Tic Tac Tic Tac
The clock is ticking away

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Seeking

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Eu sei que sou melhor do que isso.
Mas ando tendo uma dificuldade tremenda em mostrar...

E, à parte disso, uma dificuldade absurda em sentir.

E medo. Muito medo.

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sábado, 9 de agosto de 2008

No sal do mar

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Já tem uns 4 anos que eu não vou à praia.
Isso sim é um pecado ao sul do Equador.
Uma vontade e uma necessidade de entrar em contato com a natureza, de descarregar no sal do mar.
Vontade de sol na pele. Não necessariamente no verão. Apenas um dia claro.
Vontade de deixar o mar me levar pra dentro dele.
Vontade do abraço que eu não conheço.
Ficar ali flutuando nas ondas deixando a pele queimar.
De deitar na areia observando as várias cores das pipas empinadas pelos meninos.
De sentir cheiro de camarão frito. E comer besteiras proibidas pela mãe aos cinco anos.
Saudade de ouvir as histórias que as conchas contavam silenciosamente ao pé do ouvido.
Da tentativa de fazer castelos na areia, que se resumiam a montes molhados e desmoronados. Todos castelos ruíam porque eram de areia.
Saudade de pegar punhado d'areia na mão e ficar analisando e comparando grãos.
Cheiro de protetor solar.
Corpo levemente quente à noite de muito sol do dia.
Picolé na praia. Sorvete de casquinha no centrinho à noite.
Bolas de sabão.
Água viva. Caçar corrupto.
Pegar jacarezinho. Ralar o joelho na areia do raso.
Arder os olhos de sal do mar.
Alívio da pele na água doce do banho.
Sono do fim do dia. Carregar as energias na cama.
Descarregar no sal do mar.



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quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Não preciso.

É impressionante como, de repente, eu simplesmente não preciso.

E então, escrever já não me ajuda mais...

E eu não sei o que de tão bom meu futuro reserva que possa me dar força pra insistir nessa palhaçada.

Porque viver é uma palhaçada mesmo.

E eu juro que eu não sei o que eu tô fazendo aqui.

Desaba(fo)

Vou confessar que não anda nada fácil...
Às vezes parece que nunca mais vou conseguir sair do lugar.
Desse lugar que não escolhi estar.
Logo eu, que sempre apreciei mudanças, não estou vendo nada mudar.
É incrivelmente fácil acabar com a vida de alguém.
É doloroso e chato.
Eu sempre odiei expectativas. E agora vivo delas.
Viver de expectativas sem ter esperança é muito triste.
Estou achando que está na hora de mudar de novo.
Mudar radicalmente.
Mas eu não sei qual rumo tomar.
Talvez seja a hora de inventar um rumo novo. De fazer uma nova escolha.
Talvez seja mesmo a hora de radicalizar e mandar o resto todo tomar no cu.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Caixinha de música

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Estou dançando ao som de uma caixinha de música bem linda.
Uma música que parece feita de cristal.
Estou dançando como uma boneca com sapatilhas prata enquanto a corda que me deram não acaba.
Deram corda na caixinha de música e em mim.
Não sei qual de nós vai se acabar primeiro.
Mas, de qualquer forma, não fui eu quem pagou pra ver.

Para acompanhar a leitura: http://www.youtube.com/watch?v=eacQarALGzA&feature=related

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quinta-feira, 31 de julho de 2008

Não me atrevo

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É sério. Não me atrevo.
Não me atrevo a me meter com vocês.
Vocês são crescidos e casados e bem resolvidos e semi-vacinados e estrelados.
Vou ficar na minha. Eu não tenho nada a oferecer pra vocês.
E vocês, por incrível que pareça, têm menos ainda a me oferecer.

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"Diálogo Inútil do Abismo com a Queda"

Até dia 31/08.

Bem recomendada.

Por obséquio, assistam.

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Eu sei muito sobre as pessoas.
É, só de olhar pra elas...
Mas não é culpa minha. Elas se entregam nos primeiros 42 segundos.

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terça-feira, 29 de julho de 2008

Cuida de mim

http://www.youtube.com/watch?v=W6igEPWb6Xg&feature=related

Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer as vezes que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo
Tanto faz não satisfaz o que preciso
Além do mais, quem busca nunca é indeciso
Eu busquei quem sou;
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.

Cuida de mim enquanto não esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo.

Basta as penas que eu mesmo sinto de mim
Junto todas, crio asas, viro querubim
Sou da cor, do tom, sabor e som que quiser ouvir
Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir
Quero mais, quero a paz que me prometeu
Volto atrás, se voltar atrás assim como eu.
Busquei quem sou
Voce, pra mim, mostrou
Que eu não estou sozinho nesse mundo.

Cuida de mim enquanto não esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo.
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Estou só tentando arrumar a minha vida...

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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Constatação

Eu juro, pela minha vida, que tudo o que eu queria essa noite era poder olhar pro lado, deitada na cama, e te dizer:

Boa noite, meu amor.

domingo, 27 de julho de 2008

Ausência de nós dois

Domingo hoje, né?
Esse domingo tá com uma cara de noite de segunda-feira.
Mas não é.

Essa manhã, antes de eu acordar, você estava lá.
E ontem também. E quinta-feira também.
Mas hoje, antes de eu acordar, você já estava lá.
E estava lá me esperando de braços abertos.
Pra matar uma saudade dupla do tamanho do mundo.
Sustentando um abraço grande onde até poderia caber o mundo.
Mas coube eu. Direitinho. Toda dentro do seu abraço.
E você coube nos meus braços. Dentro do abraço mais caloroso que eu sabia dar. Todo dentro.
Mesmo eu sendo bem menor que você.
Nós ficamos do mesmo tamanho. Um cabendo nos braços do outro como se feitos sob medida.
E tudo ficou confortável. E o que estava escuro ficou claro.
Claro demais pra nós dois.
E quando isso aconteceu, eu juro que achei que você fosse embora de novo.
Mas, pra me surpreender e me agradar, você me beijou...
E foi melhor do que qualquer beijo já imaginado. Por mim e por você.
Foi melado. Porque nós dois estávamos sedentos. Muito sedentos de nós dois.
E pela seca dessa sede nós salivamos tudo o que pudemos.
Salivamos descontroladamente um no outro.
E rimos disso tudo. Dessa nossa baboseira.
Como adolescentes.
E eu achando que você não gostava de mim ouvi você dizendo que nunca me deixaria.
Confiei nisso e te entreguei tudo o que eu era.
Menos meu corpo.
Porque você tinha medo de não dar valor. E eu tinha medo de te perder.
E eu te perdi. Mas te perdi só porque nunca te tive.

E assim tem sido, todas as noites quando adormeço, todos os dias antes de acordar.
Você está lá ao meu lado.
Passamos todas as noites fazendo sexo loucamente e sem interrupções.
O único problema é constatar que você não está lá quando eu acordo.
Porque também não estava enquanto eu dormia.

безумие - The mind losing art

Acho que perdi a capacidade de sentir.
A capacidade de sentir qualquer coisa. Qualquer coisa que seja.
"Qualquer coisa que se sinta".
Perdi a capacidade de ter sentimentos. Entende?
Esqueci meus sentimentos largados por aí. Pelo caminho.
Em algum lugar, entre a saída da balada e a porta de casa.
É como se eu estivesse olhando para uma parede cinza.
E não importa que forma ela tome, que cor ela assuma, eu simplesmente não consigo assimilar, entender.
Não há mais nada aqui dentro. Nem expectativas, nem desespero, nem resignação.
Há somente meu corpo e o nada.
E o nada está tomando conta do meu juízo.
Pois até meu juízo anda se desintegrando. Se entregando.
O próximo passo seria simplesmente me deixar enlouquecer?
Será que o próximo passo é enlouquecer?
Será que há próximo passo ou vou simplesmente sumir sem sentir o passo dado?

I'm losing it
I'm losing it
I think I'm losing it.

Eu estou andando há três metros de distância do meu corpo.
Ando assistindo às pessoas em suas vidas pela lente de uma câmera surrealmente realista.

Elas falam comigo e eu simplesmente assisto.
Observo a imagem.
E não julgo, nem analiso. Computo dados.

Uma racionalidade absurda tomou conta de mim.
Sou fria como uma calculadora. Sou toda números.
Faço contas como se fosse autista.

Um milhão de contas, o tempo todo.
Somo todos os números de todas as casas que vejo.
Somo as placas de todos os carros.
Substituo as letras dos nomes das pessoas pela correspondência numérica de sua posição no alfabeto. E somo.
Computo dados.
1 empresa em 6 continentes, presente em 55 países. Com 247 escritórios. Ganho anual em vendas de R$ 5.2 bilhões de dólares. Meu nome completo possui 18 letras. A soma de minha data de nascimento é igual a 9. Meu peixe tem 23 meses de vida. Minha mãe: 66 anos de idade.
Preciso ganhar R$ 10.000,00 pra ajeitar minha vida até o mês 12/2008. Durmo em média 5h/noite. Acordo 8 vezes nessas 5h para olhar que horas são. São 01:30 am. São 02:48 am. São 03:56 am. São 04:30 am. São 04:52 am. São 05:26 am. São 06:40 am. São 07:12 am.
O cachorro latiu 17 vezes seguidas e me acordou. Tomei três copos de 300 ml de café em menos de 2 horas.

A vida é toda cheia de números e de formas arredondadas.
As folhas das plantas não são quadradas. O relógio conta as horas dando voltas.
A porta é retangular, porém ela fecha formando um quarto de círculo.
O corpo é todo arredondado. Independente do sexo. Os sexos têm terminações arredondadas.

I'm losing it
I'm losing it
I think I'm losing it.

Maybe not.

Talvez a loucura seja realmente um clarão que se instala na sua mente.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Lei Seca

Recebi isso por e-mail de uma amiga muito querida.

Todos sabem que sexta-feira é dia de encher a cara, pelo menos, participar de um happy hour.

Como resolver isso frente a lei seca?



Meu conselho? Se for pra ser pego pela polícia que não seja por uma mísera latinha de cerveja ou dois bombons de licor, que seja por um porre daquela sua bebida preferida. Do contrário, seria ridículo.

Conselho politicamente correto: deixe o carro em casa.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Derrubando moinhos de vento



As descobertas de hoje:

Preciso conhecer pessoas novas. E diferentes. Verdadeiramente diferentes.

Gosto de homens do tipo anti-social, aqueles que mastigam o mundo e não precisam mostrar ou provar nada pra ninguém.

Posso contar nos dedos de uma mão quais as pessoas realmente confiáveis.

Recuperei meus valores nessa última semana.

Eu devo ser a única pessoa no mundo que só fala que gosta de alguém quando realmente sente isso. E olha que não gosto das pessoas por conveniência.
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That's all folks

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É, andamos percebendo por aí que as coisas só melhoram a partir de julho.
Sempre a partir de julho.

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É essa minha mania de criar laços de amizade com certas pessoas... só pra me machucar depois.

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Eu sempre achei mais bonito meninos dançando do que meninas. Inclusive ballet.

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segunda-feira, 21 de julho de 2008

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Ai, ansiedade...

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Nova Fase

Algumas coisas muito boas me aconteceram nesse último ano.
Outras bem pesadas também andaram me arrastando e afetando meu humor por aí.
Mas se há algo que aprendi nessa vida: é que tudo passa. Por mais clichê que possa parecer, é simples e verdadeiro.

Certa vez ouvi dizer que eu representava a regeneração. Como a lua, como a fênix, como vários outros símbolos de ressurgimento, renascimento, etc, etc.
Eu, como sempre, duvidei.
Sempre me senti mais velha do que a pessoa mais velha que conheço atualmente.
Mais velha até que a Dercy G.
Mas ultimamente analisei cada acontecimento.
Em muitas épocas recomecei minha vida do zero.
Sempre após algum baque grande.

Pois bem, após uma série de abalos de variados tamanhos, e muitas reflexões, sinto que as coisas estão começando a entrar nos eixos, a tomar algum rumo. Qualquer rumo.
Talvez ainda não seja o rumo certo, mas já é um começo.
Espero que seja um bom começo.

Qualquer coisa faço como sempre fiz. Começo do zero.
Recomeço.

É isso.

*

sábado, 19 de julho de 2008

E essa cara de sapeca aí?

Quem aprontou todas ontem põe o dedo aqui que já vai feeeeeechar!!!

Definitivamente o vinho deve ser banido da minha vida.

Baco deve ter algum problema comigo.

Tudo tão bom. Amigos, violões, vozes e paparicos.

E um pouco de emoção.

rsrsrsrs...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Sentindo...

Uma saudade sem tamanho de um cara que eu nem sei se lembra de mim.

Que eu nem sei se visita esse cabaré.

Ele mora no interior e me apresentou uma lua linda certa vez... há um ano atrás.

E ficou guardado pra sempre.

Eu queria um sinal, qualquer sinal.

Glücklich


Vou contar um segredo: acho que as coisas estão mudando. Estou sentindo.

É, estou sentindo que tem boas novas chegando...


E eu vou continuar fazendo exatamente o que venho fazendo, porque parece que está dando certo.


E vai tudo acontecer conforme deve acontecer. Naquela ordem maluca estabelecida naquele tempo maluco. Mas o importante é que vai acontecer e eu mal posso esperar.


E ele vai chegar em tempo. E vai me ver. E vai ser tudo conforme já tinha de ser.


E então eu vou finalmente poder me despedir da insônia, da pressão alta, das enxaquecas e das dores nos rins. Até as crises existenciais poderão seguir outros rumos...


Porque vai ser tudo do jeitinho que tem de ser.
***

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Focus

*

Ando na contramão...
Tenho vontade de ser para ter.
Enquanto todos andam querendo ter para ser.

Estou retomando meus focos.
O resto vira hobby.

Estou retomando meus focos por pura necessidade.
Se fosse por mim viveria dos hobbies.
Mas nunca vi hobby encher barriga...

Entonces, cá estamos, tentando virar gente grande.
E vocês aí? Já pensaram em vossas respectivas aposentadorias?

Ou estão achando que papai vai viver pra sempre?

*

Um quase dentro do outro

Acho que ando carente de intimidade.
É ótimo morar numa casa com todo estoque de consumíveis básicos, dois parentes e dois cachorros amorosos, água, luz, telefone. Não me falta nada. Nem quero parecer mal agradecida.
Mas é estranho passar dias a fio sem dizer uma palavra sequer. Sem dar um sorriso sincero. Fingindo um monte de várias outras coisas.
É estranho.
Sabe quando você é criança e tem aquele(a) amiguinho(a) de todas as horas? Vocês dividem o lanche, dividem as canetinhas, trocam desenhos, penteiam os cabelos um(a) do(a) outro(a), se vestem parecidos(as), combinam de passear no shopping juntos(as), comem igual, gostam dos mesmos doces, brigam por bobagens, riem por bobagens, andam de mãos dadas, se mandam beijos pelo ar, fazem brigas de travesseiro, sentam no sofá com as pernas entrelaçadas, sussurram segredos e fofocas, dividem os brinquedos, dormem na mesma cama e até tomam banho juntos(as)?

Tudo isso com a inocência que só as crianças sabem ter... sem enjoar.

É desse tipo de intimidade e cumplicidade que ando sentindo falta.

terça-feira, 15 de julho de 2008

A droga do amor

Hoje re-assisti ao filme "Como se fosse a primeira vez".
Vou comentar sobre o filme, e não vou ligar de ser chamada de romântica, antiga e brega, como geralmente ligo e como geralmente não sou, ou tento não ser.

Você consegue imaginar uma pessoa que te faz se apaixonar todos os dias?

E ainda mantém o bom humor?!

Não sei se são os remédios, a pressão, a labirintite, mas ando sim "a flor da pele e qualquer beijo de novela me faz chorar".

Logo eu que sempre soube escolher os caras errados para gostar. Que sabia que aquele ali não teria futuro, menos ainda nosso relacionamento. Um após o outro. Sempre a mesma história errada.

Talvez eu sempre escolha os caras errados já me prevenindo de criar certas expectativas e me decepcionando menos quando as coisas não dão certo. Porque eu já sabia que ia ser assim.

Uma vez só eu soube escolher. Ele até me disse que queria ser médico. Pediatra talvez. E a gente tinha tudo para dar certo. Porque ele sabia fazer acessórios com miçangas e camisetas tie die. E sabia aproveitar os momentos e ser carinhoso na hora certa. E pedir colo quando eu queria dar colo. E oferecer colo quando era eu quem precisava. Sabia ser engraçado e dançar na balada daquele jeito desengonçado dele. Com aquele molejo de loiro gringo dele. Porque ele parecia que não precisava de dinheiro, nem de muitas garotas, apenas da beleza e espiritualidade da vida. Porque ele sabia caminhar segurando minha mão, sem ter medo disso. Porque ele era tudo que eu tinha sonhado e não poderia me decepcionar. Então, da noite pro dia, na nossa imaturidade de 16 anos, ele teve que ir embora pro outro lado da américa.

Devemos considerar que isso tudo faz parte da visão fantasiosa de uma menina de 16 anos.

Yeah J, you saw the colors in my eyes like no one else.

Porque ele era especial demais, até pra mim.

Bem, vou lá tomar mais remedinhos para cultivar meu sono e acentuar meu romantismo açucarado e proporcionar-lhes mais dores de dentes.

Viva o Lexotan!!!

*

Fora de Sintonia

rárá.

Adoro tomar esses remédios relaxantes musculares, anti histamínicos, analgésicos, que tiram qualquer peso dos ombros e fazem tudo ficar mais colorido e lindo e divertido e mole.

Vou precisar de remédio pra dormir. Já contei isso?

Logo eu, que fico doente só a cada dois anos, ando tendo todos os sintomas de tudo sem diagnóstico algum. Uma narina "intubida", um pulmão que dói, um peito carregado assoviando, um ouvido zunindo e o labirinto completamente fora do lugar. Um semi desmaio dentro da livraria.

E terremotos em algum lugar do mundo. Na Grécia, eu acho... E furacões no Caribe.

Já contei como os fenômenos naturais afetam minha saúde?

Desde a infância. Sono profundo no meio da tarde, pode apostar que está rolando um terremoto.
Tonturas, labirinto afetado, andar me escorando nas paredes: furacões e terremotos.

Sempre. Desde os 7 anos.

Ontem, além dos fenômenos naturais, meu grau de irritação supurou. Estou com febre e tonturas e "constibada" até agora.

E dopada, que é a melhor parte, pela montanha de remédios que venho ingerindo.

Ah, o remédio pra dormir? Lexotan, sob prescrição.

Portanto, caso eu não atenda o celular ou não seja coerente ao telefone, por obséquio, entendam.

*

Job risks

Ando precisando de dinheiro.
Ando precisando de dinheiro e de emprego. E vice-versa.
Ando com febre e com pressão alta também. E um par de olheiras que veio pra ficar.
Ando tendo tonturas e rindo demais por aí. Segurando o choro por aqui.
Meu nariz, meus pulmões, minha rinite assobiam e roncam. Eu tenho uma febre interna constante. Está tudo inflamado. Até minha pele.
Meu estômago deu um nó e ficou assim. Parece que é pra sempre.
Minha pressão sanguínea sempre foi 10 por 7. Hoje está 14 por 11.
Mas ainda não contei pra ninguém. E ninguém vai ficar sabendo.
Não antes de eu arrumar um emprego.
Eu preciso de algum emprego, qualquer um.

Preciso de um colo. Qualquer um.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O dia em que...

Tenho 23 anos e minha pressão arterial está batendo lá no céu.
Parece que meus olhos vão pular pra fora do meu rosto.
Vejo estrelas.
O bom disso tudo é que vejo estrelas.
É tão bonito olhar ao redor e ver estrelas prateadas.
Meu coração parece que vai explodir dentro do meu peito.
Mas ninguém sabe disso. Assim ninguém sofre antecipadamente.
As olheiras sorriem roxas sobre minhas bochechas.

Dia desses um amigo que não me via há um bom tempo me perguntou se eu estava bem.
Se eu estava triste... rárá.
Eu sorri como resposta.
E ele não me via há algum tempo e eu estava sorrindo.
Mas ele parecia que sabia.
Só de olhar pra mim, parecia que sabia de tudo.

Mas ele não tinha tempo e eu não tinha tempo e nem queria chatear ninguém.
Então só sorri de volta.

E tudo pareceu que voltou ao normal e tudo ficou normal.
E todos nós acreditamos que estava tudo bem.

Até hoje. O dia em que minha pressão arterial foi bater no sol.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Amigo Deyvis

Têm pessoas que sabem observar as coisas. Realmente olham pra fora.

Adoro essa cultura de boteco do Deyvis:

http://culturadeboteco.blogspot.com/

P.S.: Atenção para o "footsabugo". Juro que nunca ri tanto na minha vida.
E o desfecho é simplesmente lindo demais.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Filosofia de quê?

***
















Escreva um filho, plante um livro, faça uma árvore.
As pessoas costumam ter uma filosofia de vida. Carpe Diem, Inutilia Truncat, In Omnia Paratus, Aperte o foda-se, Siga suas vontades, Viva cada dia como se fosse o último, A vida é uma só, Corra atrás de seus sonhos, Vivo um dia após o outro... Enfim.
Me dei conta de que nunca fui de seguir filosofias. Nunca apertei definitivamente o botão do foda-se porque não consigo me desligar, não sou louca o suficiente para muitos estilos de vida ou resoluções drásticas, não consigo magoar ninguém, nunca fiz mochilão ou couch surfing, nunca larguei tudo pra ir atrás de um grande amor, enfim, nunca fiz muitas coisas que levam algumas pessoas a escreverem livros bem sucedidos ou não sobre coisas que todo mundo faz, na medida do possível, ou que não tem coragem de fazer.
Nunca fui de seguir filosofias de vida. Nunca busquei a paz. Nem a guerra.
Talvez eu tenha seguido já todas essas filosofias, em tempos diferentes da minha vida separadamente, ou mesmo todas juntas em um só tempo. E sempre tive tanto a paz quanto a guerra presentes, caminhando juntas, de mãos dadas.
Talvez, justamente por seguir todas, eu não siga nenhuma. Talvez seja exatamente o contrário. Não sigo nenhuma e daí todas filosofias me seguem.
Escreva um filho, plante um livro, faça uma árvore.
Sou uma pessoa muito simples. Muito mesmo. Não tenho grandes ambições. Quero o que todos querem atualmente: estabilidade.
Quero um carro meu, uma casa minha, e um dinheiro todo meu, só pro meu prazer.
Nem precisa ser muito. Tem que ser suficiente. O problema é que para muitas pessoas, inclusive eu, o suficiente tem uma enorme capacidade elástica. Igual chiclete. Pode ser só uma bolinha amassada na ponta dos dedos. Como pode ser aquele chiclete que vc segura nos dedos e nos dentes e estica até virar um fio. Até estourar.
Depende do momento e das pessoas envolvidas em sua vida.
Escreva um filho, plante um livro, faça uma árvore.
Mas, por enquanto, a simplicidade, a estabilidade, a segurança, têm tomada conta das minhas preocupações. Sou uma pessoa sozinha. Filha única. Meus pais não vão viver pra sempre. Muito menos o dinheiro deles.
Família? Não dá pra contar com ninguém além do pai e da mãe. Tio, tia, avó, avô, irmão, irmã, primo, prima, marido, amigos... tudo isso some depois que os caçulas casam.
Mas eu sou filha única. Minha família pára em meus cachorros. São a extensão máxima do afeto que posso ter em uma vida.
Escreva um filho, plante um livro, faça uma árvore.
Filosofia de vida é piada. Principalmente quando a única coisa que se segue são vontades. E essas vontades, 90% do tempo, não são as minhas.
Sou uma pessoa sozinha. Para me suprir não vou precisar de muitas coisas. Menos ainda de ostentação. Não consigo me imaginar nem daqui a cinco anos.
Por esse motivo, há muito tempo que não consigo nem sequer fazer planos.
Só estou vivendo. Simples assim.
A única coisa que incomoda é esse nó crescente bem no miolo de cada pensamento do dia.
Minha filosofia? Escreva um filho, plante um livro, faça uma árvore.
Depois vá brincar com ornitorrincos amestrados.
Chibatadas,
Alice Bell.
***

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Fobia do dia

&

Continuando a Seção: Fobias, hoje lembrei de uma fobia especial da qual não encontro registro no deus google.

Acredito que sou a única pessoa no mundo que tem esse probleminha especial: Tenho pavor/horror a vizinhos.

É isso mesmo. Não tenho paciência para vizinhos. Quando vejo um vizinho, me escondo. Não quero nunca falar com eles. Não quero nunca ouví-los. Quero sempre morar sozinha na rua, no prédio, na vila, etc. Fico extremamente irritada se ouço qualquer som emitido por eles, e fico extremamente irritada quando sei que me ouvem. E se reclamam, principalmente.

Tenho horror, aversão, enjôo, o pior sentimento por essas pessoas tão próximas e desconhecidas.

Vizinhos, ui credo!!!

Pronto. Precisava por isso pra fora.

&

головоломка

*

Eu procurei, cavei, vasculhei todos os bolsos, penteei os cabelos, limpei as unhas, me maqueei, tirei a maquiagem, troquei as roupas, comprei espelhos novos, acendi e apaguei a luz, procurei mais um pouco, varri o chão da sala, limpei o tapete, andei descalça sentindo o solo, ouvi música erudita, brinquei com os cachorros, passei batom vermelho até borrar, usei cotonetes, usei fio dental, assoprei uma vela, acendi um isqueiro, apaguei o fogão, abri e fechei a geladeira, limpei as janelas, deixei as roupas de molho, tomei refrigerante, comi bolacha maizena, tirei o esmalte das unhas, alimentei o peixe, mudei de canal, gritei com os vizinhos, dirigi acima do limite de velocidade, mergulhei em pensamentos, li dois livros em dois dias, procurei nos bolsos das calças, procurei nos bolsos das blusas, procurei nas contracapas dos livros, fiz promessas a são longuinho, procurei mais, e mais um pouco, cavei, cutuquei, procurei novamente.

Mas não encontrei.

Não reconheci.

Não me encontrei.

Não estou mais em mim anymore.

*

*

*

Save Tibet

E quanto tempo mais a gente vai fingir que não vê?

http://www.tibetepodesersalvo.org/Tibete_pode_ser_salvo.html

*

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Cinza

Ando meio calada sim.
A verdade é que não tenho muito o que falar ultimamente.
E ainda há essa tosse chata e seca que perturba minha garganta quando tento dizer qualquer coisa.
Daí andei passeando pelas palavras virtuais de outras pessoas. Várias outras pessoas.
E há tanta coisa linda dentro delas e tanta coisa colorida acontecendo com elas que só consigo ficar calada.
Calada olhando para o meu cinza.
Minha vida passou por mim e deixou esse rastro cinza de herança.
Cinza como a areia da ampulheta que não cai mais.
Eu olho para minhas mãos, meu cabelo e meus olhos e tento procurar uma manchinha, um sinalzinho qualquer de cor, de colorido que seja, mas está tudo tão cinza ultimamente.

Ando lendo um livro e me identificando com a personagem que desenha a história.
O único problema é que a personagem é cheia de... problemas.

Mas isso é uma coisa engraçada, não é mesmo?

Às vezes sinto como se minha vida tivesse sido lançada para dentro da cabeça de uma criança autista... e eu fico dando voltas, voltas, voltas, balançando, balançando, balançando ali dentro.

É. Acho que isso também é engraçado.

A gente tem que rir de alguma coisa na vida, não é mesmo?

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Seção: Fobias

Entre os muitos medos que tenho o mais forte é este:

Batofobia - Pavor mórbido das profundidades. O termo refere-se comumente ao medo da altura, isto é, medo de perder o autocontrole quando se está num lugar elevado; é o medo de cair do alto e morrer. Trata-se de um medo comum entre indivíduos normais, que, no entanto, con­seguem controlar o impulso sem grande ansie­dade. É mórbido quando a ansiedade é intensa e duradoura, levando a medidas para evitar os lugares altos. Comum em muitos distúrbios psiquiátricos, adquire particular destaque entre os neuróticos. É simbólico de um impulso in­consciente, cuja natureza é desconhecida do indivíduo dominado pelo medo.

Portanto, elevadores parados e/ou panorâmicos, cavernas, cavernas com lagos, mergulho em alto mar, mergulho em qualquer lugar, lugares pequenos e escuros, lugares pequenos, carros com janelas fechadas ou cheios de gente, ônibus com janelas vedadas, casas escuras e fechadas, abraços coletivos, "montinhos", descer a serra, aviões com suas janelas pequenininhas, brinquedos do playcenter, roupas muito apertadas, pessoas que seguram meus braços com força, dar cambalhotas, plantar bananeira, dar estrela, entre muitas outras coisas, me apavoram.

Fragmentos meus

*

As lágrimas ganham voz e corpo quando as palavras não entendem esse sentimento que dói aqui.

p.s.: um momento bonito e raro entre amigas.

*

quarta-feira, 2 de julho de 2008

"Me chamo vento..."

***

"Viver é fúria e folia rumo ao mágico"

"Na praça aberta sou um colar de livres pensamentos"

Ah... aquela galera sabia o que estava fazendo.

http://www.youtube.com/watch?v=5KfaG1GhpYE&eurl=http://www.webletras.com.br/includes/ifr_video.asp?id=174013


E para os apaixonados conformados:

http://www.youtube.com/watch?v=nBDbUVXXp-U

terça-feira, 1 de julho de 2008

"Esquizofreniando"

*

Eu faço muito tipo.

Daí olho no espelho e dou de cara com um par de olhos diabólicos.

Então vem um amigo querido e me diz que tenho olhos de anjo.

Caio em contradição.

E faço mais tipo ainda. Faço coisas lindas e boas. Mas faço muitas maldades. Ah, muitas!

Escolho quem quero do meu lado.

E se não vou com a sua cara... ah, você vai ficar tão mal na fita. rár rár rár.

Sou uma virtuosa diabólica e um anjo com tridente...

E curto e aproveito e adoro e abuso dessa minha duplicidade, minha dicotomia, meu yin, meu yang.

Como lâmina gelada, corto profundamente, por todos lados, mas posso acalmar um galo na cabeça de uma criança.

Faço tanto tipo que nem minha mãe, nem a amiga mais próxima me conhecem. Sequer afirmam se sou confiável. Elas não têm certeza.

Sou assim desde criança. Um pote de ouro em meio a cobras peçonhentas...

Quer um pouco? Vai arriscar?

Pode arriscar. É tudo besteira.

Estou só fazendo tipo.

Chibatadas,

Alice Bell.

*

sábado, 28 de junho de 2008

Mundo II



27/06/08 - Coréia do Norte destrói o reator nuclear de Yongbyon. De acordo com o governo, a medida demonstra disposição do país em prosseguir com o desarmamento nuclear. A ação ocorre um dia após a Coréia do Norte ter entregado à China uma declaração descrevendo detalhes do programa nuclear.

That is called attitude, baby.

Mundo


Please, Free Tibet...
27/06/08 - Policial agarra manifestante pró-Tibet pelos cabelos próximo à Embaixada da China em Katmandu. Tibetanos protestam contra a política chinesa para o país.

Títere do capital

Aff... pior do que o Roberto Justus cantando só...
Não. Não há nada pior do que ele cantando.
Há sim. Ele achando que sabe e pode cantar em público. No Jô.
Até o Jô saiu de perto dele.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Hummmmm...

Hoje é sexta-feira e eu ainda não faço a mínima idéia do que pode acontecer hoje...
E isso é muito instigante, emocionante. Sei lá.

Só sei que hoje é sexta-feira e eu não tenho planos. Porque não tenho namorado. Ahá!

Hoje, no mínimo, eu conquisto uma pizza ou um lanche do Burger King. Mesmo que sozinha. Mesmo que calada.

Não tenho carro, então a polícia não pode me prender por tomar uma cerveja. Mesmo que um copo. Por outro lado, não tenho como voltar pra casa de madrugada.

Porque agora só pego carona de amigos. Porque assim não corro riscos. É dos riscos emocionais que eu tô falando... Assim não me entrego de alma e corpo por conta de uma carência nascida no vinho que eu misturei com a insegurança que sobrou da adolescência.

Assim eu fico inteira. Mesmo com um copo quebrado na mão e um sonho partido no ar.

Assim eu fico inteira.

Inteira para essa sexta-feira que ainda nem acordou.

Para essa sexta-feira displicentemente não planejada.

Vou aguardar. Diferente do que me resta, é o que me sobra.

Chibatadas,

F.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Procura-se:

Um cara que seja sensato, sincero, muito ciumento, corajoso e independente (em todos os sentidos).

*

Trilha do dia

*
É.

Arnaldo Antunes é um cara que sabe das coisas...

http://www.youtube.com/watch?v=MhVAszN8UGI

ela quer viver sozinha
sem a sua companhia
e você ainda quer essa mulher
ela goza com o sabonete
não precisa de você
ela goza com a mão
não precisa do seu pau
ela quer viver sozinha
sem a sua companhia
e você ainda quer essa mulher
que não sente a sua falta
e quando você chega em casa
ela não sente a sua presença
ela tem um travesseiro mais macio
do que o seu braço
e um acolchoado muito mais quente
que o seu abraço
ela quer viver sozinha
sem a sua companhia
e você ainda quer essa mulher

*

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Fontes


Essa imagem aí ao lado é do Catoto. O blog dele está linkado num espaço aí embaixo, à direita.

O cara, além de talentoso, é genial.
Brotam idéias na mente dele o tempo inteirim... diferente da água desse planeta problemático que vai acabar logo logo.
Guardem bem essa imagem na cabecinha de vocês...
Chibatadas,
F.

"Inexplicando-me"

O que eu quero não tem nome.
O que eu quero não tem nome.
O que eu quero não tem nome.
O que eu quero não tem nome.

Ou talvez seja pecado dar nome ao que eu quero.
E o que eu quero... ah, isso deve ser pecado.

Não consigo mais sonhar.
E se eu sonho penso que é em vão.

Porque não tem solidão do tamanho dessa que resolveu morar aqui no meu peito.

E eu não tenho mais o que fazer com essa solidão. Que não vai embora com abraço de amigo, com beijo de desconhecido, nem com carinho de mãe.

Porque cada perfume que eu passo se perde no ar. E nem o mistério nem a saudade cotidiana daquele cheiro ficam na memória de alguém.

Porque as minhas roupas já se amarrotam sozinhas, sem precisarem de braços sedentos masculinos para isso.

Porque eu não tenho irmãos ou irmãs, e sei muito bem que um dia todos meus amigos vão se casar e eu vou ser deixada de lado por qualquer amor barato que eles encontrarem em alguma esquina brincalhona.

E eu não vou ter mais colo de mãe ou abraço de pai para me confortar porque vai ser simplesmente tarde demais...

Porque não terá solidão do tamanho dessa que resolveu morar aqui no meu peito.

Quarta-feira dos desejos

Passeando pela feira nessa quarta-feira fria, menos fria do que ontem, em meio ao cheiro de peixes e especiarias... coentro, manjericão, hortelã, salsinha, e outros temperos frescos... enquanto feirantes engraçadinhos jogavam cantadas no ar numa tentativa de aumentar as vendas, observando os cães brincarem com a comida esquecida no chão, me dei conta de que o que eu procuro, aquilo que eu há tanto tempo quero e procuro, ainda não tem nome.

Simples assim.

Eu desejo algo que não tem nome.

Talvez ainda não tenha nome. Ou simplesmente não exista. Mesmo.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Calixto e seu Almondegário

E foi com muita honra que conheci o Fabiano Calixto no sábado. Tive com ele uma conversa "ao vivo". Saímos do plano virtual. Ele é uma dessas pessoas que tornam qualquer conversa agradável. Divertido e gentil, me presenteou com seu livro Sangüínea. Que tenho lido nos momentos livres e noites insones...
É fácil gostar do Calixto.

http://almondegario.zip.net/

Agradeço imensamente por realizar um dos meus sonhos de infância, inspirar uma poesia.

Beijo enorme.

Sopa de feijão sem macarrão

Não me perguntem porque é que raios eu ainda tenho um blog, ou porque é que a Marisa Orth insiste em cantar com a Elza Soares no circo do Edgar...
Eu sinto fome. Ou melhor, não sei o que é isso. Quem sabe o que é fome está para morrer disso.
Não me julguem pelo que vêem, isso é tudo que vocês têm para julgar.
Preciso confessar que não tenho mais nada para escrever por aqui.
Preciso confessar.
Não aprendi muitas coisas na vida. Não observei. Simplesmente não tinha nada para observar, ou não me importava mais.
Não me importo mais. Ah, não importa.
Uma menina que não sabe falar direito, com olhos azuis e cabelo cor de rosa, tem um programa na minha televisão. Na minha televisão.
A televisão é minha e eu não posso escolher o que quero ver ou o que deve passar.
Pelo menos eu posso escolher o que quero ler ou ouvir.
Há algo de muito errado atualmente com a música. E as leituras que prestam têm sempre esse ar rebelde adolescente, mesmo se escritos por pessoas com mais de 30 anos.
O mundo não saiu do cotidiano de aflições colegiais.
Para se conseguir algo nessa vida é necessário se transformar numa personagem/personalidade. Seja da música, dos negócios, da escrita, da tv, do esporte, da vida. No final, são tudo negócios.

Aprendi que não sou a favorita de ninguém, mas tenho certos favoritos.

Talvez eu tenha que ficar famosa para virar a favorita de alguém...

Não sei se tenho vontade. Estou ficando velha para isso.

Só não deleto tudo isso porque esse espaço é meu. E se eu não puder fazer isso num espaço meu, onde é que vou fazer?

Se eu não colocar pra fora o coração explode. Mas só explode porque eu desaprendi a chorar.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

A melhor semana

Depois de alguns presentes especiais, novidades deliciosas e descobertas interessantes, a madrugada passada foi encerrada com um delicado diálogo ao pé do ouvido saído do melhor abraço apertado...

- Eu poderia ficar assim pra sempre!
- Eu não ia achar ruim não...

Era exatamente o que eu precisava ouvir.

É isso. Um beijo.

"... e tropecei no céu como se ouvisse música..."

Indico do fundo mais fundo do meu coração.
Esse cara é altamente engajado e ainda tem alma de poeta! Um último romântico, como ele mesmo diz...
Além disso tudo é meu amigo. Grande amigo Fabrício.

http://minhascismas.blogspot.com/

Amotestimadoamigo.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Dança de salão: O músico e a atriz

¨
Sempre você vai tocar e eu vou me arrastar pro salão pra dançar.
As pessoas vão te olhar, vão me olhar, e vai ser inevitável.
Nós dois fazendo o que sabemos fazer de melhor. Você, sua música. Eu, minha farra.
E vou sim conversar com todas as pessoas que te conhecem. Cada uma.
Vou fazer sempre novas amizades.
Vou me divertir. Fazer piadinhas, fazer papelão.
Você sempre bebendo seu vinho bem educado, sendo adulado.
Eu com meu whisky, minha cerveja, minha qualquer coisa que me dê barato, na mão.
Vou me exibir sim. Para todos. Para todos. Até que você se toque e me olhe.
Me olhe direto. Só para mim. Dentro de mim.
Vou te acompanhar em cada canto dessa cidade. Dessa e de outras. Estarei em todos lugares possíveis.
Vou te acompanhar. Mas não vou te dirigir a palavra antes de sua primeira abordagem.
Salvo em algumas raras exceções. Raros momentos. Raros prazeres.
Vou te olhar. Vou te desejar. Descaradamente. Na frente de todos.
E vou esperar o troco. Vou ignorar todas opiniões sobre nós dois.
Todas condenações.
Se valer a pena assim, é porque é certo.
É porque é certo.
E nós somos certos um para o outro.

"Seus olhos e seu sorriso mastigam meu corpo e juízo"

...

Confissão para a ampulheta:

¨

Eu ando brincando com a vida e a vida está brincando comigo.

..

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Mantra

""

"São Genésio protege tua legião"

...

Algo inédito

Ganhei:

Uma poesia para as mãos e outra para um sorriso...

Fantástico.

Um pouco de história romântica...

Juro por tudo que me é sagrado que tudo o que eu mais queria (ainda quero) nesse mundo era ser atriz.
Dessas grandes novas atrizes que temos acompanhado já há algum tempo.
Mas meu pai não é músico e minha mãe não tem teatro.
Não há poetas, escritores, pintores, artistas plásticos, almas eruditas em minha família.
Pelo contrário, as pessoas da minha família nem gostam, nem se interessam, nem entendem.
Só há preconceito.
Não temos cabaré. Não tenho apoio.
Sempre gostei de televisão, de filmes, de música, de dança, de propaganda, de desfile, de roupas, de atuações impecáveis, de grandes atores, de arte abstrata, de filosofia, de bastidores, de produção, de espetáculos, de lindas histórias, de livros, de dramas, de intensidade, de poesias, de ler, daquilo tudo que me fazia sentir viva, etc, etc.
Era apaixonada pelas aulas de literatura do colégio.
Muitas coisas me aconteceram entre os 15 e 20 anos de idade que me tiraram de órbita e me fizeram buscar muitas coisas para a felicidade e segurança. Dos outros.
Deixei todas aquelas pequenas pontadas iniciais de paixão de lado. Tinha problemas reais para cuidar. Preocupações reais. Não tinha tempo para mim, para minha cabeça e meus sentimentos.
Sempre apaixonada. Assistindo tudo de longe. Buscando outros sonhos, que não eram meus.
Sempre uma expectadora da vida. Só admirando a arte como uma realidade impossível.
Uma vida inteira assistindo ao circo pelo buraco da lona. Sentindo a arte como uma pessoa cega e surda.
Mas só no ano 2006 que tive um contato com isso.
Um primeiro contato imediato.
Aos 21 anos de idade, com sorte, fui sozinha a um espetáculo chamado "O Cubo", no teatro popular do SESI, na Av. Paulista.
Fui para confirmar as suspeitas de uma vida inteira. Uma vida inteira de expectativas e dúvidas sobre qual era meu lugar no mundo.
Me apaixonei perdidamente. E nunca mais saí de lá. Nunca mais tive coragem de abandonar aquele sentimento que me invadia, e ainda invade, cada vez que eu entrava num teatro.
Aquele amor só crescia.
Passei a ir todos sábados e domingos à Av. Paulista, não perdia um peça. Sabia e conhecia todas exposições by heart.
Quando era um temporada longa, assistia à peça 2, 4, 8 vezes...
Deixava o carro em qualquer estacionamento próximo, e ficava perambulando pela Paulista e arredores. Ia no MASP, via outras exposições no prédio do SESI, assistia aqueles filmes lindos e cult do cine Bombril, HSBC ou Espaço Unibanco. E, para fechar o dia, ainda assistia uma peça.
Tudo isso sozinha.
Mas plenamente feliz.
De cada peça que eu assistia, procurava saber o nome dos atores, o nome do diretor, do dramaturgo, pegava a peça ou o livro para ler, e ainda divulgava incansavelmente.
Mas continuava sempre sozinha.
Até que um belo dia, no final do espetáculo "Timão de Atenas", o ator Renato Borghi divulgou a maratona de Shakespeare que ele e alguns colegas de elenco estavam fazendo e comentou sobre o "Macbeth" que estava em cartaz no Satyros 1, na Praça Roosevelt.
Fiz o possível para descobrir onde diabos ficava essa bendita praça. Saí do trampo às 17h pra lá do Largo do Socorro, e enfrentei todo caos da hora do rush de São Paulo, mais uma vez completamente sozinha, chegando à praça quase às 19h. Só para assistir a peça indicada. Foi ótimo, pois eu era péssima motorista e não conhecia nada dessa cidade. Não que eu tenha melhorado muito, mas tudo o que sei hoje e a forma como dirijo devo às arriscadas idas semanais à praça.
Chegando lá, estranhei mas me apaixonei mais uma vez, com mais intensidade. Outra forma de ser platéia de teatro. Contato direto com os atores, teatro mais intimista. Deslumbre.
Minha vida passou a ser assim: teatro da paulista aos finais de semana, teatro da roosevelt durante a semana. Gastos fenomenais com gasolina. Faltas na faculdade, que me trouxeram uma DP como prejuízo. Paixão e amor pelo teatro maiores a cada semana. Felicidade. Crise existencial por achar que tinha perdido minha vida inteira até ali. Que todas as escolhas que fiz foram em vão, pois não eram por mim. Mas sim pelos mais pais. Pelo gosto deles. Pela segurança deles. Pela felicidade deles.
Eu estava buscando algo que eu acreditava que se fizesse teria dinheiro de alguma forma.
Eu achava que era apaixonada pelo que eu fazia. Mas quando conheci o teatro, descobri como eu estava enganada em relação às paixões.
Descobri tarde demais. Com uma vida inteira passada e começada. Sempre fazendo tudo por fazer. Fingindo que gostava para deixar os outros satisfeitos.

Em uma família que ainda não apóia esse novo amor.

No início de 2007, passei a juntar dinheiro e procurei sim um curso de teatro. Fui no primeiro que comentaram comigo e me inscrevi. Aos 22 anos.
Estou cursando teatro atualmente. Mas agora conheço todo um outro lado dessa arte. Com mais informações acerca de estudos, contatos, pessoas e grupos influentes, falsidade do meio, dificuldades, etc, etc, etc.
Estou nisso por pura paixão, por amor!
Sei que não tenho rostinho e corpinho de meninas da Malhação, sei que posso não ser lá muito talentosa, ou que as pessoas influentes não vão com a minha cara.
Mas enquanto eu tiver esse sentimento tão forte e absurdo aqui no peito, me prometo não desistir. Enquanto eu puder pelo menos ver essas pessoas que tanto admiro, ninguém vai ter força de me tirar desse caminho. Juro.
Que bom para essas pessoas que têm família e amigos na área. Que bom para aqueles todos que ganharam na loteria genética e tem a pele, o tipo e o rosto certos e, por cima disso, talento. Que bom para quem tem papai generoso e cuidadoso. Isso é muito bom, é importante.
Admiro isso sim. Acho bacana. Como o resto dos mortais.

Mas não é porque alguns acreditam que eu não tenha o que é necessário e tentem me convencer diariamente a desistir que isso vai acontecer.

Já abri mão de alguns amores sérios por motivos muito fortes. Mas nada nesse mundo vai tirar esse amor de mim.

E é só disso que eu preciso.

sábado, 14 de junho de 2008

Celebrando sentimentos

s2 s2 s2

Continuando a onda de amor que me invadiu essa semana...

Para aqueles que eu amo. Mas só para vocês que sabem exatamente do que estou falando:

Aplausos sim. Aplausos sempre. Porque "aplausos alimentam a alma e engordam o ego"...

s2 s2 s2

sexta-feira, 13 de junho de 2008

All you need is love

s2 s2 s2














All you need is love...

E foi ouvindo essa música que eu voltei a acreditar em anjos, e no amor, e que as coisas podem dar certo ainda. Há tempo.

Depois de um show maravilhoso do Cordel do Fogo Encantado, depois de rever amigos, em pleno fim de noite do dia dos namorados, enquanto alguns se arranjavam, outros reviviam casos e amores antigos, aqueles ali exibiam brilhantes formas de trocar saliva, eu tentava estabelecer uma conversa nunca inteira com quem quer que fosse.

Mas só minha solidão dialogava.

E eu, escorada no balcão do bar, tive a noite surpreendentemente iluminada ao som de all you need is love devido a um ser do tipo dos mais loiros, carinha de gringo, cara de anjo malvado, olhos pequenos e claros, do outro lado do balcão, fazendo graça e mímica, cantando a música que embalava todos enamorados do local.

Troca de olhares e flertes divertidos a noite inteira. Aquela impressão absurda de reconhecimento do outro.

Nomes nunca revelados. O coração em tranquila expectativa. Mais olhares. Um beijo no rosto. Sorrisos que guardavam uma cumplicidade desconhecida e desconcertante.

Mais uma bebidinha enquanto o pensamento gritava: Eu te conheço! Eu te conheço! Eu te conheço!!!!!!

Mais um vinho para ignorar as sete meninas que o assediavam com mãos, poses, cabelos, vozes, bocas e unhas desesperadamente. Enquanto nossos olhares de perdiam e se pediam.

Como naquela vez, em um passado recente, talvez 2004 ou 2005, em que esse anjo, em outro bar, em outro momento, apareceu para me tirar de um poço igualmente profundo, com sua presença igualmente leve, ajudando minha auto-estima, cuidando da minha alma e nada além.

Dessa vez, mais sublime, mais sutil. Sem um toque, sem uma palavra sequer. Ambos equilibrados, mais maduros.

Se você ainda conserva aquele seu nome certo, de anjo, vem, porque eu vou te esperar para sempre. Mesmo que para isso seja necessário eu enfrentar todos os balcões de todos os bares do mundo.
Mesmo que eu tenha que cantar all you need is love, para sempre, até meus pulmões explodirem, só para você apontar para mim, daquele jeito.
E todos meus bons momentos e olhares serão seus.

Dedicado ao anjo R...

s2 s2 s2

terça-feira, 10 de junho de 2008

Sorri...

\\\\\\\
Há aquela menina ali. Aquela sentada no canto sorrindo para ninguém.
Sorrindo sozinha para ninguém ver.
Para todo ninguém que quiser ver.
Ela sorri sozinha e não sabe mais porque sorri tanto assim.
Mas sorri porque é tudo que lhe resta fazer.
Ela senta nas mesas grandes de bar.
Senta bem no meio das mesas grandes e longas de bar.
E se perde em conversas que se dividem em grupos grandes aos lados. Em todos lados.
Fica no meio participando de todas conversas sem conseguir manter inteiramente nenhuma delas.
E ela usa maquiagem e roupas bem bonitas para caminhar por ruas abandonadas, vazias e escuras.
E ela usa perfumes caros para receber nenhum abraço. Para acolher nenhum olfato.
E somente ela sabe de tudo o que ela sabe e pode saber.
De tudo que ela pode informar, e ensinar, e ajudar. Mas não há ouvido pronto para ouví-la.
Ela deixa as unhas dos pés e das mãos sempre afiadas e vermelhas, porque ela precisa se defender e disfarçar seus machucados.
Ela oculta hematomas sob as roupas, sob os cabelos, e os carrega como prêmios, orgulhosa de sua coragem absurda.
Ela caminha por caminhos secretos e apronta coisas secretas por todos esses caminhos.
E já mudou tantas vezes que deixou de sentir.
Mas sorri. Sorri daquela forma congelada que só ela sabe.
Conformada e congelada.
Enquanto ninguém percebe... ou sorri de volta.
///////

Imperdível

Para essa semana, eu indico a peça abaixo. Eu assisti três vezes.

Pois é brilhante. O elenco é lindo. E indico do canto mais fundo do meu coração pois o texto toca fundo assim. Tão lindo que dói, e faz chorar, e lava a alma...

Destaque para as atuações das meninas. Destaque para a cena do parque de diversões/roda gigante. Imperdível. De tirar o fôlego. De doer.


















"ABO- A Travessia de Ilana", de Rui Xavier com direção de Ralph Maizza
Elenco: Flávia Tápias, Mariana Blanski, Pátricia Kodjaian, Samya Enes, Vanessa Lopes e Didio Perini.
Todas as Quartas-feiras às 21:30hs
Teatro X- Rua Rui Barbosa, 399 Bela Vista

Desejo muito sucesso a todos envolvidos!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Plano Secreto

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É... chegou a hora de eu ficar bem quieta.
Me concentrar nas devidas coisas...
Tá bom, tá bom. Não pergunto mais. Vou ficar de bico calado.
Tomei o chá de simancol. Me coloquei no meu lugar.
Sei lá que limites eu extrapolei...
Mas, se exagerei, me desculpe. Minha personalidade é assim ué, espalhafatosa, descontrolada, espontânea.
Tô acostumada mesmo a ninguém saber lidar comigo...



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