quinta-feira, 31 de julho de 2008

Não me atrevo

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É sério. Não me atrevo.
Não me atrevo a me meter com vocês.
Vocês são crescidos e casados e bem resolvidos e semi-vacinados e estrelados.
Vou ficar na minha. Eu não tenho nada a oferecer pra vocês.
E vocês, por incrível que pareça, têm menos ainda a me oferecer.

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"Diálogo Inútil do Abismo com a Queda"

Até dia 31/08.

Bem recomendada.

Por obséquio, assistam.

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Eu sei muito sobre as pessoas.
É, só de olhar pra elas...
Mas não é culpa minha. Elas se entregam nos primeiros 42 segundos.

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terça-feira, 29 de julho de 2008

Cuida de mim

http://www.youtube.com/watch?v=W6igEPWb6Xg&feature=related

Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer as vezes que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo
Tanto faz não satisfaz o que preciso
Além do mais, quem busca nunca é indeciso
Eu busquei quem sou;
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.

Cuida de mim enquanto não esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo.

Basta as penas que eu mesmo sinto de mim
Junto todas, crio asas, viro querubim
Sou da cor, do tom, sabor e som que quiser ouvir
Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir
Quero mais, quero a paz que me prometeu
Volto atrás, se voltar atrás assim como eu.
Busquei quem sou
Voce, pra mim, mostrou
Que eu não estou sozinho nesse mundo.

Cuida de mim enquanto não esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo.
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Estou só tentando arrumar a minha vida...

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segunda-feira, 28 de julho de 2008

Constatação

Eu juro, pela minha vida, que tudo o que eu queria essa noite era poder olhar pro lado, deitada na cama, e te dizer:

Boa noite, meu amor.

domingo, 27 de julho de 2008

Ausência de nós dois

Domingo hoje, né?
Esse domingo tá com uma cara de noite de segunda-feira.
Mas não é.

Essa manhã, antes de eu acordar, você estava lá.
E ontem também. E quinta-feira também.
Mas hoje, antes de eu acordar, você já estava lá.
E estava lá me esperando de braços abertos.
Pra matar uma saudade dupla do tamanho do mundo.
Sustentando um abraço grande onde até poderia caber o mundo.
Mas coube eu. Direitinho. Toda dentro do seu abraço.
E você coube nos meus braços. Dentro do abraço mais caloroso que eu sabia dar. Todo dentro.
Mesmo eu sendo bem menor que você.
Nós ficamos do mesmo tamanho. Um cabendo nos braços do outro como se feitos sob medida.
E tudo ficou confortável. E o que estava escuro ficou claro.
Claro demais pra nós dois.
E quando isso aconteceu, eu juro que achei que você fosse embora de novo.
Mas, pra me surpreender e me agradar, você me beijou...
E foi melhor do que qualquer beijo já imaginado. Por mim e por você.
Foi melado. Porque nós dois estávamos sedentos. Muito sedentos de nós dois.
E pela seca dessa sede nós salivamos tudo o que pudemos.
Salivamos descontroladamente um no outro.
E rimos disso tudo. Dessa nossa baboseira.
Como adolescentes.
E eu achando que você não gostava de mim ouvi você dizendo que nunca me deixaria.
Confiei nisso e te entreguei tudo o que eu era.
Menos meu corpo.
Porque você tinha medo de não dar valor. E eu tinha medo de te perder.
E eu te perdi. Mas te perdi só porque nunca te tive.

E assim tem sido, todas as noites quando adormeço, todos os dias antes de acordar.
Você está lá ao meu lado.
Passamos todas as noites fazendo sexo loucamente e sem interrupções.
O único problema é constatar que você não está lá quando eu acordo.
Porque também não estava enquanto eu dormia.

безумие - The mind losing art

Acho que perdi a capacidade de sentir.
A capacidade de sentir qualquer coisa. Qualquer coisa que seja.
"Qualquer coisa que se sinta".
Perdi a capacidade de ter sentimentos. Entende?
Esqueci meus sentimentos largados por aí. Pelo caminho.
Em algum lugar, entre a saída da balada e a porta de casa.
É como se eu estivesse olhando para uma parede cinza.
E não importa que forma ela tome, que cor ela assuma, eu simplesmente não consigo assimilar, entender.
Não há mais nada aqui dentro. Nem expectativas, nem desespero, nem resignação.
Há somente meu corpo e o nada.
E o nada está tomando conta do meu juízo.
Pois até meu juízo anda se desintegrando. Se entregando.
O próximo passo seria simplesmente me deixar enlouquecer?
Será que o próximo passo é enlouquecer?
Será que há próximo passo ou vou simplesmente sumir sem sentir o passo dado?

I'm losing it
I'm losing it
I think I'm losing it.

Eu estou andando há três metros de distância do meu corpo.
Ando assistindo às pessoas em suas vidas pela lente de uma câmera surrealmente realista.

Elas falam comigo e eu simplesmente assisto.
Observo a imagem.
E não julgo, nem analiso. Computo dados.

Uma racionalidade absurda tomou conta de mim.
Sou fria como uma calculadora. Sou toda números.
Faço contas como se fosse autista.

Um milhão de contas, o tempo todo.
Somo todos os números de todas as casas que vejo.
Somo as placas de todos os carros.
Substituo as letras dos nomes das pessoas pela correspondência numérica de sua posição no alfabeto. E somo.
Computo dados.
1 empresa em 6 continentes, presente em 55 países. Com 247 escritórios. Ganho anual em vendas de R$ 5.2 bilhões de dólares. Meu nome completo possui 18 letras. A soma de minha data de nascimento é igual a 9. Meu peixe tem 23 meses de vida. Minha mãe: 66 anos de idade.
Preciso ganhar R$ 10.000,00 pra ajeitar minha vida até o mês 12/2008. Durmo em média 5h/noite. Acordo 8 vezes nessas 5h para olhar que horas são. São 01:30 am. São 02:48 am. São 03:56 am. São 04:30 am. São 04:52 am. São 05:26 am. São 06:40 am. São 07:12 am.
O cachorro latiu 17 vezes seguidas e me acordou. Tomei três copos de 300 ml de café em menos de 2 horas.

A vida é toda cheia de números e de formas arredondadas.
As folhas das plantas não são quadradas. O relógio conta as horas dando voltas.
A porta é retangular, porém ela fecha formando um quarto de círculo.
O corpo é todo arredondado. Independente do sexo. Os sexos têm terminações arredondadas.

I'm losing it
I'm losing it
I think I'm losing it.

Maybe not.

Talvez a loucura seja realmente um clarão que se instala na sua mente.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Lei Seca

Recebi isso por e-mail de uma amiga muito querida.

Todos sabem que sexta-feira é dia de encher a cara, pelo menos, participar de um happy hour.

Como resolver isso frente a lei seca?



Meu conselho? Se for pra ser pego pela polícia que não seja por uma mísera latinha de cerveja ou dois bombons de licor, que seja por um porre daquela sua bebida preferida. Do contrário, seria ridículo.

Conselho politicamente correto: deixe o carro em casa.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Derrubando moinhos de vento



As descobertas de hoje:

Preciso conhecer pessoas novas. E diferentes. Verdadeiramente diferentes.

Gosto de homens do tipo anti-social, aqueles que mastigam o mundo e não precisam mostrar ou provar nada pra ninguém.

Posso contar nos dedos de uma mão quais as pessoas realmente confiáveis.

Recuperei meus valores nessa última semana.

Eu devo ser a única pessoa no mundo que só fala que gosta de alguém quando realmente sente isso. E olha que não gosto das pessoas por conveniência.
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That's all folks

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É, andamos percebendo por aí que as coisas só melhoram a partir de julho.
Sempre a partir de julho.

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É essa minha mania de criar laços de amizade com certas pessoas... só pra me machucar depois.

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Eu sempre achei mais bonito meninos dançando do que meninas. Inclusive ballet.

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segunda-feira, 21 de julho de 2008

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Ai, ansiedade...

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Nova Fase

Algumas coisas muito boas me aconteceram nesse último ano.
Outras bem pesadas também andaram me arrastando e afetando meu humor por aí.
Mas se há algo que aprendi nessa vida: é que tudo passa. Por mais clichê que possa parecer, é simples e verdadeiro.

Certa vez ouvi dizer que eu representava a regeneração. Como a lua, como a fênix, como vários outros símbolos de ressurgimento, renascimento, etc, etc.
Eu, como sempre, duvidei.
Sempre me senti mais velha do que a pessoa mais velha que conheço atualmente.
Mais velha até que a Dercy G.
Mas ultimamente analisei cada acontecimento.
Em muitas épocas recomecei minha vida do zero.
Sempre após algum baque grande.

Pois bem, após uma série de abalos de variados tamanhos, e muitas reflexões, sinto que as coisas estão começando a entrar nos eixos, a tomar algum rumo. Qualquer rumo.
Talvez ainda não seja o rumo certo, mas já é um começo.
Espero que seja um bom começo.

Qualquer coisa faço como sempre fiz. Começo do zero.
Recomeço.

É isso.

*

sábado, 19 de julho de 2008

E essa cara de sapeca aí?

Quem aprontou todas ontem põe o dedo aqui que já vai feeeeeechar!!!

Definitivamente o vinho deve ser banido da minha vida.

Baco deve ter algum problema comigo.

Tudo tão bom. Amigos, violões, vozes e paparicos.

E um pouco de emoção.

rsrsrsrs...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Sentindo...

Uma saudade sem tamanho de um cara que eu nem sei se lembra de mim.

Que eu nem sei se visita esse cabaré.

Ele mora no interior e me apresentou uma lua linda certa vez... há um ano atrás.

E ficou guardado pra sempre.

Eu queria um sinal, qualquer sinal.

Glücklich


Vou contar um segredo: acho que as coisas estão mudando. Estou sentindo.

É, estou sentindo que tem boas novas chegando...


E eu vou continuar fazendo exatamente o que venho fazendo, porque parece que está dando certo.


E vai tudo acontecer conforme deve acontecer. Naquela ordem maluca estabelecida naquele tempo maluco. Mas o importante é que vai acontecer e eu mal posso esperar.


E ele vai chegar em tempo. E vai me ver. E vai ser tudo conforme já tinha de ser.


E então eu vou finalmente poder me despedir da insônia, da pressão alta, das enxaquecas e das dores nos rins. Até as crises existenciais poderão seguir outros rumos...


Porque vai ser tudo do jeitinho que tem de ser.
***

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Focus

*

Ando na contramão...
Tenho vontade de ser para ter.
Enquanto todos andam querendo ter para ser.

Estou retomando meus focos.
O resto vira hobby.

Estou retomando meus focos por pura necessidade.
Se fosse por mim viveria dos hobbies.
Mas nunca vi hobby encher barriga...

Entonces, cá estamos, tentando virar gente grande.
E vocês aí? Já pensaram em vossas respectivas aposentadorias?

Ou estão achando que papai vai viver pra sempre?

*

Um quase dentro do outro

Acho que ando carente de intimidade.
É ótimo morar numa casa com todo estoque de consumíveis básicos, dois parentes e dois cachorros amorosos, água, luz, telefone. Não me falta nada. Nem quero parecer mal agradecida.
Mas é estranho passar dias a fio sem dizer uma palavra sequer. Sem dar um sorriso sincero. Fingindo um monte de várias outras coisas.
É estranho.
Sabe quando você é criança e tem aquele(a) amiguinho(a) de todas as horas? Vocês dividem o lanche, dividem as canetinhas, trocam desenhos, penteiam os cabelos um(a) do(a) outro(a), se vestem parecidos(as), combinam de passear no shopping juntos(as), comem igual, gostam dos mesmos doces, brigam por bobagens, riem por bobagens, andam de mãos dadas, se mandam beijos pelo ar, fazem brigas de travesseiro, sentam no sofá com as pernas entrelaçadas, sussurram segredos e fofocas, dividem os brinquedos, dormem na mesma cama e até tomam banho juntos(as)?

Tudo isso com a inocência que só as crianças sabem ter... sem enjoar.

É desse tipo de intimidade e cumplicidade que ando sentindo falta.

terça-feira, 15 de julho de 2008

A droga do amor

Hoje re-assisti ao filme "Como se fosse a primeira vez".
Vou comentar sobre o filme, e não vou ligar de ser chamada de romântica, antiga e brega, como geralmente ligo e como geralmente não sou, ou tento não ser.

Você consegue imaginar uma pessoa que te faz se apaixonar todos os dias?

E ainda mantém o bom humor?!

Não sei se são os remédios, a pressão, a labirintite, mas ando sim "a flor da pele e qualquer beijo de novela me faz chorar".

Logo eu que sempre soube escolher os caras errados para gostar. Que sabia que aquele ali não teria futuro, menos ainda nosso relacionamento. Um após o outro. Sempre a mesma história errada.

Talvez eu sempre escolha os caras errados já me prevenindo de criar certas expectativas e me decepcionando menos quando as coisas não dão certo. Porque eu já sabia que ia ser assim.

Uma vez só eu soube escolher. Ele até me disse que queria ser médico. Pediatra talvez. E a gente tinha tudo para dar certo. Porque ele sabia fazer acessórios com miçangas e camisetas tie die. E sabia aproveitar os momentos e ser carinhoso na hora certa. E pedir colo quando eu queria dar colo. E oferecer colo quando era eu quem precisava. Sabia ser engraçado e dançar na balada daquele jeito desengonçado dele. Com aquele molejo de loiro gringo dele. Porque ele parecia que não precisava de dinheiro, nem de muitas garotas, apenas da beleza e espiritualidade da vida. Porque ele sabia caminhar segurando minha mão, sem ter medo disso. Porque ele era tudo que eu tinha sonhado e não poderia me decepcionar. Então, da noite pro dia, na nossa imaturidade de 16 anos, ele teve que ir embora pro outro lado da américa.

Devemos considerar que isso tudo faz parte da visão fantasiosa de uma menina de 16 anos.

Yeah J, you saw the colors in my eyes like no one else.

Porque ele era especial demais, até pra mim.

Bem, vou lá tomar mais remedinhos para cultivar meu sono e acentuar meu romantismo açucarado e proporcionar-lhes mais dores de dentes.

Viva o Lexotan!!!

*

Fora de Sintonia

rárá.

Adoro tomar esses remédios relaxantes musculares, anti histamínicos, analgésicos, que tiram qualquer peso dos ombros e fazem tudo ficar mais colorido e lindo e divertido e mole.

Vou precisar de remédio pra dormir. Já contei isso?

Logo eu, que fico doente só a cada dois anos, ando tendo todos os sintomas de tudo sem diagnóstico algum. Uma narina "intubida", um pulmão que dói, um peito carregado assoviando, um ouvido zunindo e o labirinto completamente fora do lugar. Um semi desmaio dentro da livraria.

E terremotos em algum lugar do mundo. Na Grécia, eu acho... E furacões no Caribe.

Já contei como os fenômenos naturais afetam minha saúde?

Desde a infância. Sono profundo no meio da tarde, pode apostar que está rolando um terremoto.
Tonturas, labirinto afetado, andar me escorando nas paredes: furacões e terremotos.

Sempre. Desde os 7 anos.

Ontem, além dos fenômenos naturais, meu grau de irritação supurou. Estou com febre e tonturas e "constibada" até agora.

E dopada, que é a melhor parte, pela montanha de remédios que venho ingerindo.

Ah, o remédio pra dormir? Lexotan, sob prescrição.

Portanto, caso eu não atenda o celular ou não seja coerente ao telefone, por obséquio, entendam.

*

Job risks

Ando precisando de dinheiro.
Ando precisando de dinheiro e de emprego. E vice-versa.
Ando com febre e com pressão alta também. E um par de olheiras que veio pra ficar.
Ando tendo tonturas e rindo demais por aí. Segurando o choro por aqui.
Meu nariz, meus pulmões, minha rinite assobiam e roncam. Eu tenho uma febre interna constante. Está tudo inflamado. Até minha pele.
Meu estômago deu um nó e ficou assim. Parece que é pra sempre.
Minha pressão sanguínea sempre foi 10 por 7. Hoje está 14 por 11.
Mas ainda não contei pra ninguém. E ninguém vai ficar sabendo.
Não antes de eu arrumar um emprego.
Eu preciso de algum emprego, qualquer um.

Preciso de um colo. Qualquer um.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

O dia em que...

Tenho 23 anos e minha pressão arterial está batendo lá no céu.
Parece que meus olhos vão pular pra fora do meu rosto.
Vejo estrelas.
O bom disso tudo é que vejo estrelas.
É tão bonito olhar ao redor e ver estrelas prateadas.
Meu coração parece que vai explodir dentro do meu peito.
Mas ninguém sabe disso. Assim ninguém sofre antecipadamente.
As olheiras sorriem roxas sobre minhas bochechas.

Dia desses um amigo que não me via há um bom tempo me perguntou se eu estava bem.
Se eu estava triste... rárá.
Eu sorri como resposta.
E ele não me via há algum tempo e eu estava sorrindo.
Mas ele parecia que sabia.
Só de olhar pra mim, parecia que sabia de tudo.

Mas ele não tinha tempo e eu não tinha tempo e nem queria chatear ninguém.
Então só sorri de volta.

E tudo pareceu que voltou ao normal e tudo ficou normal.
E todos nós acreditamos que estava tudo bem.

Até hoje. O dia em que minha pressão arterial foi bater no sol.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Amigo Deyvis

Têm pessoas que sabem observar as coisas. Realmente olham pra fora.

Adoro essa cultura de boteco do Deyvis:

http://culturadeboteco.blogspot.com/

P.S.: Atenção para o "footsabugo". Juro que nunca ri tanto na minha vida.
E o desfecho é simplesmente lindo demais.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Filosofia de quê?

***
















Escreva um filho, plante um livro, faça uma árvore.
As pessoas costumam ter uma filosofia de vida. Carpe Diem, Inutilia Truncat, In Omnia Paratus, Aperte o foda-se, Siga suas vontades, Viva cada dia como se fosse o último, A vida é uma só, Corra atrás de seus sonhos, Vivo um dia após o outro... Enfim.
Me dei conta de que nunca fui de seguir filosofias. Nunca apertei definitivamente o botão do foda-se porque não consigo me desligar, não sou louca o suficiente para muitos estilos de vida ou resoluções drásticas, não consigo magoar ninguém, nunca fiz mochilão ou couch surfing, nunca larguei tudo pra ir atrás de um grande amor, enfim, nunca fiz muitas coisas que levam algumas pessoas a escreverem livros bem sucedidos ou não sobre coisas que todo mundo faz, na medida do possível, ou que não tem coragem de fazer.
Nunca fui de seguir filosofias de vida. Nunca busquei a paz. Nem a guerra.
Talvez eu tenha seguido já todas essas filosofias, em tempos diferentes da minha vida separadamente, ou mesmo todas juntas em um só tempo. E sempre tive tanto a paz quanto a guerra presentes, caminhando juntas, de mãos dadas.
Talvez, justamente por seguir todas, eu não siga nenhuma. Talvez seja exatamente o contrário. Não sigo nenhuma e daí todas filosofias me seguem.
Escreva um filho, plante um livro, faça uma árvore.
Sou uma pessoa muito simples. Muito mesmo. Não tenho grandes ambições. Quero o que todos querem atualmente: estabilidade.
Quero um carro meu, uma casa minha, e um dinheiro todo meu, só pro meu prazer.
Nem precisa ser muito. Tem que ser suficiente. O problema é que para muitas pessoas, inclusive eu, o suficiente tem uma enorme capacidade elástica. Igual chiclete. Pode ser só uma bolinha amassada na ponta dos dedos. Como pode ser aquele chiclete que vc segura nos dedos e nos dentes e estica até virar um fio. Até estourar.
Depende do momento e das pessoas envolvidas em sua vida.
Escreva um filho, plante um livro, faça uma árvore.
Mas, por enquanto, a simplicidade, a estabilidade, a segurança, têm tomada conta das minhas preocupações. Sou uma pessoa sozinha. Filha única. Meus pais não vão viver pra sempre. Muito menos o dinheiro deles.
Família? Não dá pra contar com ninguém além do pai e da mãe. Tio, tia, avó, avô, irmão, irmã, primo, prima, marido, amigos... tudo isso some depois que os caçulas casam.
Mas eu sou filha única. Minha família pára em meus cachorros. São a extensão máxima do afeto que posso ter em uma vida.
Escreva um filho, plante um livro, faça uma árvore.
Filosofia de vida é piada. Principalmente quando a única coisa que se segue são vontades. E essas vontades, 90% do tempo, não são as minhas.
Sou uma pessoa sozinha. Para me suprir não vou precisar de muitas coisas. Menos ainda de ostentação. Não consigo me imaginar nem daqui a cinco anos.
Por esse motivo, há muito tempo que não consigo nem sequer fazer planos.
Só estou vivendo. Simples assim.
A única coisa que incomoda é esse nó crescente bem no miolo de cada pensamento do dia.
Minha filosofia? Escreva um filho, plante um livro, faça uma árvore.
Depois vá brincar com ornitorrincos amestrados.
Chibatadas,
Alice Bell.
***

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Fobia do dia

&

Continuando a Seção: Fobias, hoje lembrei de uma fobia especial da qual não encontro registro no deus google.

Acredito que sou a única pessoa no mundo que tem esse probleminha especial: Tenho pavor/horror a vizinhos.

É isso mesmo. Não tenho paciência para vizinhos. Quando vejo um vizinho, me escondo. Não quero nunca falar com eles. Não quero nunca ouví-los. Quero sempre morar sozinha na rua, no prédio, na vila, etc. Fico extremamente irritada se ouço qualquer som emitido por eles, e fico extremamente irritada quando sei que me ouvem. E se reclamam, principalmente.

Tenho horror, aversão, enjôo, o pior sentimento por essas pessoas tão próximas e desconhecidas.

Vizinhos, ui credo!!!

Pronto. Precisava por isso pra fora.

&

головоломка

*

Eu procurei, cavei, vasculhei todos os bolsos, penteei os cabelos, limpei as unhas, me maqueei, tirei a maquiagem, troquei as roupas, comprei espelhos novos, acendi e apaguei a luz, procurei mais um pouco, varri o chão da sala, limpei o tapete, andei descalça sentindo o solo, ouvi música erudita, brinquei com os cachorros, passei batom vermelho até borrar, usei cotonetes, usei fio dental, assoprei uma vela, acendi um isqueiro, apaguei o fogão, abri e fechei a geladeira, limpei as janelas, deixei as roupas de molho, tomei refrigerante, comi bolacha maizena, tirei o esmalte das unhas, alimentei o peixe, mudei de canal, gritei com os vizinhos, dirigi acima do limite de velocidade, mergulhei em pensamentos, li dois livros em dois dias, procurei nos bolsos das calças, procurei nos bolsos das blusas, procurei nas contracapas dos livros, fiz promessas a são longuinho, procurei mais, e mais um pouco, cavei, cutuquei, procurei novamente.

Mas não encontrei.

Não reconheci.

Não me encontrei.

Não estou mais em mim anymore.

*

*

*

Save Tibet

E quanto tempo mais a gente vai fingir que não vê?

http://www.tibetepodesersalvo.org/Tibete_pode_ser_salvo.html

*

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Cinza

Ando meio calada sim.
A verdade é que não tenho muito o que falar ultimamente.
E ainda há essa tosse chata e seca que perturba minha garganta quando tento dizer qualquer coisa.
Daí andei passeando pelas palavras virtuais de outras pessoas. Várias outras pessoas.
E há tanta coisa linda dentro delas e tanta coisa colorida acontecendo com elas que só consigo ficar calada.
Calada olhando para o meu cinza.
Minha vida passou por mim e deixou esse rastro cinza de herança.
Cinza como a areia da ampulheta que não cai mais.
Eu olho para minhas mãos, meu cabelo e meus olhos e tento procurar uma manchinha, um sinalzinho qualquer de cor, de colorido que seja, mas está tudo tão cinza ultimamente.

Ando lendo um livro e me identificando com a personagem que desenha a história.
O único problema é que a personagem é cheia de... problemas.

Mas isso é uma coisa engraçada, não é mesmo?

Às vezes sinto como se minha vida tivesse sido lançada para dentro da cabeça de uma criança autista... e eu fico dando voltas, voltas, voltas, balançando, balançando, balançando ali dentro.

É. Acho que isso também é engraçado.

A gente tem que rir de alguma coisa na vida, não é mesmo?

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Seção: Fobias

Entre os muitos medos que tenho o mais forte é este:

Batofobia - Pavor mórbido das profundidades. O termo refere-se comumente ao medo da altura, isto é, medo de perder o autocontrole quando se está num lugar elevado; é o medo de cair do alto e morrer. Trata-se de um medo comum entre indivíduos normais, que, no entanto, con­seguem controlar o impulso sem grande ansie­dade. É mórbido quando a ansiedade é intensa e duradoura, levando a medidas para evitar os lugares altos. Comum em muitos distúrbios psiquiátricos, adquire particular destaque entre os neuróticos. É simbólico de um impulso in­consciente, cuja natureza é desconhecida do indivíduo dominado pelo medo.

Portanto, elevadores parados e/ou panorâmicos, cavernas, cavernas com lagos, mergulho em alto mar, mergulho em qualquer lugar, lugares pequenos e escuros, lugares pequenos, carros com janelas fechadas ou cheios de gente, ônibus com janelas vedadas, casas escuras e fechadas, abraços coletivos, "montinhos", descer a serra, aviões com suas janelas pequenininhas, brinquedos do playcenter, roupas muito apertadas, pessoas que seguram meus braços com força, dar cambalhotas, plantar bananeira, dar estrela, entre muitas outras coisas, me apavoram.

Fragmentos meus

*

As lágrimas ganham voz e corpo quando as palavras não entendem esse sentimento que dói aqui.

p.s.: um momento bonito e raro entre amigas.

*

quarta-feira, 2 de julho de 2008

"Me chamo vento..."

***

"Viver é fúria e folia rumo ao mágico"

"Na praça aberta sou um colar de livres pensamentos"

Ah... aquela galera sabia o que estava fazendo.

http://www.youtube.com/watch?v=5KfaG1GhpYE&eurl=http://www.webletras.com.br/includes/ifr_video.asp?id=174013


E para os apaixonados conformados:

http://www.youtube.com/watch?v=nBDbUVXXp-U

terça-feira, 1 de julho de 2008

"Esquizofreniando"

*

Eu faço muito tipo.

Daí olho no espelho e dou de cara com um par de olhos diabólicos.

Então vem um amigo querido e me diz que tenho olhos de anjo.

Caio em contradição.

E faço mais tipo ainda. Faço coisas lindas e boas. Mas faço muitas maldades. Ah, muitas!

Escolho quem quero do meu lado.

E se não vou com a sua cara... ah, você vai ficar tão mal na fita. rár rár rár.

Sou uma virtuosa diabólica e um anjo com tridente...

E curto e aproveito e adoro e abuso dessa minha duplicidade, minha dicotomia, meu yin, meu yang.

Como lâmina gelada, corto profundamente, por todos lados, mas posso acalmar um galo na cabeça de uma criança.

Faço tanto tipo que nem minha mãe, nem a amiga mais próxima me conhecem. Sequer afirmam se sou confiável. Elas não têm certeza.

Sou assim desde criança. Um pote de ouro em meio a cobras peçonhentas...

Quer um pouco? Vai arriscar?

Pode arriscar. É tudo besteira.

Estou só fazendo tipo.

Chibatadas,

Alice Bell.

*