sexta-feira, 4 de julho de 2008

Cinza

Ando meio calada sim.
A verdade é que não tenho muito o que falar ultimamente.
E ainda há essa tosse chata e seca que perturba minha garganta quando tento dizer qualquer coisa.
Daí andei passeando pelas palavras virtuais de outras pessoas. Várias outras pessoas.
E há tanta coisa linda dentro delas e tanta coisa colorida acontecendo com elas que só consigo ficar calada.
Calada olhando para o meu cinza.
Minha vida passou por mim e deixou esse rastro cinza de herança.
Cinza como a areia da ampulheta que não cai mais.
Eu olho para minhas mãos, meu cabelo e meus olhos e tento procurar uma manchinha, um sinalzinho qualquer de cor, de colorido que seja, mas está tudo tão cinza ultimamente.

Ando lendo um livro e me identificando com a personagem que desenha a história.
O único problema é que a personagem é cheia de... problemas.

Mas isso é uma coisa engraçada, não é mesmo?

Às vezes sinto como se minha vida tivesse sido lançada para dentro da cabeça de uma criança autista... e eu fico dando voltas, voltas, voltas, balançando, balançando, balançando ali dentro.

É. Acho que isso também é engraçado.

A gente tem que rir de alguma coisa na vida, não é mesmo?

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