quarta-feira, 16 de julho de 2008

Um quase dentro do outro

Acho que ando carente de intimidade.
É ótimo morar numa casa com todo estoque de consumíveis básicos, dois parentes e dois cachorros amorosos, água, luz, telefone. Não me falta nada. Nem quero parecer mal agradecida.
Mas é estranho passar dias a fio sem dizer uma palavra sequer. Sem dar um sorriso sincero. Fingindo um monte de várias outras coisas.
É estranho.
Sabe quando você é criança e tem aquele(a) amiguinho(a) de todas as horas? Vocês dividem o lanche, dividem as canetinhas, trocam desenhos, penteiam os cabelos um(a) do(a) outro(a), se vestem parecidos(as), combinam de passear no shopping juntos(as), comem igual, gostam dos mesmos doces, brigam por bobagens, riem por bobagens, andam de mãos dadas, se mandam beijos pelo ar, fazem brigas de travesseiro, sentam no sofá com as pernas entrelaçadas, sussurram segredos e fofocas, dividem os brinquedos, dormem na mesma cama e até tomam banho juntos(as)?

Tudo isso com a inocência que só as crianças sabem ter... sem enjoar.

É desse tipo de intimidade e cumplicidade que ando sentindo falta.

Um comentário:

Tally M. disse...

Eu adoro seus textos pq eles me deixam com a sensação de "eu poderia escrever isso". Mas com esse foi diferente...

Tem um livro que diz algo tipo "eu nunca mais tive amigos como os que eu tinha aos 12 anos, mas quem os tem?". Minha sorte é que eu fiz o inverso... Passei minha infância sem ter amigos fantásticos e agora, já velhota, tenho amigos como os q as pessoas têm aos 12 anos: fantasticamente divertidos, companheiros, cúmplices... que me fazem um bem doentio! Que dividem lanche, trocam desenhos, passeiam junto comigo nos shoppings, brigam por bobagens, riem por bobagens, fazem brigas de travesseiros, sussurram segredos e fofocas e dividem os brinquedos.

Mas eu tb passo dias sem dizer uma palavra... Bom, eu moro sozinha, vc imagina o silêncio q é, hehe... E eu estou em uma fase em que o silêncio se tornou assustador...