segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Sábado: Nos braços de quem devia...

Foi aniversário dele... do querido Super.
Eu estava lá. Falei com ele mas não dei nenhum abraço.
Não paguei nenhuma bebida.
Eu não sabia.
Isso não é desculpa! Eu deveria ter advinhado.
Se eu soubesse não sei se teria coragem de dar o devido abraço.
Tudo bem, ele já estava bem abraçado nos braços de quem devia. Ver isso me fez bem.
"Os brutos também amam"
Eles se amam e não sabem... ou não querem saber. Não admitem e ignoram o fato.

Por que há tanto medo de amar nesse mundo? Será isso tudo medo de rejeição? De perda?
Será medo de cobrança? De prisão?
Não tenho a resposta e estou bem longe dela.
Mas tenho todos esses mesmos medos.
Como diferenciar as paixões do real amor?
As paixões são muito mais divertidas e interessantes que o amor...
Amor é lindo, porém muito brando.
Prefiro a paixão. Mesmo quando amo.
Por que paixão e amor têm que ser coisas distintas?
E se eu me apaixonar eternamente ou me reapaixonar de tempos em tempos pelo cara que amo?
Isso seria ideal.
E se eu somente amá-lo e nada mais? Posso amá-lo e continuar me apaixonando por outros?
E ter tudo o que quero com outros? Com todos?
Não deve haver explicação sobre nada disso. E ainda assim, através dos séculos muitos insistiram e insistem em tentar entender, tentar explicar, tentar sentir.
Não haverá nunca explicação ou controle.
Talvez no mundo de Aldous Huxley... Mas daí é outra história. Depende de criação, influências do meio, condicionamento do ser humano, liberdade e libertinagem, privação do direito de procriar, etc...
Amor deve ser só sexo camuflado pela vontade de procriar com o parceiro ideal dentro dos padrões de evolução física e intelectual humanas. Afinal de contas, só procriamos porque sentimos prazer, porra!
E muitas vezes, nem procriamos. Optamos apenas pelo prazer. Satisfeitos, voltamos para casa sozinhos.
Só Freud explica... isso faz girar o mundo.

Só sei que ando perdendo esse medo... o medo da entrega, o medo de quebrar a cara, o medo da dor.
Sei que dói... e que vai doer toda vez. Sei que vou acabar sempre sozinha.
Guardando cacos de vidro nos sapatos.
Meus pés não vão cicatrizar nunca. Dificilmente ficarão calejados.
Os cortes geralmente são muito profundos.
Sempre dou a eles o direito de não serem cobrados por nada.
Talvez eles queiram ser cobrados.
Dou a eles toda liberdade. Eles a aproveitam bem demais.
Eu fico aqui. Rendida. Só observando eles se refestelarem na liberdade.
Fico livre também. Cansada de ter muito disso. E sem saber o que fazer com essa liberdade toda.
Com a minha e com a deles.
Me jogo de cabeça todas as vezes. Como não sou Luana Piovani eles nunca esperam minha queda de braços abertos. Raramente estão lá embaixo.
Os cacos de vidro se espalham e passeiam por dentro de minhas roupas.
Meu corpo fica inteirinho cortado.

Depois dos acontecimentos do mês de agosto, descobri que perdi o medo.
Descobri que vou continuar me jogando de cabeça. Me estourando inteira na queda.
Até encontrar algum corajoso que me ampare lá embaixo ou que pule comigo, segurando minha mão.

Em um momento, assisti os dois saindo juntos da praça. Abraçados. Cena rara.
Foi lindo. Tive vontade de fazer uma mágica por eles e por todos os amantes do mundo.
Mas como não sou cupido ou fada...
Ela vai continuar não aprendendo e ele vai continuar se protegendo.

Eu... continuarei cultivando os cacos de vidro dentro dos sapatos.

4 comentários:

Duli disse...

cada dia escrevendo melhor...
beijossss

Duli disse...

amiga, assim, na minha opinião amar é bom, aliás quem não ama, não vive, né? mas o medo, pelo menos o meu, é o de não ser correspondido. medo de se entregar e nunca mais poder contar com aquela sensação boa de novo. é, aquela sensação que melhora até o fim do domingo...
sei lá...é bobeira. pq se não se quebrar a cara, nunca poderemos ter boas lembranças...
só eu não quero q acabe, entende? eu não penso nisso na hora, mas eu não quero...
lindo texto...
beijos

Blower's Daughter disse...

Oi,querida!
Hj eu estou passando mesmo pra deixar um oi pra vc!Eu gostaria de poder comentar sobre o texto,mas qdo o assunto é amor,eu prefiro permanecer em silêncio.
Mas concordo com sua amiga,cada dia vc escreve melhor!Adoro esse seu cantinho,adoro ler o que vc escreve,me faz bem de alguma forma!
Ah,é a Kel,tô usando o nick do meu blog,hehehe
Bjokaaas!

Anônimo disse...

Oi, rainha do castelo distante do reino cor-de-rosa manchado...
Como já disseram, cada dia vc escreve melhor, dá gosto vir aqui e ler as suas histórias. O amor é algo tão misterioso, não. É difícil falar sobre ele. Eu o vejo assim como os poetas. Dou-lhe existência por senti-lo. E quanto a paixão, bom, quando amo eu me apaixono todos os dias...sei lá sou assim... Bom, mas eu só amei e amo a hum homem, e isso é suficiente para dar base ao que falo. É estranho, a gente vivepensando no amor, naspaixões, se apaixonando de vez em quando, ou pelo menos acha que se apiaxona, e de repente vc encontra alguém, o seu príncipe encantado, amor a primeira vista, e ama, ama como nunca pensou que podia amar, ama como nunca imaginou que tamanho amor existisse. Sei lá, acho que o verdadeiro amor só existe quando correspondido, e da mesma forma. Acho que o amor não é algo absoluto, mas cada um tem o seu amor. Não digo do jeito de amar, isso é diferente mesmo, mas a essência do próprio amor. Por isso eu digo que tenho o maior amor do mundo. Pq amo intensamente e nunca ninguém vai poder sentir o mesmo amor que eu, por mais que tenha o maior amor do mundo tb. por isso, posso falar que EU tenho o maior amor do mundo. é meu!! é tão abstrato, mas é a coisa mais simples do mundo... não sei se acredito em destino, mas é o destino... Equantos medos o sondam? rrs Eu mesma sou vitima desses medos, medo de perder... mas Bukowski disse "se você não jogar, jamais irá vencer". E essas palavras, vindas de um bêbado safado têm mais força do que se fosse um filosofo de Harvard! Pq há nele mais vida, do que em qualquer outra pessoa.Por isso gosto tanto dele. ele vive. Sente...
Bom, eu e meus devaneios...melhor parar por aqui...rsrs
Beijokas, linda!!
Até o próximo post.
=]