segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Cabeça na bandeja

Engraçado... sempre que faço alguma besteira penso em minha mãe.
No quanto ela choraria ao descobrir.


Quinta-feira.
Como sempre aquele frenesi de atividades.
Saí do trampo, fiz as unhas (que agora permanecerão definitivamente vermelhas, ou até eu enjoar), passei em casa, falei com meu pai, comprei roupas, fui ao shopping comprar sapatos, voltei pra casa, jantei pizza com a família no Erich's, voltei pra home, tomei banho, fiz contatos, me arrumei e saí.
Ali começava meu feriado. Dando carona para dois grandes companheiros de aventuras, partimos em direção à Praça Roosevelt.
Chegamos já começando uma noite inspirada por Vitórias Régias, em homenagem à uma amiga dançarina-bailarina-coreógrafa-futura atriz-talento nato-modelo-sangue europeu-macaca-gazela.
Fomos bebendo aquelas bebidinhas e elas tomando conta da gente.
Enquanto isso o amigo argentino sumiu. Enquanto isso conhecemos várias pessoas.
Enquanto isso rolou um temperinho ao lado de grandes caras conhecidos na área, caras que eu admiro muito.
Enquanto isso estavam todos os caras que eu conheço e que me conhecem das mais diversas formas.
Pessoas fantásticas em saraus. Que apareciam e sumiam naturalmente.
Enquanto isso tudo foi se confundindo dentro de minha cabeça.
E quando eu vi já foi porque eu estava beijando meu melhor amigo e nem sou bem o que ele queria. Quando dei por mim, já tinha uma pessoa extra no nosso meio. Tudo lindo, tudo junto em plena praça, em frente ao Parlapatões. E de repente éramos cinco. Compartilhando nós.
Eu, ele e elas, as mais cobiçadas por todos os outros que estavam ali. Pocket show nosso. Naquele momento nos tornamos melhores amigos.
E eu já nem lembrava.
Fui ao banheiro, second pocket show. Meu amigo gritava meu nome na porta e as pessoas gritavam de volta que eu não estava bem. E minha cabeça se descontrolava.
E sei lá. Me lavei e saí mesmo com a maior cara lavada do mundo. Mantendo uma pose de "estou super bem, ninguém viu nada e ai se fizerem qualquer comentário apanham".
Voltamos ao murinho da praça. Comédia total. Aqueles ídolos todos ali encostados. Aquelas figuras de HQ Glam Rock. Os queridos da aldeia. Ali... temperinho com os queridos.
De repente conheço ela. Linda. Total Glam Rock. Total lenda.
Nada de simpatia mas nada de grosseria também.
Amiga da mina do meu cara eterno. Ex do meu cara temporário.
Fico pensando se esse O:\Temp de minha vida viu esse contato em segundo grau com a legendária. O que será que passou pela cabeça dele... Se é que passou alguma coisa.
Meu amigo foi todo cara de pau.
E ela disse que nunca teve a intenção de ser grossa.
Secret: She is not. Delicadeza mesmo. As pessoas que interpretam tudo errado.
Conversamos sobre nada. Daí ela tinha que sair em busca de mais um excesso.
Nós ficamos. Já tinhamos excedido.
As meninas iam e voltavam. Como alucinações.
O meu menino estava do meu lado. Me olhava e pedia para eu parar com tudo aquilo.
Dizia para meus amigos cuidarem de mim. Daí ele tinha que ir embora. Mais um convite. Dessa vez eu estava cansada demais para entender e encarar o convite.
Apareceu o pessoal da Olaria e quando percebi era dia.
O amigo argentino reapareceu do nada. Só quando ele voltou que percebi que estava sumido.
Hora de ir embora galera.
O Parlapatões vazio.
Um tchau atrapalhado a todos e fomos.


Sexta-feira.
Voltamos à praça.
Dessa vez eu e minha amiga. O amigo da noite anterior estava cansado demais.
Isso tudo depois de um dia inteiro de churras com a family.
Revi minha prima linda que agora está namorandinho.
Revi uma antiga amiga. Pessoa maravilhosa que nos ajudou muito nessa segunda noite de Satyrianas.
Vitórias Régias. Samba enquando nada acontecia. Confissões no meio da noite. A mesma galera da noite passada na rua.
Temperinho. Mais uma vez pocket show, dessa vez com direito à aparições de enfermeiras.
Tudo isso sem cair do salto.
A festa de minhas amigas acabou um pouco antes. Uma precisava ir pra casa e a outra precisava levar a primeira. Agradeço e peço desculpas às duas por tudo. Pelo cuidado e pela grosseria. Pelas peripécias.
Essa noite valeu muito a pena. Aconteceu tudo muito rapidamente. E era super cedo.
Mas a madrugada chegou e com ela chegou o Ilustre Nelsinho.
Roubei o momento dele junto aos amigos dele. Roubei ele dos amigos. Compartilhamos conversas, pizza, silêncios e carinhos. Olhares e mãos. Semi-confidências.
Compartilhamos silêncios.
Ele precisava ir. E eu precisava continuar a noite.
Pessoal da Olaria marcando presença. Risadas.
Afinidades. Descobertas. Saudade de algo que não se tem.
Discussões. Revelações. Carência.
A manhã apontando, o ânimo caindo.
Tchau para os amigos. Último abraço da noite. Esperando o amendoim descer goela abaixo.
O abraço. Eu podia ficar ali, naqueles braços para sempre. Ele nem desconfia. Se desconfia faz muito pouco caso.
Mas estou acostumada demais ao pouco caso desses meninos para ligar agora.
Abraço longo. Eu derretennnnndo.
Fui embora. Olhei para trás com esperança de qualquer coisa. Sempre em vão. Seria tão mais legal se eu não olhasse para trás, nunca. Mas sempre olho.


Sábado.
Maratona aula-família-teatro.
Levei todo mundo. Pai, mãe, tio e tia ao teatro. Levei mesmo.
Na porta dou de cara com ele. Vestido todo pela minha fantasia favorita, sem saber.
Lindo e vermelho, como só ele sabe ser.
Aquela cara dele. No olhar a abertura para o abraço. A timidez. O medo do pai e da mãe ficarem perguntando quem é. O medo do constrangimento tão cedo. Mais um desses.
Mais uma vez rimos com a peça. Os caras da Olaria Grandes Bosta são realmente incríveis!
Estão cada vez melhores. E são muito novos. Muito novos mesmo. Tomara que eles não percam a cabeça pelo caminho.
Fim. Aplausos.
Rumo centro. Bronca de pai. Cara fechada.
Só eu não entendi que aquela cara fechada do único homem que me ama nesse mundo era simples vontade de ir para a Praça. Desculpe meu velho, mas você precisa aprender a verbalizar.
Continuo te amando mesmo assim. Espero que você continue me amando do mesmo jeito quando começar a descobrir quem sou realmente.
Cheguei. Essa noite prometi a mim mesma: Coca-Cola.
Já cheguei tarde. Eram umas 3:00 am. O horário de verão comeu meu tempo.
Eu esperando o amigo. Aparece o meu menino. Lindo e brando. Silencioso.
Apenas me olhando. Fazendo apenas isso. E isso, naquele minuto, já me satisfazia.
Ainda bem que ele tinha compromissos. Ia acabar dando merda. Seu olhar ia passar a não me satisfazer mais. É incrível. Dele eu quero sempre mais.
Tomou um gole do meu refri. Olhou no meu olho. Atrevido. Foi abduzido por umas amigas. Sumiu assim como apareceu.
Meu lindo amigo companheiro de aventuras também chegou. E eu estava irritadinha. Não foi um dia fácil. Sorry my friend.
Momento especial: Nelsinho veio me cumprimentar.
"Amo-lo".
Estômago preparado para Vitória Régia lá pelas 4:17 am.
Galera Olaria. O comédia fazendo gracinhas. Ele também é uma gracinha.
Vitória Régia fazendo efeito levíssimo.
Hora de ir embora.
Hora de falar tchau.
Duplo tchau para os favoritos. Primeiro Nelsinho.
Os meninos-amigos-comédias.
O abraço mais esperado da noite. O abraço longo me fez querer ficar. Fiquei por dez minutos.
Depois percebi que ele não é meu e que ficar ali não resolveria em nada essa minha vontade dele.
Tchau! ... de novo
"Abraço longo mais uma vez. Será que só eu sinto isso no calor desse abraço?"
"Ui, preciso ir meninos."
Despedi-me de Nelsinho mais uma vez, porque ele merece todos os meus abraços.
Consegui no pretexto do tchau dar o abraço que eu queria no Super MB.
Super queridos esses caras da Rooooose.
Fomos embora.
Dessa vez não olhei para trás.


Domingo.
Aula de como derrubar seu ego e aceitar isso.
Churras em casa. Family day.
A criançada toda. Meus primos caçulas com suas namoradas. Grrrrrrrrr!
Eu sozinha. Meio perdida. Tentando estar ali em pensamento também. Tentando comer alguma coisa depois de três noites intensas para o estômago.
Todos saem. Ficamos eu, meus pensamentos, minha mãe rodeando, meu pai, tios e o som das bolas e tacos de sinuca lá no fundo.
Meus pensamentos me mandam para a rua.
Banho, perfume, chaves do carro. Amiga a tiracolo.
Mais uma vez chego à Praça.
Vejo ele e percebo que perdi algo para sempre. Uma pena, ele era tão divertido. Tão interessante. Antes de conhecê-lo eu não imaginava que precisava tanto assim dele.
Seria algo em seu timbre de voz? Até agora não decifrei o quê em você me arrematou desse jeito. Não entendi.
Não preciso mais de você. Mas sinto falta de te dar esse carinho que ficou todo aqui guardado. Contido em um espaço no qual não cabe mais. Desculpe eu não saber fazer você deixar eu te dar esse carinho.
Encerramos bem o feriado, com uma peça linda, linda, que valeu por todas que eu perdi nas Satyrianas.
"Cordel de um amor sem fim"
Dentro de um ônibus. Passeando pelo centro. Cortinas, peixeira, vestidos antigos, cantorias em belas vozes. Belo texto. Fim do passeio, fim do texto, fim da peça, fim do dia.
Tudo ali chegava ao fim. Até minha intensidade.


Lição do feriado: O olhar de um homem não é lugar pra se procurar ou encontrar a verdade.

4 comentários:

Duli disse...

preciso ler com calma...comento em casa...demais! hehehehehe
beijos

Duli disse...

Bom, amiga, agora sim posso comentar essa maratona de aventuras com todo meu carinho...
Noite de quinta para sexta, de sexta para sábado, de sábado para domingo e de domingo (nada de domingo pra segunda, segunda é dia!). Uma menina, um cenário, personagens e personagens, cada qual com seu valor, cada qual com um pouco de sua história na história dessa menina.
É, a vida é feita disso, desses momentos. Tenho certeza q muitos ainda virão...
Eu agradeço a Deus, sempre, por poder ser uma dessas personagens.
Te adoro, adorei "brigar" com você enquanto eu tentava achar minha cabeça! rsrsrsrs

Blower's Daughter disse...

Oi,Fê!
Nossa,ameeeei o seu feriado e fds,hahaha
Qta coisa aconteceu hein!haha!
Acho que assim que é bom!
Meu feriado e fds foram ótimos,não foram tão intensos qto o seu,mas blz!
Ah,me identifiquei com algumas coisas que vc escreveu,principalmente na parte da família.E algumas coisas sobre os homens,hahahaha
Foi bom ter te visto no sábado,mesmo que rapidinho!Hehe!
Bjokas!
Te adoro!

Anônimo disse...

Oi, vitória-régia!!!
Flor linda essa. heheehhehe
Nossa,. que fds prolongado mais agitado! Super Maratona, heim. rsrsrs Deu até inveja de não ter ficado de madrugada na praça, com aquele evento maravilhoso acontecendo... ano que vem, tamo lá.
Perdi a aula de teatro, mas foi por uma causa nobre. Beijokas, linda!
=]