quinta-feira, 8 de maio de 2008

Sinapses

Não há mais usuário.
Vou sair por aí.
Vou buscar outros amores em outros lugares.
O coração anda fraco demais para qualquer outro susto ou preocupação.
Sonhei que eu rolava escadaria abaixo enquanto um bailarino dançava paso doble na minha cabeça.
Por tudo que vi e ouvi essa semana não busco mais amor em lugar nenhum.
Estou começando a entender que realmente não vale a pena.
Que vai sempre doer.
Que vai sempre ter um fim e que esse fim só sabe doer.
O coração anda cansado.
A respiração está fraca.
Os olhos baixos e úmidos.
É o frio, é a poluição.
É o degelo, o buraco da camada de ozônio.
É ter um emprego agora e um salário satisfatório dentro de 3 anos.
É pensar em ter filhos e em como criá-los sem depender de ninguém em um mundo que pode acabar quando eles chegarem aos trinta.
É o racionamento de água.
São o meus sonhos. E os sonhos deles contra os meus.
São as espécies em extinção.
É a gordura localizada na minha barriga e na minha bunda e na minha coxa.
São as infinitas plásticas e cremes que preciso e/ou vou precisar.
É a dieta.
São os livros que quero ler.
São os livros que preciso ler por ENE razões.
Os cursos que preciso fazer. E aqueles que quero.
É a vontade de morar um ano em cada país.
São as especializações para alavancar minha carreira profissional.
São as crianças com HIV ou com fome no mundo.
As guerras no Oriente Médio.
São todas aquelas mazelas mundiais juntas.
É o meu cachorro que não aprende nada do que eu berro para ele.
É o meu quarto que precisa ser arrumado.
É o Um Milhão de reais que não consta na minha conta.
É aquele apartamento duplex lindo que eu não consigo comprar.
São os amigos distantes.
São certos interesseiros e falsos que vivem deixando scraps atenciosos no meu orkut.
São as guloseimas.
É aquele cara que me deixou falando sozinha.
É o meu talento, é a falta de talento.
É a maquiagem borrada no dia seguinte.
São as bebidinha. É a dança da menina.
É o número de telefone que não foi pedido.
É a fumaça. São os insetos.
É a casa nova.
É a respiração fraca.
O coração batendo pequeno.
O pulso quietinho.
É a eterna busca por liberdade.
É a falta de amor.
É falta de amor.
Falta amor.
É a falta.

3 comentários:

Duli disse...

amiga, eu sei q é um saco qdo vem alguém e começa a falar "aquelas" frases otimistas, falando sempre q td vai dar certo e blá, blá, blá...

mas não posso deixar de dizer uma frase assim...eu acredito que possa ser uma fase (olha eu atacando de psicóloga).

não desista do sentimento se sabe q é verdadeiro. e inore td q não tenha real importância. de resto, sabe q eu estou aqui pro q der e vier.

amo.

bjs

Karina Zichelle disse...

Linda, me deu um nó na garganta esse seu texto. Uma vontade de gritar por mundo inteiro ouvir, gritar todas as minhas angústias, medos, desejos, vontades, segredos, paixões! De por tudo pra fora. E a minha garganta ainda está assim, querendo se libertar!!!
é tanta coisa nesse mundo, tudo desfuncional que a funcionalidade do meu ser acaba sendo algo banal. se é que o meu ser funciona. talvez não seja o mundo que esteja em descompasso, mas eu e minha rebeldia de berço. Quero explodir o palacio do planalto para ver se faz alguma diferença nessa justiça injusta desse país!

Eu só quero amor! Será que isso é pedir demais??????

Marix Flammes, Nina. disse...

Fê, para você, só uma palavra: poeta.
Um encanto absurdo nessa blogsfera tão cheia de coisas legais e tão cheia de coisas chatas.
Continua, vai?
Mas acredite também: tudo é passageiro, tudo chega e sai, tudo vai, até a poesia.