terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Uma lenda no cortiço do centro da Terra

No Big Love.
Not even a small one.
No emotional sensations.

Just this solitude…
Just this lack of inspiration.
This lack of happenings…

This emptiness that won’t leave me…

Um coração do avesso pendurado no varal de um cortiço.
Os meninos que jogam bola batem no coração com madeira cheia de farpas quando passam correndo...

Uma menina com um buraco no peito que mostra o outro lado da rua.
Já cega, por ter os olhos secos de tanto chorar.
Seu útero abandonado de carinhos não gera mais nenhuma vida.

O espelho a olha com desdém.
Enquanto sua pele tem cheiro de cravo, canela e manjericão.
Suas mãos de criança seguram uma coroa de espinhos.

Ela está nua, coberta apenas por purpurina furta cor.
Em suas costas duas asas pararam de crescer.
E seus pés sangram pelas solas criando um rio vermelho que deságua na boca de um dragão.

Um cavalo dá coices em quem se aproxima.
Uma árvore cresce em volta dela, em espiral.
Um furacão nasce de sua cabeça e suas palavras são jorradas como lava quente em húngaro.

O coração se despedaça tingindo todo varal de vermelho e lilás.
Os meninos não cessam o futebol.
E a menina volta ao centro da Terra.

4 comentários:

Duli disse...

Que viagem, que loucura! É assim que eu gosto!
Mas vejo como uma metáfora, creio que todos os textos têm um "que" nosso, afinal, somos nós escrevemos e de alguma maneira, mesmo que sucinta, nunca ficamos alheios, separados, indiferentes ao que escrevemos.
Acho que essa percepção que td acontece no mundo e nós estamos ali presos aos nossos sentimentos e as coisas continuam...podem nos ferir.
Brincam com nossos corações, expondo-os, destratando-os e tudo ali continuando. Porque por mais verbalizado que seja, nunca será saciado, porque procuramos preencher a lacuna...
Mas...talvez nem seja uma matáfora, talvez uma história mesmo. Porém, ainda acredito nos elementos representativos ali, simbolizando o dia-a-dia que não passa e não passa...
É isso, aí! Força sempre!
amo e amo mais um pouquinho!
beijos

Fran disse...

amiga
ja ligue no seu celular
ja liguei na sua casa
ja te escrevi email
e nada.
como sei que vc frequenta seu blog, escrevi aqui.
entre em contato.. please.

Duli disse...

eu topo!
afinal, um gato bêbado é mto mais legal q um gato!
beijos

Karina Zichelle disse...

Cheio de signos! Surreal até. Brilhante, mas dolorido.
Se a gente nunca doar o nosso coração, correndo o risco de levar pauladas, facadas, arranhões,pisões, cortes, murros, cusparadas, etc, nunca conseguiremos sentir o que de melhor há no mundo: amor!
Pq quando sentimos aquele bater mais forte, aquela alegria irradiada, tudo isso some, supera tudo. Mesmo que dure menos tempo do que as agressões.
Beijokas!!!!
lindaaaaaaaaaaaaaaaa