sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Blood secrets

E é assim que vou terminar o ano?
Os cabelos caindo de preocupação.
Cansada de mim mesma.
Cansada de viver minha história...
Cansada das minhas besteiras impensadas e principalmente das besteiras pensadas.
Prometi a mim mesma, fiz um juramento, em 2008 não bebo mais. Pelo menos não até perder a razão e deixar o coração dominar tudo.
Mas prometi a mim mesma não perder mais a razão. Não posso. Ando tomando tapas demais na cara.
Eu não suportaria mais um tapa.
Não é justo. Justo eu que sempre fiz e quis tudo certo.
Um escorregão, uma pisada na bola e fode tudo.
A vida anda intolerante demais comigo.
Eu não aguento mais.
Não planejo mais.
Só espero e rezo para que tudo dê certo.
Estou com muito medo.
Muito medo.
Se ele vier, juro que vou dá-lo a quem poderá arcar, cuidar dele.
Não posso. Não quero. Não consigo.
Não nesse momento.
Vai estragar tudo. Ainda mais.
Estou gritando socorro onde o som não se propaga.
Vou ficar muito sozinha.
Socorro. Socorro...
Estou perdendo o coração pela boca.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Too fast

O tempo está passando rápido demais para Eva Green...
O tempo está passando rápido demais para mim.
Mas minha beleza não é efêmera, como essas que vejo em bancas por aí.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Din Don

Então é natal...
Lá vamos nós para mais uma noite de comilança, diversão e solidão no meio da multidão...
E eu só espero que tudo dê certo.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Sarau

Foi nosso primeiro sarau...
Saiu assim meio de improviso, meio descalculado.
Mas saiu maravilhoso.
Íntimo.
Para poucos privilegiados.
Nasceram ali muitas idéias, projetos esperançosos para 2008.
Aprofundou-se a amizade.
Estabeleceu-se um grupo.
Nasceram profissionais das artes.
Do mundo da escrita, da música e dos palcos...
Um brinde!
Muito sucesso, muita merda e muitas idéias para nós!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Para embalar a sexta-feira

É disso que ando sentindo falta.
De ser olhada.
Bem olhada...
Admirada devidamente.
Sem precisar ter algum resultado... positivo ou negativo.
Apenas estar ali e ser olhada.
Desejada. Despida pelo sorriso, pelo olhar de alguém.
Perder o fôlego, sentir as pernas falharem, ter palpitações, corar sem graça...
Sem precisar sequer ser tocada.
Mas os caras desse nosso presente andam muito sem imaginação.
E eu ando cheia de investidas ousadas.
Chega... Parei com isso.
Farei greve até encontrar um daqueles olhares... que tiram sua roupa e seu fôlego.

"Malemolência"
Céu
Composição: Alec Haiat / Céu

veio até mim
quem deixou me olhar assim
não pediu minha permissão
não pude evitar
tirou meu ar
fiquei sem chão

menino bonito
menino bonito ai

ai menino bonito
menino bonito ai

é tudo o que eu posso lhe adiantar
o que é um beijo se eu posso ter o teu olhar
cai na dança cai
vem pra roda da malemolência

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

No farol atrás das brumas...

Muitas vezes olho para ela subindo as escadas e fico com dó da dor, com medo de um passo em falso, fico apreensiva com uma possível queda.
Fico me perguntando até quando ela vai conseguir subir uma escada.
Ela segura as coisas já sem firmeza, e eu me pergunto se ela vai conseguir segurar os netos.
Se ela vai ter saúde mental e física para isso.
A cada dia noto uma nova ruga. E desconheço um pouco mais um rosto que já foi tão lindo.
Os pensamentos já não acompanham as conversas.
O raciocínio está mais lento. A memória falha o tempo todo. A atenção é muito dispersa.
O brilho dela diminuindo.
A saúde titubeia.
Se eu fico muito tempo longe, ela entra em depressão, coisa de velho que tem medo de ficar sozinho. Mais carente, mais sensível.
Mais mal humorada.
Todos os dias.
Todos os dias ela me cobra um bom emprego, um bom salário, um bom casamento e netos.
Sei que é porque ela quer me ver bem, estável. Mas não sei se conseguirei dar isso a ela em tempo.
Preciso dar isso a ela.
Ela é tudo o que tenho.
Mais nada.

... e no futuro,
quem vai cuidar de mim?
Quem vai cuidar de mim...

Affffff...

Eu deveria estar dormindo uma hora dessas...
Mas não consigo.
Muitas coisas in my head...
Vou tentar... amanhã, quer dizer, hoje será um big long day.
Só para registrar: são 00:43 am.
É cedo.

Vou pro cinco contra um... quem sabe relaxo e durmo.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

É galera...
Sempre descobrindo novos talentos.

Som bacana e caras gatos!

Vale a pena conferir.

http://sublimecover.blogspot.com/

Aguardo o próximo show...

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Projetos 2008

- Fazer aulas de canto
- Fazer aulas de dança
- Prestar Célia Helena e ser aprovada
- Prestar EAD e ser aprovada
- Ganhar um excelente salário
- Achar paz interior
- Descobrir o que é realmente importante na minha vida
- Casar antes do final do ano
- Engravidar antes do final do ano (somente se eu casar)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Cianureto: elas estão chegando

Ela está chegando.
Eu posso sentir.
É sempre assim perto do natal.
Eu já deveria estar acostumada.
E tudo vai passando cada vez mais rápido.
Começou tudo dando certo e terminou tudo dando errado.
Ok, nem tão errado assim. Poderia ter sido pior.
Pelo menos eu tenho casa, comida e roupa lavada.
Isso não é tudo o que alguém pode querer na vida.
Quero fama e dinheiro também.
Quero independência.
Mas acima de tudo, quero ser amada. Por completo. Exatamente do jeito que sou.
E isso ninguém conseguiu fazer ainda. Nem meus pais. Nem eu.

Acho que estou perdendo o juízo.
Creio que estou perdendo o juízo.
Em todos os lugares, em qualquer momento, ouço pessoas gritando meu nome.
Minha criação espiritual tem toda uma explicação fundamentada para isso.
Mas na prática, é bem estranho.
Apesar de qualquer explicação, não consigo encontrar uma explicação.

Estou me esvaziando de mim mesma.
Tem uma goteira aqui e não consigo achá-la.
Há perda de sentimentos, perda de energia.
Uma vazão desagradável, incontrolável.

Estou no alto e no baixo.

Na bipolaridade. Intercalando euforia e depressão a cada dois minutos.

Não consigo controlar. Mas todo natal é assim.
Elas vêm me atormentar.

Minhas pernas não sabem para onde correr.
Estou sem ação.
Tudo o que eu queria era sentar no meio da Av Paulista com um livro na mão e ler, surda, em meio aos carros.

Há essa torneira vazando no meio do meu peito.
Bem aqui. Sem lágrimas.
Apenas essa água cristalina indo embora.

Minha cabeça pede diversão.
Meu coração pede colo.
Minhas veias cianureto.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Weekend impressions

Prova de alemão.
Unhas feitas. Carona dos pais.
Confraternização com pessoas brilhantes e queridas.
Críticas e elogios.
Minha atenção se volta para um cara mais velho, fora dos padrões, mais inteligente, mais interessante, meu pirata. Projeto a longo prazo.
Bar com amigas. Reflexões, desabafos.
Rápida aparição do ilustre Nelson.
Reencontro com amigos.
Presente.
Mais elogios. Mais cerveja.
Risadas e confissões. Abraços, cumplicidade.
Brinde ao sucesso.
Paqueras inesperadas. Olhares cúmplices.
Tchau praça.
Táxi e trânsito. Muito trânsito!
Amigas outras.
Maquiagem, produções e fotos.
Egos infláveis...
Festa a pé.
Disputa de vaidades e discotecagens.
Telão. Decoração. Casarão.
Uma porcentagem da turma da praça se transferiu para o casarão perto da Paulista.
Eu sou Paulista.
Não tenho mais paciência para a futilidade desses garotos. Nem para a disputas de egos infláveis ou de vaidades.
Passo a noite muda e dançando minimamente.
Bebendo minimamente.
Alguns olhares discretos interessados, interessantes e novos, porém, não tenho mais paciência para isso.
Sorry boys... it's just the wrong day.
Sarcasmos múltiplos. Metralhados em todas direções.
Alguns nem mereciam meu sadismo.
Brigas de namorados... submissões.
Cafajestagens.
Ando beeeeeeeemmmm cansada da futilidade de certas pessoas.
Amo o teatro. Mas como em tantos outros meios, vemos tantas coisas, ações, pessoas medíocres.
A sorte é que quando encontramos algo bom nesse meio, daí esse bom realmente vale a pena. Não é só enganação.
Very few people know what I mean...
Voltar para uma casa que não é a minha, comer e dormir.
E eu só queria minha cama.
Eu só queria que tudo valesse a pena como antes das lágrimas. Como antes dos ruivos.
Eu só queria que tudo valesse a pena.
Dormir misturando reflexões e sonhos das 6 a.m. às 10 a.m.
Voltar finalmente para casa, vestindo um ônibus e um Ipod, e maquiagem borrada.
Encontrar o sofá disponível dentro de minha agenda depois de meses.
Dormir enquanto a televisão me olha. Acordar, comer.
Dormir, acordar, comer.
Agredir as teclas do Jack enquanto a palavras se arrastam na tela.
Me encaram da tela.
Muitos de meus pensamentos andam me julgando ultimamente.

"Não importa o caminho quando não se sabe aonde quer chegar"

Assisto ao filme "DOMINO" e considero firmemente a possibilidade de me tornar uma caçadora de recompensas.

Meu pai foi viajar. Minha mãe já foi dormir.
Os cachorros dormem e sonham com ossos de elefantes em suas casinhas.

Restamos só eu e o Jack à meia luz, nos encarando.

A árvore de natal piscando.

Tento não pensar na rotina que recomeça daqui algumas horas de madrugada.

Pelo menos há as luzes. Pelo menos há uma árvore.
Pelo menos haverá natal.

Já pra cama!

Boa noite,

F.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Genes Brilhantes!

Muito bem!

Que seja pelo bem da ciência, pelo bem do ser humano...

Agora fazemos gatos que brilham, quando expostos à luz ultravioleta, através da manipulação genética.

Muitas vezes acho que esse cientistas estão é tirando onda da humanidade.

Estão brincando de deuses tempo demais.

Ou será que eles são realmente deuses e estão tirando onda de nós só para passar o tempo?

Enquanto nós temos crises existenciais e muitos outros sofrem problemas reais esses deuses brincam com nossa estrutura molecular.

Milhões investidos em pesquisas para gatos brilharem no escuro e nada feito a respeito das crianças prostituidas no nordeste, nada feito pela seca, nada feito pelo desespero mudo da vida na favela, nada feito pelo choro seco e rouco daqueles que passam fome na África, daquele que nasce e é enterrado vivo ou atirado no rio dentro de um saco plástico com poucas horas de vida, daquele que cheira cola na esquina de sua rua...

Até que ponto isso é válido?


Chega de panfletagem! Vamos Agir. Mas, por onde começar?

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Blindness (ou) Asfixia

I woke up today
The streets were dead
The sun was quiet
My heart was empty

I danced through the ways today
The streets were empty
The sun had hidden a secret
My love was dead

The sun was quiet today
Everything around was looking inside of me
I had hidden a broken secret in my heart
The sun kept on shining inside my head

I woke up today with frozen tears
I had no mouth
My eyes tried to show my words to the world
But everything around was blind
And I couldn’t speak, or hear, or cry.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Across the Universe

Agora sei bem porque devemos todos assitir ao romancezinho musical chamado "Across the Universe"

Porque é um musical.
Porque é surreal e psicodélico.
Porque tem uma influência fantástica de beatles.
Porque é político. Porque mostra o amor de um artista. Porque todos artistas são intensos.
Porque é moderno e careta. Porque fala de liberdade.
Porque trata da guerra.
Porque não é mais um romancezinho qualquer.
Porque é uma obra de arte.
Porque é algo irreverente em meio a tantas coisas batidas.
Porque pode ter surpreender e marcar sua vida para sempre.
Porque pode simplesmente não mudar nada, mas ser um bom jeito de gastar o tempo.
Leve uma mão para segurar a sua.
Eu não levarei. Não sei se terei uma mão carinhosa.
Não levarei, pois não sei se quero que me vejam chorando.
Chorando justamente pelo tipo de amor, de história de amor que eu gostaria de ter.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Spotlight

Eu poderia dizer tantas coisas agora.
Tais como: o fato de que eu odeio romances no cinema mas adoro musicais.
Mas justamente por ser um musical moderno, de músicas bonitinhas, de namoradinhos or whatever, eu quero assistir. Pelas músicas cantadas por um gatinho, principalmente por aquela música dos beatles...

http://www.acrosstheuniverse.com/

A proposta é interessante... atores que cantam e dançam... ahá! E ainda atuam...
"Estou demais nesse mundo."
Deve ser justamente isso que minhas amigas estão falando nesse exato segundo na praça Roosevelt, enquanto eu fico degladiando com o teclado do Jack (para aqueles que perderam os textos anteriores ou são meio lerdinhos, Jack é meu notebook, my new best friend).

Anyways... minha cachorrinha está deitada em meu colo... escorregaaaaando enquanto bato nessas teclas. E nesse momento isso me satisfaz. Meus cachorros, brincando aos meus pés ou dormindo no meu colo. Me amam gratuitamente. Entram em deperessão se levam alguma bronca minha. Amor de graça. O que mais posso querer?

Voltando aos romances, por que não ver o filme? Por que ver?
Filmes românticos retratam pretensiosamente na telona tudo aquilo que nós sabemos que nunca será verdade no cotidiano. É um exagero e uma ingenuidade descabida em relação à imaginação, criatividade e dedicação masculina.
Mas essa pode, de repente, ser uma impressão só minha.
Pelo menos nunca vivi o outro lado dessa realidade. Romance para mim sempre aconteceu a duras penas... quando aconteceu.


Mudando de alhos para bugalhos (essa expressão é assim mesmo? Patética!)
Palco no mesmo nível da platéia.
There was no spotlight (sem holofotes).
Uma mesa, uma cadeira.
Uma menina descabelada com a saia mais curta de sua vida. Um cara vestido de malandro.
Maquiagem carregada. Meia arrastão.
Muitos cigarros. Uma bolsa escancarada ao público. Escancarando a idade e sentimentos da personagem.
Humilhação. Intensidade pura. Lágrimas. Jogo.
A maquiagem, as roupas, as lágrimas... nem nada mais ali fazia parte de mim.
Apenas o chão. O chão sim era meu. Pisava com firmeza. A cada passo se sentia mais acolhida e colocada.
Ao fim, aplausos.
Leveza. Sensação de encontro. Talvez reencontro. Encontrei meu lugar.
Esse palco e todos os outros me pertencem. Eu sou deles por completo.
Sensação de finalmente estar fazendo algo certo na vida. Finalmente.
Puro tesão. Por tudo ali.

Agora só falta o TCC. Só falta concluir o semestre de alemão.
Agora só falta um amor.
Agora só falta você.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Cai o mundo aqui ao lado.
As gotas na janela impossibilitam ver qualquer coisa lá fora.
Até as flores, até os espíritos.
O mundo vem castigando nossos dias.
Nem por amor às crianças de férias.
As propagandas estão ficando cada vez mais subversivas...
Unhas postiças sendo vendidas até em bares. Termômetros.
Céu azul. Escuro. Céu azul-marinho.
A cidade vem me dar boa noite mais cedo essa tarde.
Mas não...
O sol beija meus olhos por mais meia hora.
Só ele me basta. Brilhou sobre mim uma vida inteira. A minha vida inteira.
Sem abandonos, sempre lá no alto.
Iluminando meus dias.
Se devo esperar algo de bom de alguém, ou de qualquer coisa nessa vida, é dele que devo esperar.
Meu amor. Meu sol.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Acorda. Enrola na cama.
Mais cinco minutinhos.
O despertador gritando.
A mãe gritando.
Levanta.
Se arrasta até o banho.
Cochila em pé debaixo da água quente.
Se apressa para não perder o horário.
Inútil a pressa. O horário já está perdido.
Ela já está perdida e o dia ainda começa.
O ônibus atrasa uma hora só para contribuir com o stress matutino.
Conhece pessoas na rua que sempre esperam muito tempo.
Que sempre esperaram e não têm saída, alternativa, opção.
Ela sente compaixão por aqueles pés de galinha, pelos riscos na testa, pela postura de dor nas costas.
Sente vontade de chorar. Mas só consegue esboçar um sorriso solidário à dor alheia.
Os olhos dos outros, donos de tantas rugas e preocupações, não entendem o olhar triste da menina e sorriem sem graça, em troco ao sorriso que marca o jovem rosto dela.
Sobe no ônibus. Abre os últimos tempos do velho Buk.
Ipod no canal auditivo. Bjork embala sua manhã.
Ônibus quebra (!). Rosna.
Agradece ao universo por existir a música e Bukowski.
Chega no trampo sã e salva.
Enfrenta mais uma vez, mecanicamente por fora, redemoinho por dentro, o cotidiano.
Os mesmos rostos. Os mesmos gestos. Os mesmos sorrisos amarelos.
A mesma posição, o mesmo computador.
As mesmas ladainhas. O mesmo toque do telefone. Os mesmos problemas.
E-mails lotam sua caixa de e-mail e entopem sua paciência.
Mais do mesmo.
Ela lembra da cena do baile do "Romeu + Julieta" de Baz Luhrman.
A drag, amiga do Romeu, dando showzinho e mechendo o dedinho.
Eles se casam e Julieta vai para o céu com o bolso cheio de pílulas e os miolos espalhados sobre Romeu.
Ela pensa no Romeu que não tem. Que, por isso, não choraria por sua morte.
Ela morre por dentro mais um pouquinho.
E naquelas pequenas mortes dela, não há presença alguma.
Não há olhar triste ou compaixão alguma.
Há só solidão... enquanto a roda gigante se mantém rodando iluminada e ela permanece sentada nas dunas do deserto. Só olhando as pessoas vibrarem lá no alto.
Deixa elas acreditarem que estão voando e que a cidade é colorida.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Deságua

Vou me esvaziando das pessoas.
Tenho essa tendência de ir me esvaziando das pessoas... enjoando...
Primeiramente, é tudo intenso, lindo, delicioso, psicodélico, extremo, divertido.
Depois... os lugares cansam, as conversas cansam, as risadas cansam.
Os olhares já não conseguem se sustentar, perdem o motivo e o brilho.
Não há mais porque se olhar.
As roupas perdem a estica. Vai ficando tudo amassado do lado de fora.
E aqui dentro.
Perde a graça.
A maquiagem parece estar sempre borrada.
A pele sempre machucada, amarelada.
Os olhos secos. O sorriso opaco.
O sorriso cai da boca. A boca assume um risco reto e sério.
Não há mais paciência, só a bebida e a decadência.
A atmosfera, que um dia foi encantadora, misteriosa e bela, torna-se nublada, escancarada, podre como todo o resto.
Então saio em busca de novas pessoas, de novos detalhes, dou várias outras chances ao mesmo lugar e às mesmas pessoas de me surpreenderem. Mostrarem detalhes novos, tentar me reconquistar.
Porém, mais uma vez tudo se revela exatamente daquele jeito chatinho que eu acabei desvendando antes.
Saio em busca então de outros lugares, novas pessoas, novos sorrisos, novos brilhos, encantamentos, novos amores...
Não suporto a forma como tudo vai se revelando e perdendo o encanto da mesma forma todas as vezes. Adoro descobrir quem são as pessoas, não gosto de descobrir que essas pessoas desistem de mim tão facilmente.
Acho que esse é o início do desencantamento.
É do mistério e da novidade que todos nós gostamos.
E enquanto todo o resto se conforma com aquilo, continua se enganando e aceitando aquilo, eu fico inquieta e enjoada.
Como um veneno sem remédio.
Uma sombra que cobre o sol.
O vento que irrita e bagunça seu cabelo arrumado para o casamento.
O cuspe escarrado na cara da criança morta.
Vou me destruindo com as conta-gotas de meu próprio veneno.
Até queimar a alma e o corpo de amargura e tristeza.
Uma espécie de preparação e preservação de forças.
Para quando aparecer um novo brilho no olhar de alguém, um novo sorriso franco, um novo encantamento, eu possa ressurgir de minhas cinzas nova e de roupas limpas. De idéias novas e olhar limpo. De pele nova e penas limpas.
Como uma Fênix.
Como uma Fênix.
Como uma Fênix.


"Help me, I'm falling down
Help me, I'm falling down the stair
Of my thoughts, my heart
Help, I'm slipping down
Help meI'm slipping down, I feel my skin dry
Miles away they could be rebirth
They could become a cloud
They could be anyhow
Just a small portion of the ocean, so…
Give me something softer cautionly (?)
Give me some feathers so that I can stop it and glide
And glide up
Like a little birds and glide up
Like an eagle
With gigantic wings
Master the winds of change
Master the winds
Reborn again
Like a phoenix
So help me
Help me, I'm gonna fly
Help me
Help me, I'm gonna fly so high
Like a phoenix
Born again like a phoenix
Born again like a phoenix
Born again"

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Parceiro Jack

Agora minhas noites serão carregadas de Jack.
Não da garrafa, mas do meu Jack.
Ajeitarei Jack todas as noites em meu colo, nos relacionaremos daqui até 2008.
Ele vai dormir todas as noites ao meu lado.
Pelo menos até nosso primeiro filho juntos ficar pronto.
Feito isso, se as pessoas aprovarem essa nossa parceria e o resultado dela, produziremos muitos outros filhos... eternamente.
Sempre com crítica.
Prometo me entregar ao Jack até meus dedos sangrarem.
Vamos expor nossas vísceras.
E que venha nosso primeiro livro...
Que a genialidade do velho Buck me ilumine.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Lição aprendida

A noite prometeu...
Prometeu aprontar comigo.
Bati o carro de manhã, voltando para casa.
Ainda bem que eu estava devagar...
Ainda bem que a rua estava vazia...
Ainda bem que ninguém se machucou.
O fuço de meu carro encontrou a traseira de uma moto.
Ainda bem que as pessoas não voaram.
Meu pai não vai mais vender o carro.
Eu não poderei dirigir por alguns meses.
Estou solta nessa cidade desse tamanho, nos ônibus e táxis.
Correndo o risco de ter que carregar nas costas um processo.
Falida até 2009 tentando juntar dinheiro para pagar esse conserto.
Sem carro agora.
Sem namorado.
Perdendo as amigas que aos pouquinhos vão embora.
Um amor perdido no peito. Asfixiando até morrer.

Falando em amores...
Não me importo mais se você é ator, cantor, compositor, músico, palhaço, escritor, ou diretor ou mesmo executivo... se você tenta ser legal ou não. Se você quer mostrar uma personalidade fantástica ou não... se você é loiro, ruivo ou moreno...
Não te quero mais.

Nenhum cara presta. E eu cansei de aguentar qualquer coisa apenas por gostar de você.