Em horário ultrapassado, ela acariciava suas mãos com a parte mais macia de seu corpo.
Pensava nele, neles, e naqueles, sem imaginar que no dia seguinte sua cama seria tingida de tinta vermelha.
Agradeceu a existência de toda aquela cor. It's good news, como ela mesma disse, um dia, em um filme. Always good news.
Ouviu, naquele dia, histórias que a apavoravam, mesmo contra todas as evidências.
E prometeu que se jogaria do alto do terraço itália, de vestido azul de seda, se aquela fosse sua história.
Eu não tenho dúvidas de que ela se jogaria, pois sua expressão era bem séria, apesar do tom desesperado e sarcástico de sua voz.
Ela sabia ser bem má, um inferno, apesar da carinha de anjo, como outro dia dissera sua pessoa favorita nesse mundo.
Mas nada disso importava, nem mesmo a distância das palavras do outro dia supracitado, pois ele decidira voltar, melhor do que isso, decidira permanecer. E essa notícia já bastava, pois ela amava. Mesmo sem correspondências de qualquer parte do ser dele.
Aquele último abraço dera-lhe forças para continuar uma vida inteira, mesmo que fosse apenas sabendo que ele estaria bem.
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