A dama acende um cigarro.
O fogo alaranjado brinca entre os dedos de sua pequena mão.
Assopra a fumaça bem longe e desenha no ar um caminho de sonhos brancos.
Canta um blues baixinho. Um sorriso triste amarrado nos lábios.
Sonha com luzes e palcos.
Caminha pelas ruas enquanto o inverno chega varrendo seus pés.
Sonha com grandes platéias e aplausos.
Sonha que é livre.
E que as pessoas acreditam em tudo que ela é.
Canta um blues baixinho. Um sorriso triste amarrado nos lábios.
Sonha com a nuca que nunca...
E o abraço.
Sem um ombro pra chorar.
Senta-se no palco.
Lembra-se porque veio ao mundo. Está em casa.
E todo o resto fica lá fora.
Suas palavras avermelhadas dançam no ar.
Canta um blues baixinho, lembra que ali aprendeu a dançar.
E faz a platéia chorar.
A dama acende um cigarro.
Assopra a fumaça pra bem longe.
Agradece e esquece.
Enquanto o inverno chega varrendo seus pés.
Um comentário:
Lindo, amiga!
Seu texto me deixou arrepiada!!! Gosto tanto do que vc escreve, sempre tão sincero, tão verdadeiro, sinto na minha pele os sentimentos que estão na flor da sua pele!
Te amo!
Bjokinhaaas!^^
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