Bienvenido Veraozinho lindo.
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Matilha
Lá fora faz frio.
Aqui dentro se confunde com verao.
Nao na alma, na casa.
A alma desliza congelada.
Entao eu como bis. Toda uma caixa.
E envio músicas para as pessoas que me conhecem bem lá dentro e me julgam bem lá dentro, só pra eu sentir dor, só para parecer que possuo sentimentos.
Num é só para parecer, porque eu possuo.
Sentimentos.
Mas sempre me esqueço disso, entao a tortura é ficar lembrando, mandando músicas, como pedidos de socorro escritos na neve, comendo toda uma caixa de bis e fumando os meus cigarros. Todos eles. Um após o outro. Até eu comprar a próxima caixa.
Só pra eu lembrar que tenho pulmao, tossir e ver que estou viva. Às vezes lembrar que tenho pulmao dá uma sensaçao de ter sentimento. Mas é só porque o pulmao tá bem perto do coraçao. Num sei se ao lado ou por cima dele. Talvez por isso quando dói, aperta. O pulmao deve ficar tentando lembrar o coraçao que ele tem que bater. E por isso aperta. Dói.
Cada dia mais sinto umas garras crescendo bem fortes no meu peito. Nao, nao é tuberculose, deve ser angústia mesmo. Elas vem querendo rasgar tudo de dentro pra fora. Ainda nao sei se sao garras de lobo ou de leao. Mas há uma diferença bem importante entre elas.
Entao eu acordo e corro e grito, mesmo que silenciosamente, todos os dias.
Escuto músicas xamanicas e afasto pessoas com atitudes inaudíveis e palavras controversas.
Acho que me acostumei a ser sozinha. Ainda que eu devesse correr em matilha.
Esse tamanho de solidao nao deixa espaço para muita coisa.
Só pra uivar pra lua.
Aqui dentro se confunde com verao.
Nao na alma, na casa.
A alma desliza congelada.
Entao eu como bis. Toda uma caixa.
E envio músicas para as pessoas que me conhecem bem lá dentro e me julgam bem lá dentro, só pra eu sentir dor, só para parecer que possuo sentimentos.
Num é só para parecer, porque eu possuo.
Sentimentos.
Mas sempre me esqueço disso, entao a tortura é ficar lembrando, mandando músicas, como pedidos de socorro escritos na neve, comendo toda uma caixa de bis e fumando os meus cigarros. Todos eles. Um após o outro. Até eu comprar a próxima caixa.
Só pra eu lembrar que tenho pulmao, tossir e ver que estou viva. Às vezes lembrar que tenho pulmao dá uma sensaçao de ter sentimento. Mas é só porque o pulmao tá bem perto do coraçao. Num sei se ao lado ou por cima dele. Talvez por isso quando dói, aperta. O pulmao deve ficar tentando lembrar o coraçao que ele tem que bater. E por isso aperta. Dói.
Cada dia mais sinto umas garras crescendo bem fortes no meu peito. Nao, nao é tuberculose, deve ser angústia mesmo. Elas vem querendo rasgar tudo de dentro pra fora. Ainda nao sei se sao garras de lobo ou de leao. Mas há uma diferença bem importante entre elas.
Entao eu acordo e corro e grito, mesmo que silenciosamente, todos os dias.
Escuto músicas xamanicas e afasto pessoas com atitudes inaudíveis e palavras controversas.
Acho que me acostumei a ser sozinha. Ainda que eu devesse correr em matilha.
Esse tamanho de solidao nao deixa espaço para muita coisa.
Só pra uivar pra lua.
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
To forgive, to forget
Como se percibe que todavía se posee un corazón?
Se camina, solo para sentir el viento y el sol. Es por esto que vivimos.
Gracias, ciudad.
Mi nuevo hobby: caminar
Se camina, solo para sentir el viento y el sol. Es por esto que vivimos.
Gracias, ciudad.
Mi nuevo hobby: caminar
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
segunda-feira, 22 de julho de 2013
Todos os dias ela acorda com o coraçao entre os dentes.
Já nao importa mais o que aconteça ou quantas pessoas ela conheça, é o gosto do sangue entre os dentes que ela reconhece todas as manhas. Como aquela eterna sensaçao de ter sido atropelada por um javali de meia tonelada.
Sua solidao vem acompanhada de multidoes e musicas que falam de amor.
Uma combinaçao esquisita de estar finalmente no lugar certo com o vazio da eterna sensaçao de estar sozinha.
O lugar a consola para sempre. Nao fosse essa outra vontade esquisita de sempre ir, de sempre deixar tudo para trás, como sempre fizeram com ela, antes que façam de novo.
Ela só queria correr com os lobos. Sao sua casa, os lobos. A única sensaçao nunca vivenciada, mas mais conhecida e reconfortante que todo o resto.
Eles sabem o que é ter um coraçao entre os dentes. Os lobos.
Sabem o que é uivar e nao poder.
Sabem ter um coraçao entre os dentes e sorrir sem que ninguém perceba.
Ela também.
Já nao importa mais o que aconteça ou quantas pessoas ela conheça, é o gosto do sangue entre os dentes que ela reconhece todas as manhas. Como aquela eterna sensaçao de ter sido atropelada por um javali de meia tonelada.
Sua solidao vem acompanhada de multidoes e musicas que falam de amor.
Uma combinaçao esquisita de estar finalmente no lugar certo com o vazio da eterna sensaçao de estar sozinha.
O lugar a consola para sempre. Nao fosse essa outra vontade esquisita de sempre ir, de sempre deixar tudo para trás, como sempre fizeram com ela, antes que façam de novo.
Ela só queria correr com os lobos. Sao sua casa, os lobos. A única sensaçao nunca vivenciada, mas mais conhecida e reconfortante que todo o resto.
Eles sabem o que é ter um coraçao entre os dentes. Os lobos.
Sabem o que é uivar e nao poder.
Sabem ter um coraçao entre os dentes e sorrir sem que ninguém perceba.
Ela também.
domingo, 21 de abril de 2013
Separando o meu e o seu.
Ele. O violão. Ele na minha sala. A França e seu coração partido.
Eu. O computador e os cigarros. A Argentina e meu coração partido. Na minha sala.
Dedilhando músicas espanholas, flamencos, sua hiperatividade e sua paz.
Minha paz e minha cabeça em rodopio e ventanias.
Suas peripécias.
Minhas peripécias.
Nossas desventuras e confissões. Nossa paz.
Sua, a iminente partida.
Meu, o coração a ser rompido.
Seu rosto, seu desejo, minha paz.
Seu sorriso, que um dia foi meu, e sua irresistibilidade.
A França me encontra em Buenos Aires todos os dias, e nós não resistimos, todos os dias.
E por isso brigamos e ficamos mudos e nos odiamos e ousamos sentir o que não podemos e pensar o indizível.
E dói. Cada um de nossos traumas e cada um de nossos medos. Dóem.
Então decidimos nos afastar e ficar calados e desviar o olhar todas as vezes.
E escolhemos pensar: melhor assim... melhor assim.
Eu. O computador e os cigarros. A Argentina e meu coração partido. Na minha sala.
Dedilhando músicas espanholas, flamencos, sua hiperatividade e sua paz.
Minha paz e minha cabeça em rodopio e ventanias.
Suas peripécias.
Minhas peripécias.
Nossas desventuras e confissões. Nossa paz.
Sua, a iminente partida.
Meu, o coração a ser rompido.
Seu rosto, seu desejo, minha paz.
Seu sorriso, que um dia foi meu, e sua irresistibilidade.
A França me encontra em Buenos Aires todos os dias, e nós não resistimos, todos os dias.
E por isso brigamos e ficamos mudos e nos odiamos e ousamos sentir o que não podemos e pensar o indizível.
E dói. Cada um de nossos traumas e cada um de nossos medos. Dóem.
Então decidimos nos afastar e ficar calados e desviar o olhar todas as vezes.
E escolhemos pensar: melhor assim... melhor assim.
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