sábado, 28 de novembro de 2009

Band-aid.

Deus... tenho salvação? Ainda nessa vida?
As pessoas estão me abandonando... aos pouquinhos, como um band-aid.
Só que dói em mim. Só em mim. Dói mais quando é aos pouquinhos.
Dá pra sentir mais. Prolongadamente.
Cordas de guitarras desafinadas vibram na minha cabeça. Dentro e ao redor.
Tenho estado mais longe do céu. Minha saúde também notou isso.
Então eu danço, pra pensar menos, para sentir menos. Me entorpeço.
Substituo uma dor por outra. Pé em ponta. Coxas alongadas. Coluna ereta.
Vou tentando alcançar a virtuosidade que desconheço, que não encontro em outros lugares.
Deixo ele me adorar e me sinto cada vez mais culpada.
Tenho tomado uns remédios que não deixam as dores físicas entrarem.
Ando com tonturas e leveza. Não encontro concentração. Ou motivação.
Meu corpo busca o dele inconscientemente. E minha mente sempre deixa.
Sou assim tão desprezível? Mesmo?
Sinto dor e dó... emoções envenenadas.
Euforias súbitas. Alegrias desconexas. Vazio.
Como se chovesse purpurina atrás de minhas retinas.
Minha ambição? Ficar saudável. Não sofrer muito quando o sertão virar mar.
O que ficou escrito em meu destino que me faz temer e tremer tanto?
Fico pensando se minha lucidez extrema é uma dádiva maldita...
E essas febres sem explicação?
Me sinto na obrigação de tirar mais fotos e de escrever mais, mas sobre o quê?
Preciso de foco. E de mais cigarros.
Sinto que eles precisam de mim, mas não faço idéia de como suprir.
Eles precisam do meu abraço e do meu apoio. Estamos invertidos. Não sei quem vai cuidar de mim agora.
Não me prepararam para isso. Esqueceram-se de me avisar que seria assim.
Não me preparei para ser sugada e cobrada e julgada. Eu sempre achei que teria uma corda de segurança, mas quando notei eu já estava caindo... e só caindo.
There is no Mother Mary when I find myself in times of trouble...
No words of wisdom have been whispered.
Sem resposta. Um coração partido.
Só isso.

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