terça-feira, 17 de novembro de 2009

As coisas estão perdendo a graça.
A comida está menos saborosa. As emoções escorrem pelo ralo.
As pessoas riem, mas eu não consigo esboçar um sorriso.
Acontecimentos explodem na minha cara, mas não consigo percebê-los.
Tenho a pele anestesiada e o toque, o meu e o dos outros, parece qualquer coisa sobre qualquer pedaço de carne morta.
Não consigo reproduzir mais as cenas porque não consigo mais sentir.
Parece que não estou mais ali. Não estou mais aqui. Tudo acontece maior e melhor dentro da minha cabeça. É como se minha alma tivesse se desprendido do meu corpo e ficasse presa no interior do topo do meu crânio, entre o cérebro e as têmporas, olhando pra baixo e para dentro. Estou vazia. Minha alma só vê esse vazio. Um vazio irônico que quer arrancar o que há de pior nas outras pessoas. Um vazio que aponta seu dedo indicador na minha e na sua cara e debocha e ri até vomitar.
.
.
.

Nenhum comentário: