sábado, 24 de janeiro de 2009

*

As palavras saem da minha boca como hologramas e explodem na sua cara.
Você é uma espécie em extinção.
É um animal selvagem ferido.
Você vive numa armadilha.

Eu danço para uma platéia que não existe.
Pinto minhas unhas de vermelho para um cego ver.
Sou um animal selvagem domesticado.
Uma espécie em extinção.
Vivo numa armadilha plantada pelas escolhas que eu mesma fiz.

Eu nunca senti ódio.
Você odeia o tempo inteiro.

Ele tem aparecido por aqui.
Tenho andado atrás dele por ali.
Muitas vezes eu prefiro sentir solidão no shopping.
Enquanto você briga com mesas de sinuca.

E eu nunca odiei ninguém.
Sou uma espécie em extinção.
Você não me agrada em nada.
Mas é insubstituível.

Os anos passam por nós.
Ele desperdiça a minha melhor idade.
Eu nunca conheci a melhor época da vida dele.
Mulheres sentam-se em seu colo.
Deitam-se em sua cama.

Eu sou fiel à sua ausência.
Ao seu caos.
Somos duas espécies em extinção.
Somos uma espécie só.
Em extinção.

Somos animais selvagens.
Somos diamantes brutos.
Somos dinamite.
Sem exploradores de cavernas.
Somos a incomodação dos olhares de estranhos.

Nós somos feitos do mesmo material.
Eu sou a mudança na sua vida e você é a paz na minha.
As palavras saem da minha boca como hologramas e explodem na sua cara.
Enquanto você ignora e toma mais um trago.

*

3 comentários:

Barba Ruiva disse...

ola, gostei muito de como vc escreve, são palavras tão fortes q quase senti o gosto delas... qm sabe um dia eu consiga escrever dessa forma, colocando tanto sentimento assim.... abração e não pare de escrever hehe

Karina Zichelle disse...

caracoles!!!!

Seu melhor poema, seu melhorpost, sua melhor escrita!!!!

Adoro essas sua garra pra escrever, essa sua garra pra tudo, essa sua maneira de viver intensamente.

Amo-te!!!!

Saudadesssssssssssssssssss!!!!!!

beijokas!
^^

Tally M. disse...

lindo. simples assim.