quinta-feira, 6 de maio de 2010

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Para ouvir ao som de “After the Curtain” - Beirut














Perdoe-me se eu acredito apenas no amor.
Perdoe se eu entender que os relacionamentos se desgastam.
Perdoe se eu tenho ciúmes apenas da minha arte e não dos seus atos.
Perdoe se eu souber amar mais de um ao mesmo tempo. Se eu quiser me dividir e me subdividir e amar dois, três ou quatro.
Perdoe-me se eu conseguir.
Perdoe se eu não entender suas expectativas. Perdoe minha universalidade.
Mas é que nunca acreditei que o amor tivesse caráter exclusivo.
Perdoe se eu não entender o egoísmo das almas que acreditam nas relações apenas em pares.
Perdoe minha tridimensionalidade, e também as outras dimensões além.
Perdoe essa minha vontade irresistível de me doar ao mundo, ao tudo.
Perdoe esse meu impulso ao precipício.
Perdoe a arte exagerada de meus gestos, de meus olhares, de meus excessos.
Perdoe esse carrossel afetivo onde te perco todas as noites.
Perdoe o fato de que não lhe pertenço. Mas nunca prometi pertencer.