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Hoje, os sapatos não apertam mais seus pés.
Enquanto isso, ela brinca de ser bailarina no metrô para uma platéia idosa e solitária.
Uma platéia que observa os movimentos dela com olhos curiosos e muito silêncio. Uma platéia que inveja toda aquela jovialidade e leveza de movimentos.
Ela sorri para a platéia. Ela sorri para o nada.
Nenhum dos dois correspondem às suas expectativas.
Ela anda procurando a concentração que acabou se perdendo no caminho. Que se perdeu no exato momento em que ela deixou de sentir.
Um dia ela disse como achava bonito ser blasé. Agora ela realmente não sente mais nada.
Tudo o que sente é aquela coisa estranha por aquele cara estranho que é mestre em enviar os sinais errados só pra aumentar a aflição da menina.
Mas isso não lhe rouba a dança ou a inocência.
Por isso ela move as mãos daquele jeito tão delicado e bonito.
Por isso é tão feliz com sua platéia solitária.
E ouve músicas dentro de sua cabeça e pensa em forma de poema.
E ri sozinha.
Enquanto o resto do mundo cochila encostado nas janelas sujas do metrô.
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segunda-feira, 27 de outubro de 2008
domingo, 19 de outubro de 2008
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
I love the sound of you walking away
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Sinto falta dos olhares meus que moravam em seus olhos.
Sinto falta da espontaneidade roubada no abraço.
Faz falta o som da sua gargalhada estúpida de moleque ainda.
Falta até aquele toque no ombro e o cheiro de novidade de nós dois.
Sinto falta da falta que você não sente de mim.
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Sinto falta dos olhares meus que moravam em seus olhos.
Sinto falta da espontaneidade roubada no abraço.
Faz falta o som da sua gargalhada estúpida de moleque ainda.
Falta até aquele toque no ombro e o cheiro de novidade de nós dois.
Sinto falta da falta que você não sente de mim.
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terça-feira, 14 de outubro de 2008
Insuficiência
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Eles eram amigos.
Muito amigos. Riam juntos, dançavam juntos (mesmo ele não gostando muito), bebiam juntos, amanheciam juntos, faziam piadas que só o outro entenderia, olhavam as coisas e se olhavam, viviam vidas separadas juntos.
Mas tão jovem quanto ele, ela era.
E tão jovem quanto ele, ela se foi.
E ele sentiu muita falta dela, fez questão de sentir. Muita falta.
E da mesma forma, ele fez questão de esquecer.
Tudo o que eles tinham sido juntos.
Ele era novo. Tão novo quanto ela quando ela teve que ir.
Mas o que ele não sabia é que ela tinha abdicado do Paraíso só pra ficar do lado dele mais uma vez. Mesmo sem saber como. Mesmo sem saber por quanto tempo.
Ela desistiu do Paraíso pra ficar do lado dele.
Ela fez questão de não esquecer.
E tão rapidamente ela partiu e chegou.
Buscou mais de vinte anos por ele. Muito mais.
E por mais de vinte anos ele sofreu. E viveu. Bem ou mal.
Por mais de vinte anos ela se sentiu perdida e sozinha.
Até que um dia aquele cara pra quem ela olhava sob aquela luz forte era ele.
Ela sabia quem ele era.
Mas ele não imaginava.
Ela o conheceu e reconheceu e descobriu que ele agora estava sozinho e perdido.
E que apesar de todas diferenças e vivências ela o entendia e era mais sábia do que ele. Mas disso ele não sabia. Nem poderia saber.
E ela sofreu. Por ela e por ele. Sofreu por tudo que os dois tinham sido e perdido juntos. Sofreu pela solidão dos dois.
Agora eles se vêem de vez em quando.
E ela continua entendendo e apoiando e sabendo tudo que ele é.
Ele não. Ele não sabe de nada. Nem poderia.
Mas nada disso impediu o que ela sentia.
Até hoje eles se esbarram por aí. E andam por aí. E voltam pra casa sozinhos.
Fingindo que não sabem quem são.
Até hoje ela o acompanha com o pensamento e com os olhos.
Mesmo quando a vida é dura e dói nos pés, nos ombros e na cabeça...
Até hoje ela espera por cada um dos olhares dele.
E espera que ele reconheça o que resta dos dois no sorriso dos olhos dela.
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Eles eram amigos.
Muito amigos. Riam juntos, dançavam juntos (mesmo ele não gostando muito), bebiam juntos, amanheciam juntos, faziam piadas que só o outro entenderia, olhavam as coisas e se olhavam, viviam vidas separadas juntos.
Mas tão jovem quanto ele, ela era.
E tão jovem quanto ele, ela se foi.
E ele sentiu muita falta dela, fez questão de sentir. Muita falta.
E da mesma forma, ele fez questão de esquecer.
Tudo o que eles tinham sido juntos.
Ele era novo. Tão novo quanto ela quando ela teve que ir.
Mas o que ele não sabia é que ela tinha abdicado do Paraíso só pra ficar do lado dele mais uma vez. Mesmo sem saber como. Mesmo sem saber por quanto tempo.
Ela desistiu do Paraíso pra ficar do lado dele.
Ela fez questão de não esquecer.
E tão rapidamente ela partiu e chegou.
Buscou mais de vinte anos por ele. Muito mais.
E por mais de vinte anos ele sofreu. E viveu. Bem ou mal.
Por mais de vinte anos ela se sentiu perdida e sozinha.
Até que um dia aquele cara pra quem ela olhava sob aquela luz forte era ele.
Ela sabia quem ele era.
Mas ele não imaginava.
Ela o conheceu e reconheceu e descobriu que ele agora estava sozinho e perdido.
E que apesar de todas diferenças e vivências ela o entendia e era mais sábia do que ele. Mas disso ele não sabia. Nem poderia saber.
E ela sofreu. Por ela e por ele. Sofreu por tudo que os dois tinham sido e perdido juntos. Sofreu pela solidão dos dois.
Agora eles se vêem de vez em quando.
E ela continua entendendo e apoiando e sabendo tudo que ele é.
Ele não. Ele não sabe de nada. Nem poderia.
Mas nada disso impediu o que ela sentia.
Até hoje eles se esbarram por aí. E andam por aí. E voltam pra casa sozinhos.
Fingindo que não sabem quem são.
Até hoje ela o acompanha com o pensamento e com os olhos.
Mesmo quando a vida é dura e dói nos pés, nos ombros e na cabeça...
Até hoje ela espera por cada um dos olhares dele.
E espera que ele reconheça o que resta dos dois no sorriso dos olhos dela.
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terça-feira, 7 de outubro de 2008
Tarefa do dia
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Decifrando e resgatando pessoas.
As que realmente valem a pena apenas.
Administrando o tempo que resta.
Desejando dançar um blues com um copo cheio nas mãos.
Morrendo de sono.
Trabalhando e correndo e buscando e amando um pouco mais.
Todos os dias.
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Decifrando e resgatando pessoas.
As que realmente valem a pena apenas.
Administrando o tempo que resta.
Desejando dançar um blues com um copo cheio nas mãos.
Morrendo de sono.
Trabalhando e correndo e buscando e amando um pouco mais.
Todos os dias.
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segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Hide and seek
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Ah é? Então me dá uma dica ou um sinal qualquer.
Mas você não tem coragem, não é mesmo?
E eu não posso prometer nada pro seu medo.
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Ah é? Então me dá uma dica ou um sinal qualquer.
Mas você não tem coragem, não é mesmo?
E eu não posso prometer nada pro seu medo.
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