quarta-feira, 21 de abril de 2010
HUMANA, DEMASIADAMENTE HUMANA.
CONFORME DECLARADO ANTERIORMENTE, ESTOU ALÉM DO BEM E DO MAL
PORTANTO, NÃO TENTEM JULGAR MEUS ATOS
POIS, ASSIM COMO COM TODOS VOCÊS, MEUS ATOS ESTÃO ALÉM DOS JULGAMENTOS
“E O PENSAMENTO DE QUERER VOAR”.
TENHO IDO CADA VEZ MAIS LONGE
E AS MARCAS, PROMETO QUE SEREI A ÚNICA A SENTÍ-LAS
NUNCA QUIS AFETAR TODAS ESSAS VIDAS.
TENHO ALMA DE CAPITU
MANTENHO OS BRAÇOS E OLHOS BEM ABERTOS
POIS SÓ PENSO EM VOAR.
domingo, 4 de abril de 2010
Não faria a mínima diferença.
*
32 comprimidos e um copo cheio de uísque.
"Veronika decides to die"
Like I.
É sobre tudo aquilo.
É sobre amor.
Sobre o desejo e a falta de.
Todos os dias eu tomo a mesma decisão.
Só falta coragem. E um pouco de egoísmo.
É sobre delicadeza.
Sobre estar acordado ou presente.
É sobre um desabafo. Meu desabafo.
*
32 comprimidos e um copo cheio de uísque.
"Veronika decides to die"
Like I.
É sobre tudo aquilo.
É sobre amor.
Sobre o desejo e a falta de.
Todos os dias eu tomo a mesma decisão.
Só falta coragem. E um pouco de egoísmo.
É sobre delicadeza.
Sobre estar acordado ou presente.
É sobre um desabafo. Meu desabafo.
*
sábado, 3 de abril de 2010
*
Uísque, uísque, uísque.
Vinho.
Uma dor de cabeça duzinferno.
O estômago que esqueceu sua função no organismo. No meu organismo.
E o medo imenso de decepcionar muitas pessoas.
O que está feito, está feito.
Mas sou uma mulher de culhões.
Uma mulher que já enfrentou muitas dores diferentes.
Apesar de tudo.
Do amparo, dos braços, do colo.
Eu nunca prometi ser uma princesinha.
O erro reside nas ilusões.
*
Uísque, uísque, uísque.
Vinho.
Uma dor de cabeça duzinferno.
O estômago que esqueceu sua função no organismo. No meu organismo.
E o medo imenso de decepcionar muitas pessoas.
O que está feito, está feito.
Mas sou uma mulher de culhões.
Uma mulher que já enfrentou muitas dores diferentes.
Apesar de tudo.
Do amparo, dos braços, do colo.
Eu nunca prometi ser uma princesinha.
O erro reside nas ilusões.
*
sexta-feira, 2 de abril de 2010
O retorno de "Querência"
*
Foi a melhor notícia da páscoa: O espetáculo Querência, com meu amigo ator Nelson Peres, vai voltar.
Foi uma das peças que mais me marcaram na vida. Que me devolveu as paixões e me apresentou coisas e pessoas mágicas.
Me enfeitiçou. Encantou.
Me levou a escrever o texto abaixo, isso lá em 2007, mas não esqueço dos detalhes até hoje.
"Entramos, sentamos, causamos desligando os celulares histéricos. Silêncio.
Num canto, um homem, um violão.
Outro homem. Noutro canto. Facas. Chicote. Manta. Terço. Chapéu. Lenço florido.
A vibração das cordas do violão interrompem o silêncio. O som chama o ator ao palco.
Ele aparece. E de dentro dele saem outros eles. Outros vários eles. O menino, o Avô. O Lobisomem, a Mula. O adestrador de cavalos, o sertanejo arrogante e esbanjador, o Pai, a Mãe e a menina, Vicentina. Vicentina rouba o coração do adestrador, e junto rouba o coração da platéia. Sem precisar sequer mostrar seu rosto. Apenas nas palavras do fabuloso ator. Melhor ainda, nas palavras do texto nas expressões do ator, interpretando o amansador dos potros chucros narrando como é belo seu amor por Vicentina.
Ela vem assim, suave, constituída por nada mais que um lenço florido e um chicote dobrado. Ela ganha vida e sentimento nas mãos daquele ser humano maravilhoso presente em cena.
Ausente de si, mas cheio de personagens e sentimentos.
Uma surpresa na história muda seu rumo completamente. As emoções das personagens no Nelson se confundem com as emoções da platéia. Nós choramos cada vez que ele engole seco e prende os lábios para conter o próprio choro. Cabra macho não derrama lágrimas. Por que ele chora? Se você não assistiu a peça não vou tirar o encanto da história. Até porque o encanto pertence somente a Nelson.
Nós, platéia, acompanhamos a busca do chucro amansador de potros a galope. Viajamos por todo Brasil.
Sofremos sua agonia e ansiedade juntos. Empunhamos seu facão com todas as nossas mãos. Nos unimos em mãos e respiração. Respiramos silenciosamente em coro. Sentimos o sangue e o ódio do traidor.
De tão bem ambientados que fomos por Nelson e pelo texto, sentimos o silêncio, o cheiro do mato, o casebre mal iluminado, o cheiro da pinga, talvez até um grilo ou outro começando a cantar lá fora.
A luz enfraquece gradativamente, a música vai se perdendo. Recobramos a realidade e os sentidos. Ou perdemos os sentidos definitivamente, não sei ao certo.
A luz acende. Aparece um homem com o violão encostado aplaudindo o outro homem no centro do palco. Em pé a platéia faz questão de chover aplausos. Uma nostalgia, misturada com uma alegria, misturada com uma tristeza, misturada com todos os sentimentos de fim da infância nos invade. Dá vontade de ligar pra mãe.
Vontade maior dá de ser amada, assim como foi Vicentina por seu repentista de palavras simples e olhar humilde, ele, o amansador de cavalos mais querido.
Meu coração lembra e chora. Queria eu virar tinta preta, grafite ou carvão e viver dentro desse lindo texto que é "Querência"."
*
Link: http://www.youtube.com/watch?v=I8JabTjUWkM
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Foi a melhor notícia da páscoa: O espetáculo Querência, com meu amigo ator Nelson Peres, vai voltar.
Foi uma das peças que mais me marcaram na vida. Que me devolveu as paixões e me apresentou coisas e pessoas mágicas.
Me enfeitiçou. Encantou.
Me levou a escrever o texto abaixo, isso lá em 2007, mas não esqueço dos detalhes até hoje.
"Entramos, sentamos, causamos desligando os celulares histéricos. Silêncio.
Num canto, um homem, um violão.
Outro homem. Noutro canto. Facas. Chicote. Manta. Terço. Chapéu. Lenço florido.
A vibração das cordas do violão interrompem o silêncio. O som chama o ator ao palco.
Ele aparece. E de dentro dele saem outros eles. Outros vários eles. O menino, o Avô. O Lobisomem, a Mula. O adestrador de cavalos, o sertanejo arrogante e esbanjador, o Pai, a Mãe e a menina, Vicentina. Vicentina rouba o coração do adestrador, e junto rouba o coração da platéia. Sem precisar sequer mostrar seu rosto. Apenas nas palavras do fabuloso ator. Melhor ainda, nas palavras do texto nas expressões do ator, interpretando o amansador dos potros chucros narrando como é belo seu amor por Vicentina.
Ela vem assim, suave, constituída por nada mais que um lenço florido e um chicote dobrado. Ela ganha vida e sentimento nas mãos daquele ser humano maravilhoso presente em cena.
Ausente de si, mas cheio de personagens e sentimentos.
Uma surpresa na história muda seu rumo completamente. As emoções das personagens no Nelson se confundem com as emoções da platéia. Nós choramos cada vez que ele engole seco e prende os lábios para conter o próprio choro. Cabra macho não derrama lágrimas. Por que ele chora? Se você não assistiu a peça não vou tirar o encanto da história. Até porque o encanto pertence somente a Nelson.
Nós, platéia, acompanhamos a busca do chucro amansador de potros a galope. Viajamos por todo Brasil.
Sofremos sua agonia e ansiedade juntos. Empunhamos seu facão com todas as nossas mãos. Nos unimos em mãos e respiração. Respiramos silenciosamente em coro. Sentimos o sangue e o ódio do traidor.
De tão bem ambientados que fomos por Nelson e pelo texto, sentimos o silêncio, o cheiro do mato, o casebre mal iluminado, o cheiro da pinga, talvez até um grilo ou outro começando a cantar lá fora.
A luz enfraquece gradativamente, a música vai se perdendo. Recobramos a realidade e os sentidos. Ou perdemos os sentidos definitivamente, não sei ao certo.
A luz acende. Aparece um homem com o violão encostado aplaudindo o outro homem no centro do palco. Em pé a platéia faz questão de chover aplausos. Uma nostalgia, misturada com uma alegria, misturada com uma tristeza, misturada com todos os sentimentos de fim da infância nos invade. Dá vontade de ligar pra mãe.
Vontade maior dá de ser amada, assim como foi Vicentina por seu repentista de palavras simples e olhar humilde, ele, o amansador de cavalos mais querido.
Meu coração lembra e chora. Queria eu virar tinta preta, grafite ou carvão e viver dentro desse lindo texto que é "Querência"."
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Link: http://www.youtube.com/watch?v=I8JabTjUWkM
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